sexta-feira, outubro 26, 2007

Porreiro, pá...

Porreiro, pá! Porreiro!
A frase foi captada pelos microfones cada vez mais indiscretos de uma câmara de televisão, que mostrou ao País e à Europa um sincero abraço que parecia inconcebível. E por duas ordens de razão! Afastando-nos dos méritos e defeitos de um Tratado que antes era Constitucional e agora Renovador, é reconfortante para o depauperado ego lusitano ver duas caras portuguesas como o rosto da União Europeia; sendo certo que o mérito é de muitos, é injusto não enaltecer que foi a dupla Barroso/Sócrates conseguiu o que outros falharam! Mas o mais notável deste inusitado abraço, foi compreender que o PS e um certo PSD conseguiram esquecer as poucas diferenças que os separam, para se unirem num projecto comum.
Vem este preâmbulo, que já vai longo, inspirado na Câmara Municipal de Beja, mormente nos acontecimentos recentes, que deixaram políticos e comentadores a falar de uma coligação PS/PSD e em listas de independentes!
Um aspecto interessante desta discussão prematura é a sua extemporaneidade, diagnóstico perfeito de um mandato autárquico deprimente. Mesmo dentro do PCP, já não se esconde as dificuldades deste executivo, procurando justificar falhanços com a pesada herança, com a nova lei das finanças locais e com os devaneios do Governo Central.
Por estas razões e outras que brevitatis causa não enumerei, concordo com o editorial do Correio Alentejo da última semana: uma lista de independentes, pode correr o risco de oferecer ao PCP de Francisco Santos ou de Miguel Ramalho, mais quatro anos de um poder autárquico que nos últimos anos o PCP não soube honrar.
Confrontados com o desejo da maioria silenciosa que reclama uma conjunção de esforços entre PS e PSD, com mais ou menos veemência os lideres regionais dos partidos apressaram-se a dizer que era uma solução quase impossível, justificando com a resposta partidariamente óbvia: as estruturas nacionais dos partidos não iam permitir esta “coligação”!
O que os partidos não conseguem compreender é que, aquilo que para eles é óbvio, é aviltante para o cidadão independente! A forma plácida e pacifica como aceitam como natural que os interesses dos directórios nacionais sacrifiquem os interesses da região, se no espectro do carneirismo partidária pode entender-se como natural, quem analisa os partidos do seu exterior, sente-se ofendido e enojado com esta cobardia em dar um murro na mesa, colocando o essencial em cima da mesa, desvalorizando o acessório.
No dia em que os partidos conseguissem esquecer os interesses mesquinhos, se tivessem a audácia de pensar primeiro na cidade, nos interesses da sua região, abdicando de lutar por lugares na vereação, por molde a permitir que uma equipa credível de gente boa da cidade concorre à Câmara Municipal, então, nesse dia, também em Beja pessoas de diferentes ideologias podiam dar um abraço fraterno e dizer: porreiro, pá. Porreiro!

5 comentários:

  1. 1. Uma boa lista de independentes corre menos risco de oferecer a câmara ao PC do que uma má lista do PS e uma má lista do PSD.

    2. Uma muito boa lista de independentes, ou unitária, como prefiro, com figuras do PS, PSD, independentes e doutros partidos, "corre o risco" de o PS e PSD, inteligente e sabiamente, ou não apresentarem listas próprias, ou apresentarem listas declaradamente perdedoras e apenas para "fazer campanha"...

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  2. Não escondo, que defendo que a melhor forma de o PS e PSD ganharem as eleições é não concorrerem!!!
    PS - quando a crónica estiver disponível, apita!

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  3. Anónimo14:40

    Caro h, é esta a crónica do Correio Alentejo?

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  4. @anónimo - Não! Esta é da Radio Pax. A outra, ficará no blogue, lá para segunda!

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