sábado, janeiro 31, 2009

Preto mai lindo.... (infelizmente com adenda)

O jogo foi como a noite. Mas o Mantorras é grande: ao tempo que eu digo isto...

Adenda: Quem conhece este blogue, quem conhece o autor do mesmo - seja o H ou o Hugo - ou quem tem a mínima inteligência para interpretar um texto, compreende as razões que motivaram o título, que obviamente foi o tributo a um homem que é um exemplo de coragem e força na luta contra a adversidade. Há coisas na vida que são demasiado estúpidas para se perder tempo a discuti-las: o racismo é uma delas! Ponto Final.

Comprar nas lojas chinesas...

Comprar no comércio tradicional bejense - ou seja nas lojas chinesas - tem uma enorme vantagem, ainda mais atraente que o preço baixo. Refiro-me ao facto de nunca ficarmos fartos das coisas que compramos: usamos três ou quatro vezes, estragam-se e vão para o lixo! E depois voltamos a comprar outra porcaria igual, repetindo a inigualável sensação de novidade!

O beijo, de Francesco Hayez


Depois do Beijo de Klimt (aqui e aqui) do Beijo de Schiele do Beijo Toulouse-Lautrec ofereço este sábado aos meus leitores mais um beijo, in casu, de Francesco Hayez, em homenagem as lágrimas que chovem na noite, um tributo aos meus mais antigos leitores e às pinturas que partilhámos juntos.
Hayez nasceu na mais romântica cidade de Itália, marcaca o calendário o ano de 1791, tornando-se num muito admirado pintor no seu próprio tempo, considerado o mais pertinente exemplo do romanticismo histórico. Recordo o mais distraído dos leitores, que este quadro foi pintado um século antes do famoso beijo de Klimt, sendo as similitudes evidentes, nomeadamente na postura dos enamorados, onde ela sem pudor nem receio se entrega nos braços do homem que ama ou se perda na mais pura volúpia. A proximidade da escada, os tonso soturnos, o extenso chapéu que esconde o rosto do amante, permitem-nos conjurar que o casal esconde o seu amor do mundo, sendo perseguido por fantasmas reais ou imaginários.
É curioso o papel do beijo na história da humanidade, a forma com as culturas e os tempos reconhecem e avaliam o beijo, a sensação de que o beijo flutua entre a banalidade e a unicidade, como se dois beijos iguais fossem imensamente diferentes, como se a mesma boca ao dar um mesmo beijo, dê dois beijos completamente diferentes. Como os quadros: que sendo iguais, são tão diferentes...

Alerta Amarelo

Tenha cuidado, muito cuidado. Os senhores da meteorologia alertam para graves perigos...

sexta-feira, janeiro 30, 2009

Não me forniquem...

Não gosto de criticar árbitros. E honestamente não alinho em teorias da conspiração. Acho que a esmagadora maioria das vezes os árbitros apenas erram. E tenho a certeza que eu faria bem pior. (embora comigo a arbitrar o Benfica ganhava sempre, nem que tivesse de fechar os olhos a três penaltys e deixar passar um golo em fora de jogo!). Mas há coisas que não entendo.
Contra o Nacional um erro grosseiro do árbitro tira dois pontos ao Benfica. É futebol, acontece. E se o Benfica tivesse jogado bem, tinha feito mais golos.
Mas inacreditável é ver o árbitro a frio mandar-nos areia para os olhos, procurando justificar o injustificável. Um homem de carácter, tinha pedido desculpas. Mas aquele "senhor" ainda teve a distinta lata de expulsar o Nuno Gomes esbulhando-o de depois jogos! E agora algo inacreditável: um jogo de suspensão a Katsouranis por dizer "que nos roubaram dois pontos".
Honestamente: quantas frases bem piores que estas ouvimos todos os Domingos? Mais. Porque estranha razão apenas Luisão teve um sumarissimo (aplicado quando o Benfica estava sem centrais) quando vimos dezenas de lances bem piores? (só um determinado central, merecia DEZ!).
Não me forniquem: há uma tentativa clara dos órgãos da liga para prejudicar o Benfica! O que é uma estupidez: a jogar como joga, o Benfica prejudica-se sozinho...

Lendo a "Impresa" aqui do burgo...

Lendo a imprensa começo pelos Editoriais dos semanários bejenses. Discordo profundamente do editorial do CorreioAlentejo (se a regionalização é má, um só Alentejo é péssimo e a frase final não é uma possibilidade, mas uma inevitabilidade) e subscrevo integralmente o editorial do Diário do Alentejo, porquanto, acho intolerável que a lei do "pluralismo" (que defendo) não englobe a RTP. (o que faz da lei uma hipocrisia inaceitável).
A Rádio Pax faz alusão às aguas que separam Almodovar e ao ninho de empresas no Nerbe (confesso que perdi a conta das vezes que ouvi falar nisto, que é uma excelente ideia e uma necessidade imensa). Na Voz do Município faz manchete que abriu o concurso para "quem quer ser meu big chefe" (tenho um dedo que me diz que vai surgir uma segunda candidatura, inesperadissima!).
Ainda havia mais coisas para contar, nomeadamente uma ronda pelos blogues, mas já passa das onze, tenho de acabar um relatório antes da hora de almoço e ainda quero ir nadar. Por isso, se quer saber mais, deixe de ser preguiçoso e vá alí ao lado à bairra lateral e descubra por si mesmo...

Procura-se Candidadato...

Grupo de homens bons do concelho, com algumas boas ideias e projectos, procuram candidato credível para encabeçar uma lista independente à Câmara Municipal de Beja, ideologicamente situado à esquerda. Oferece-se um programa inteligente e bem elaborado e, contrariamente ao universo partidário, os promotores não desejam tachos ou alterações ao PDM. Os interessados ou sugestões podem ser deixadas na caixa de comentários...

