Começo por um esclarecimento que funciona como declaração de interesses: gosto de blogues, apesar de não ser apreciador da blogosfera. Eu próprio tenho um blogue pessoal e no âmbito da minha actividade académica estou ligado a outros dez! Mais do que isso, tenho estudos publicados sobre o tema, tendo sido, no que concerne aos juristas, pioneiro (em Portugal) no estudo destas temáticas!
Estive e estou convicto que os blogues (bem como outros espaços na Internet) têm um papel crucial para o aprofundamento da cidadania, podendo ser um instrumento extremamente útil no incremento da qualidade da democracia! Com estes quebra-se um velho paradigma da informação controlada, seja pelo poder politico, seja pelo poder económico, uma nuvem de censura que sempre perdurou na nossa ainda insípida comunicação social, demasiado dependente dos humores dos Governos e das autarquias!
A possibilidade de qualquer cidadão poder dizer o que lhe aprouver, criando o seu próprio blogue ou participando no blogue de outros, reforça consideravelmente a democracia, dá brilho à liberdade de expressão, aumentando a transparência e contribuindo para o esclarecimento, (pelo menos daqueles que gostam de ser esclarecidos)! E se o que fica escrito é uma verdade quando se tem por horizonte os blogues nacionais, a veracidade da premissa reforça-se quando pensamos em realidades regionais e locais: em muitas aldeias e vilas do País não há imprensa, sendo os blogues os únicos e verdadeiros “meios de comunicação”; em algumas cidades, apesar de existir imprensa, a mesma é de tal forma condicionada pelos poderes, que os blogues podem funcionar como ventos de verdade e coragem!
Mas do meu entusiasmo conhecido e declarado pelos blogues, não se pode inferir que desconheça as suas fragilidades. E subscrevo Miguel Sousa Tavares quando afirmou qualquer coisa como os blogues e a Internet parecem ter sido inventados para servir as piores características dos portugueses.
Com efeito o (aparente) anonimato que a Internet propicia, tem sido uma janela aberta para um crescer de insultos e acusações vergonhosas, daqueles que corajosamente escrevem de forma anónima, ofendendo outros sem assumirem as suas palavras, confundido liberdade de expressão e direito ao disparate, com liberdade para achincalhar e atacar livremente, fomentar boatos e perseguir a honra e o bom nome de pessoas e instituições!
E se este cenário é conhecido, tudo piora com o aproximar dos ciclos eleitorais, onde brotam de pedras feia e sujas um conjunto de blogues e comentadores, sempre disponíveis para o insulto pessoal, seja nos seus próprios blogues, seja naqueles que são criados para fomentar a maledicência, seja naqueles que existem há alguns anos e sempre se procuraram pautar por níveis, maiores ou menores, de respeito pela diferença! Com efeito, antes de ditar para o papel estas palavras, fiz uma ronda por a blogosfera da região e, quer nos textos, quer sobretudo nos comentários, podemos ler coisas que deixariam a Cicciolina envergonhada!
Importa deixar claro que a questão não é apenas de moral e ética: porque a questão é também jurídica! Por um lado o anonimato é mais aparente do que real, existindo hoje os meios que permitem descobrir quem foi a pessoa que escreveu anonimamente determinado conteúdo num qualquer blogue; por maioria de razão, também é hoje possível descobrir quem é o verdadeiro autor de determinado blogue, desde que este ultrapasse a barreira da legalidade, confundido liberdade de expressão com autorização para a injúria ou difamação. Por outro lado, começa hoje a fazer doutrina o princípio que desde sempre defendi, que o autor de um blogue pode ser (em determinadas circunstâncias!) penalmente responsável pelos conteúdos que terceiros escrevem nos seus blogues!
Porque isso é bom para os blogues! Porque isso é bom para a cidadania! Porque isso é bom para a democracia!
