sexta-feira, julho 21, 2006

Este meu país...

Desde há muito que sou um crítico dos sindicatos. Assumindo a injustiça das generalizações, afirmo que em regra apenas se representam a si próprios. Quem medita sobre o fenómeno reconhece um indesmentível eternizar dos seus membros, cada vez mais desligados das realidades que pretendem representar, num imobilismo indisfarçável.
De ano para ano o desgaste dos sindicatos é manifesto, que cada vez tem mais reduzido impacto nos trabalhadores, apenas ecos mediáticos; mais, a subordinação a estratégias politicas partidárias, fazem esgotar a sua razão de ser.

Os sindicatos da polícia (falamos no plural porque são mais de uma dezena) são o exemplo da irresponsabilidade do sindicalismo; reiteradamente assumiram posições que envergonham as instituições que representam. As que deram lugar aos processos disciplinares que hoje terminam, são, salvo melhor opinião, lamentáveis.

Quer isto dizer que concordo com as decisões do Ministério? Obviamente que não! Esta decisão é juridicamente aberrante, como, em tempo, os Tribunais julgarão. Trata-se de uma inequívoca e vergonhosa limitação do direito à liberdade de expressão: dar direito a aplicação de sanção disciplinar a quem diz “ o PM que vá para o Quénia” não lembrava a Salazar…

Post Scriptum; por falar em coisas vergonhosas: que aconteceu hoje na Ordem dos Advogados???

quarta-feira, julho 19, 2006

Tributo ao meu Presidente de Câmara.

Moro numa cidade perdida do interior; esquecida pelos poderes políticos, vilipendiada pelos concelhos mais poderosos, fustigada por elevadíssimas temperaturas.
Cá no feudo, é curial os termómetros ultrapassarem os 40 graus, expondo-nos a temperaturas inacreditáveis.
Em época estival pouco ou nada há que fazer, especialmente para os milhares de jovens em férias escolares, aguardando as curtas férias familiares, para uns breves dias de descanso na praia, caso as magras carteiras da crise o permitam.
Mas o meu tributo ao PC (leia-se presidenta da Câmara, não qualquer alusão a um partido político) serve para elogiar o seu alto sentido de consciência cívica.
Como é bem sabido, com estas elevadas temperaturas é perigosa a exposição solar; nesse sentido, num serviço à saúde, não fosse o PC médico de profissão, mantém as piscinas municipais fechadas de forma a não expor aos calores solares jovens imberbes, permitindo-lhe desta forma passarem todos os dias a ler em casa ou a fazer relevantes projectos cívicos para a comunidade.
Sé é pena, que esta lição de responsabilidade, de amor pelo cidadão, não se estende a outros autarcas e poderes centrais; encerrem-se piscinas, fechem-se praias, bloqueiem-se jardins, para proteger as nossas crianças.

segunda-feira, julho 17, 2006

A moda das miúdas vestidas de putas

Posição de principio: gosto de gajas; não é indelicadeza a expressão, nem baixo calão ou termo politicamente incorrecto para Mulher. O que eu gosto é mesmo de gajas! E o verão é sempre interessante.

Por isso é sem pruridos os falsos moralismos hipócritas que escrevo estas linhas: irritam-me as miúdas de 10/16 anos vestidas de putas, com os papás e mamas orgulhosos a desfilarem-nas pelas ruas.

Admito, gosto e olho, para as gajas, que de longos e pronunciados decotes, deliciosamente curtas mini saias, desfilam pelas cidades, aumentando a temperatura deste cálido Julho; mas respeitem as miúdas; deixem-nas crescer, logo terão tempo para ser gajas ou mesmo putas.

Israel

Foto Roubada daqui: http://www.midwinter.com/~koreth/israel/wwall.jpg

Alguem me explica a diferença entre o que está a fazer o Estado de Israel e os Terroristas?

sábado, julho 08, 2006

Sr Scolari!

