No outro dia, na telefonia, falava-se de desertificação, palavrão criado pela globalização para tentar descrever o êxodo populacional. Em concreto, procurava pensar-se no fenómeno ao nível regional.
Sem indagar culpados, porque nestes fenómenos a culpa é sempre colectiva, seja por acção seja por inacção, importa tentar compreender o que se pode fazer para que o processo não seja irrevogável.
Obviamente que desde logo, devemos exigir “vontades” ao poder central; e os últimos tempos, não auguram nada de bom. Oferece-se o exemplo da OTA; existindo a possibilidade de o Estado investir nos 3 aeroportos continentais e criar três ou quatro aeroportos satélites, desenvolvendo outras regiões, a opção pelo projecto faraónico mata um impressionante potencial de desenvolvimento.
Mas centremo-nos na região: é possível o poder regional e a sociedade civil bejense (ehehehehe) fazer algo para contrariar este triste fado?
Obviamente que sim; que mais não seja, exercer activamente o direito à indignação. Oferecemos exemplos:
- é inaceitável que aceitemos sem protestar que TODOS os serviços públicos estejam a emigrar para Évora;
- é inaceitável que aceitemos que o estágio da Selecção tenha emigrado para Évora, reconstruindo um Estádio, quando o de Beja tinha condições (para não falar em todas as excepcionais estruturas desportivas criadas para 2004: é a prova provada de um despesismo irresponsável);
- é inaceitável que aceitemos sem nos indignarmos que a maior empresa de capitais públicos com sede em Beja não tenha um único administrador de Beja e tenha três de Évora;
- é inaceitável que aceitemos pacientemente ao desfiar do Instituto Politécnico de Beja:
- é inaceitável que aceitemos sem “dar um murro na mesa” que as habitações em Beja sejam das mais caras do país, afastando residentes;
- é inaceitável que aceitemos sem contestar aquela coisa que chamam Parque Industrial;
- é inaceitável que aceitemos sem nos insurgirmos que os políticos regionais passem o tempo em tricas estéreis, sem se reúnem em prol das legitimas aspirações dos baixo alentejanos.
Por tudo, no dia em que na entrada de Beja aparecer uma placa com os dizeres: “Vende-se a qualquer preço”, só nos podemos queixar de nós próprios; sim, é verdade, temos aquilo que merecemos...
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