Estive e estou convicto que os blogues (bem como outros espaços na Internet) têm um papel crucial para o aprofundamento da cidadania, podendo ser um instrumento extremamente útil no incremento da qualidade da democracia! Com estes quebra-se um velho paradigma da informação controlada, seja pelo poder politico, seja pelo poder económico, uma nuvem de censura que sempre perdurou na nossa ainda insípida comunicação social, demasiado dependente dos humores dos Governos e das autarquias!
A possibilidade de qualquer cidadão poder dizer o que lhe aprouver, criando o seu próprio blogue ou participando no blogue de outros, reforça consideravelmente a democracia, dá brilho à liberdade de expressão, aumentando a transparência e contribuindo para o esclarecimento, (pelo menos daqueles que gostam de ser esclarecidos)! E se o que fica escrito é uma verdade quando se tem por horizonte os blogues nacionais, a veracidade da premissa reforça-se quando pensamos em realidades regionais e locais: em muitas aldeias e vilas do País não há imprensa, sendo os blogues os únicos e verdadeiros “meios de comunicação”; em algumas cidades, apesar de existir imprensa, a mesma é de tal forma condicionada pelos poderes, que os blogues podem funcionar como ventos de verdade e coragem!
Mas do meu entusiasmo conhecido e declarado pelos blogues, não se pode inferir que desconheça as suas fragilidades. E subscrevo Miguel Sousa Tavares quando afirmou qualquer coisa como os blogues e a Internet parecem ter sido inventados para servir as piores características dos portugueses.
Com efeito o (aparente) anonimato que a Internet propicia, tem sido uma janela aberta para um crescer de insultos e acusações vergonhosas, daqueles que corajosamente escrevem de forma anónima, ofendendo outros sem assumirem as suas palavras, confundido liberdade de expressão e direito ao disparate, com liberdade para achincalhar e atacar livremente, fomentar boatos e perseguir a honra e o bom nome de pessoas e instituições!
E se este cenário é conhecido, tudo piora com o aproximar dos ciclos eleitorais, onde brotam de pedras feia e sujas um conjunto de blogues e comentadores, sempre disponíveis para o insulto pessoal, seja nos seus próprios blogues, seja naqueles que são criados para fomentar a maledicência, seja naqueles que existem há alguns anos e sempre se procuraram pautar por níveis, maiores ou menores, de respeito pela diferença! Com efeito, antes de ditar para o papel estas palavras, fiz uma ronda por a blogosfera da região e, quer nos textos, quer sobretudo nos comentários, podemos ler coisas que deixariam a Cicciolina envergonhada!
Importa deixar claro que a questão não é apenas de moral e ética: porque a questão é também jurídica! Por um lado o anonimato é mais aparente do que real, existindo hoje os meios que permitem descobrir quem foi a pessoa que escreveu anonimamente determinado conteúdo num qualquer blogue; por maioria de razão, também é hoje possível descobrir quem é o verdadeiro autor de determinado blogue, desde que este ultrapasse a barreira da legalidade, confundido liberdade de expressão com autorização para a injúria ou difamação. Por outro lado, começa hoje a fazer doutrina o princípio que desde sempre defendi, que o autor de um blogue pode ser (em determinadas circunstâncias!) penalmente responsável pelos conteúdos que terceiros escrevem nos seus blogues!
Porque isso é bom para os blogues! Porque isso é bom para a cidadania! Porque isso é bom para a democracia!
Consigo! De alma e coração!
ResponderEliminarSabe o que é um cyber café?
ResponderEliminarEscrevo sobre estes temas há cinco ou seis anos! Acho que nunca me ocorreu isso?!!
ResponderEliminarSe este texto viesse à uns meses atrás pah...
ResponderEliminarConheço alguns que acabaram por isso. Todos eles abordaram a política de maneira errada e todos eles estavam convictos de que nada os tocava...incapacidades neurológica é o que lhes chamo!!
Informação é poder, poder de dabate e argumentação válida...
Hewitt - Tenho publicado um estudo sobre isso há quatro ou cinco anos. Disponível on line!
ResponderEliminarE.. o que me chamaram na altura...
