Houve um tempo que o Alentejo era o celeiro da nação. Uma expressão que sempre me pareceu querer significar, que o fado do povo alentejano era alimentar os burros da nação!
Depois seguiu-se aquilo que chamaram a reforma agrária, depois os subsídios de Bruxelas, tornando-se a nossa agricultura especializada em produzir coisa nenhuma. De quando em quando alguns zurram sobre isto, esquecendo que quando tudo muda é um erro ficar na mesma: mas do que produzir o que os outros fazem melhor e mais barato, num mundo aberto e competitivo, urge dedicar esforços para produzir o que temos de excepcional, aquilo que nos oferece uma vantagem competitiva!
Tenho procurado deixar escrito alguns exemplos: e hoje ofereço-vos porco alentejano. Preto, como só podia ser!
Antes de continuar a dissecar o tema, esclareço as leitoras do blogue que este post não é dedicado aos seus maridos! Quando me refiro a porco alentejano, falo de suínos de quatro patas!
O verdadeiro porco alentejano será uma das melhores carnes do mundo, como reconhece o povo judaico. Falo no verdadeiro, porque infelizmente a ausência de certificação, faz disparar o pseudo porco alentejano, misturando-se a excelência com a mediocridade! O que é lastimável: porque é a carne de excelência do Alentejo que nos faz a região com a melhor gastronomia do País, que permite que nasçam presuntos e enchidos magníficos, que permite ao Muralha ter os melhores torresmos da Europa.
Apostar na qualidade, apostar na excelência, dinamizar as marcas e tradições de uma região é o único caminho para a recuperação da nossa agricultura, investindo em duas mãos cheias de produtos made in Alentejo, que são competitivos em todo o mundo. Sei que o post foi sobre o porco (como já tinha sido sobre azeite e vinho), mas podia falar de queijo, de mel, de cortiça, de azeitona, de pão, da doçaria, da nova agricultura que o Alqueva promove. E mais não digo. Porque a escrita deu-me fome. E ando magrinho...