Escrevo este post, aliviado por finalmente ter terminado o Mundial de Futebol.
É absolutamente inconcebível esta histeria colectiva; durante um mês e meio, não existiu politica, governo, economia, ensino, enfim... país.
Não gosto do treinador Scolari. Como bom português, apesar de nada perceber de metodos de treino, sou um exímio treinador de bancada, com ideias claras e precisas, que com absoluta certeza que fazia mais que o scolari, mourinho, eriksson, lippi e outros amadores.
Li alguns cronistas, que gritaram no princípio, andaram caladinhos três semanas e zurrem agora, condenar Scolari por Portugal ser apenas o quarto melhor do MUndo. Vergonhoso para um País que está nos primeiros lugares em tudo!!!
Teremos mesmo uma das melhores equipas do Mundo?
Vejamos:
Ricardo; época lamentável no Sporting (opções: Baia e Quim, suplentes nos seus clubes)
Ricardo CArvalho - época dificil no Chelsea.
Meira - excelente surpresa, para um central inesperado que joga num clube mediano.
Nuno Valente - unica opção, foi um grande jogador; arrastou-se durante dois anos, dispensado do Porto, fez um excelente Mundial.
Costinha e Maniche - ambos sem clube; o primeiro provou a razão; o segundo, cuja convocatória foi muito criticada, fez um Mundial fantástico.
Deco - jogador fabuloso, que nao foi ao Mundial.
Figo - o velho; como seria bom termos mais "coxos" como este!! Obrigado por tudo; és grande!
Pauleta - ponta de lança de um campeonato de segunda, excepcional contra defesas fracas, fraquissimo contra defesas medias.
Cristiano Ronaldo - com Deco, as unicas estrelas da companhia, num juizo lucido de prognose.
Parabens, Sr. Scolari; pegou num grupo mediano, pode nao ter chegado ao céu, mas tirámos os pés do chao. Nao gosto do treinador Scolari, mas reconheço que melhor é impossível.

segunda-feira, julho 03, 2006

Selecção Portuguesa de Futebol

(foto roubada de http://www.fotocommunity.de/pc/pc/pcat/210974/display/6058469, retrando um jogo de Portugal no Mundial)

Gosto de futebol. Gosto de ver a Selecção. Acho perigosa e nojenta a cobertura televisiva dos canais generalistas, com largas centenas de horas dedicadas a futebol, com reportagens que se repetem até à exaustão, blocos de pseudo noticias, desfilar interminável de banalidades e trivialidades.

É inqualificável obrigar-nos a ver dezenas de reportagens sem interesse em telejornais, como se o país e o mundo estivessem em stand by.

No entanto, que fique escrito: comove-me a importãncia sociológica para os emigrantes dos feitos desta Selecção. Não fico indiferente ao facto de aqueles 23 estarem a devolver-nos o orgulho de ser portugues. Obrigado!

O Ensino e o Direito


Cronologia de um Disparate - O Ensino Superior, tal como ele é…

Este é o ano de Bolonha; não se sabe muito bem o que é, mas começa a ser entendido como um magnifico expediente para baixar custos; é axiomático que o Ensino Superior vai perder qualidade, mas … quem se importa com isso.
A 24 de Março saiu a Lei, tendo as Universidades e Politécnicos uma semana inteira para fazer a maior reforma de sempre no Ensino Superior.

Neste contexto, uma pequena Escola na província, fez uma candidatura para um novo curso: Solicitadoria. As razões parecem óbvias para quem tem bom senso: existe procura no mercado e não existe oferta nas Instituições Publicas em mais de 2/3 do território nacional, pelo que seria socialmente relevante colmatar esta necessidade.

Apesar de ser inegável que o actual Ministro da Ciência, que por inerência também lhe chamam do Ensino Superior, tem dificuldades em lidar com a existência de Politécnicos e Universidades no Interior do País (porque se não o tivesse, não exigiria os mesmos requisitos para Instituições de Ensino em regiões com pouca população, do que se exige para os grandes centros urbanos, nomeadamente ao nível do numero mínimo de alunos), fez-se um trabalho homérico para cumprir os requisitos.

Meses depois, vem a decisão, completamente absurda: o curso é recusado com o fundamento que os recursos matérias não satisfazem (a decisão é do mesmo Ministério que não permite a construção de instalações próprias por entender que não são necessárias) e falta de recursos humanos para o 2º e 3º ano do Curso (pretendia o Ministério que fossem contratadas pessoas para desempenharem funções daqui a três anos???)

Falamos do Ministério que quer responsabilizar financeiramente as Instituições pelas suas escolhas mas que, simultaneamente, “corta as pernas” às Instituições que pretendem desenvolver o seu trabalho. Falamos do Ministério que recusa cursos em que existe procura e necessidade, ao mesmo tempo que aprova cursos em que inexiste procura ou necessidade.

E nós, por aqui vamos ficando, tentando ser sérios e empenhados no nosso trabalho…