Tendo em conta as limitações das pessoas, acho que não lhe poderiam chamar mais nada...
ResponderEliminarHugo - Obrigada por este texto tão objectivo, tão limpo, tão esclarecedor. De facto, os blogues não são senão um verdadeiro exercício de cidadania e contribuem em muito para o aprofundar da democaracia. Especialmente(como diz) quando não existe imprensa em certos locais ou quando ela é controlada pelos poderes económicos e políticos instalados. Refiro-me claro àqueles blogues que acrescentam algo, algo mais. Não aos que legitimamente existem, apenas, como distração, hedonismo. Quanto a quem os usa com má-fé por detrás do anonimato resta-me também concordar consigo: ele é aparente, pois uma vez extravasado o limite da legalidade o dito anonimato pode cair por terra. Acho bem! Claro que acho bem. É uma questão moral, de ética e juridica.
ResponderEliminarDisse, digo agora e direi no futuro: um blog é apenas um blog, não passa disso. E um blog é apenas blog se for lido, se tiver audiência, se não tiver é como gritar ao vento. E, um blog pode acabar de um momento para o outro, o fim está à distância de um clique.
ResponderEliminarAgora, essa de saber quem escreve comentários: olha que não! olha que não!
Mesmo se tiveres um contador de páginas pago, esse apenas guarda as visitas durante algum tempo, e depois, nikles! A google? Está-se nas tintas para os blogues, mantém-nos apenas para mostar que têm maior capacidade de armazenamento que os outros. E, basta brincar um pouco com os cookies e o teu PC passa a ser da Coreia do Norte...peeenso eu de que :)
Zig - Como dizia o Camarada, olha que não, olha que não!
ResponderEliminarClaro que há formas mto elaboradas de fazer as coisas; mas, acredita, que também há formas muito elaboradas de saber descobrir as coisas...
As formas 'elaboradas' de decobrir quem comenta ou cria blogs são um pouco falaciosas e podem dar em nada, caso o criador/comentador tenha um pouco de conhecimentos de informática.
ResponderEliminarAs formas de descobrir não passam de um mandado judcial ao ISP, e bla bla, e o ip que fez o comentário ou onde foi registado o email do blog (se houver)... O mais elaborado no meio disto tudo é ter um conhecimento no ISP que veja nos registos a quem estava determinado IP assigando em determinada data...
Pedidos de informações a paises fora da europa...
Para além de exitirem computadores com acesso publico à internet sem registo de utilizadores e a pratica comum de apanhar a redes wifi desprotegidas e acer à internet daí.
Caso se chegue ao dono do IP... paga o justo pelo pecador, como é comum nos EUA.
Basicamente a unica coisa eficaz a fazer é o "cease and desist" ao autor e a silicitação da remoção do blog ao provedor do serviço ou remoção do comentário ao editor do blog.
Tudo o mais são exercicios intlectuais que a serem levados à avante passariamos viver num estado policia, em que seria tão natural vigiar a net como colocar camaras de vigiliancia do estado dentro da casa das pessoas.
Pode dar um exemplo? Ou criticou sem ler?!
ResponderEliminarArre... que é teimoso! Já tinha perguntado se se lembrou do cenário dos cyber café! E, também não sabe que há programas para gerarem IP´s aleatórios...
ResponderEliminarE eu respondi-lhe: acha que quem estuda isto há seis anos não sabe o que é um cybercafé? Que desconhece porque razões em alguns países nos cybrcafés se exige documento de identidade?!
ResponderEliminarE será por acaso que defendo o que defendo sobre os comentários?!!!
Meu Kerido H
ResponderEliminarNão se exaltem por nada.
Os dois têm razão, e infelizmente vivemos num mundo onde o "ladrão" está sempre um passo à frente do "policia".
O bom senso deveria pervalecer sempre, e a elevação do discurso também.
Lá chegará o dia que será assim.
Devo estar a sonhar, mas.....tá bem.
Um abraço