Luis Serrano, no Conselho de Opinião

Com a saída por razões profissionais de Joaquim Estevens, o Conselho de Opinião vai ter um novo conselheiro. Luis Serrano, empresário, Presidente do Nerbe, antigo Governador Civil junta-se ao actual painel, formado por Afonso Henriques, António Lança, Daniel Mantinhas, Hugo Lança e Manuel Figueira.
Se na ultima terça falámos sobre desenvolvimento regional, na próxima semana o tema será o desemprego. Todas as terças, pouco depois das 18h...

100 razões para amar Beja - 20

Admito que seja discutível a sua dimensão. Já o escrevi – ou afirmei no Conselho de Opinião – que é um espaço maior que a cidade. Como já esbocei palavras críticas sobre a forma como está a ser usado, que sempre me pareceu demasiado insípida face às suas imensas potencialidades. Destas palavras não se procure uma crítica a quem dirige o local: é minha convicção de que quem ocupa a cadeira directiva tem feito um óptimo trabalho. E um trabalho difícil. Ao ler estas linhas o “visado” irá assobiar para o lado sem confirmar ou infirmar, mas não invejo o papel de quem tem funções directivas numa sociedade, cujos dois únicos sócios estão desavindos, apontando-se recíprocas espingardas em público, mormente divergências sobre novos investimentos que me parecem cruciais.
Mas deixemos de lado as quezílias e entremos na enfatização do Parque de Feiras e Exposições. Filho da Ovibeja foi mais tarde adoptado pela Câmara Municipal, entidades que partilham a guarda desta enorme criança. Dotado de mais de 17000 m2 em Pavilhões, tem ainda um amplo espaço administrativo e dois picadeiros, que permitem uma multiplicidade de utilizações. Razoavelmente bem servido de estacionamento, localiza-se num dos arrabaldes da cidade, permitindo uma utilização nocturna sem grande prejuízo para os munícipes que, sublinhem-se, chegaram ao local após o espaço estar dinamizado.
Por vezes perdemos a noção da nossa própria realidade, mas é bom recordar que não há muitas cidades de média dimensão – e de certeza nenhuma pequena cidade – que disponha de um espaço com estas dimensões e valências, excepcional para pequenas ou grandes feiras, para espectáculos de música, desporto equestre ou até festas partidárias, com capacidade para albergar eventos de dimensão internacional, um espaço susceptível de colocar Beja no mapa nacional das grandes feiras, sendo a pedra angular para uma cidade de eventos.
O Parque de Feiras e Exposições é mais uma excelente razão para amar Beja. Mas importa nunca esquecer que os amores não são paixões efémeras: têm de ser sempre cuidados, mimados, construídos todos os dias com pequenos e grandes gestos. Sob pena de se perderem no tempo…

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Exercício Militar...

Decorreu por estes dias um exercício militar que envolveu 1000 tipos fardados com o intuito de treinar a estabilização de uma zona em conflito.
Pergunto, porque perguntar não devia ofender: está o exército preocupado que o PCP perca as próximas eleições e seja necessária a intervenção militar para largarem o feudo?

PM no Baixo Alentejo


O Primeiro Ministro de Portugal, José Sócrates vem no próximo mês a Beja para adjudicar do IP8, o que penso ser a décima vigésima vez que foi adjudicado. Pergunto, porque perguntar não devia ofender: vem sozinho ou traz a família?

Impunidade!


O maior cancro da sociedade portuguesa contemporânea é a impunidade que grassa com intoleráveis limites. Tenho doutrinado que de todos os pilares da nossa ainda tímida e insípida democracia, a justiça tem sido nestes trinta e poucos anos o filho bastardo do sistema democrático. Não procurem nestas palavras, porque nas mesmas não vão encontrar, a desculpa simplista de atacar juízes ou o ministério público ou mesmo as várias polícias por uma falência que responsabiliza todos. Ou devia responsabilizar se em Portugal a culpa não fosse uma velha e abandonada solteirona.
No meu ensino tento explicar que o Homem é o único ser com a capacidade de saber exactamente o que deve e não deve fazer, o que lhe é permitido e proibido, sendo dotado da divina condição de escolher fazer o que não pode, esse estranho livre arbítrio que nos leva a escolher o mais poluto dos caminhos. Infelizmente caracteriza a condição humana a ancestral tendência para o egoísmo, para procurar “esticar a corda ao seu limite, demasiadas vezes sem pejo de a fazer quebrar”.
O Homem de hoje, liberto dos condicionalismos da moral cristã, sem que a valoração negativa da sociedade seja hoje um factor inibidor, só na aplicação da Justiça encontra antídoto para comportamentos desviantes, tornando-se o Direito, mais que uma necessidade, uma inevitabilidade.
Não são razões genéticas que determinam que determinado etnia não se conforme com as leis gerais do Estado e escolha um heterodoxo leque de comportamentos desviantes. – e mesmo sem a nomear, os meus ouvistes compreenderam de quem estou a falar-. Por mais que a voz de alguns lhes doa de tanto gritar, se determinados bairros são regulados pela criminalidade as culpas não são sociais ou económicas, mas têm como justificação a impunidade crescente, a convicção que se ergue de que tudo lhes é permitido sem que o braço da lei os puna pelos seus ilícitos, com a severidade suficiente para ter um verdadeiro efeito repressivo e preventivo.
Se no aparelho de Estado, quer nacional quer regional, prolifera o compadrio, o clientelismo, a subversão entre os interesses gerais e particulares e, porque não o assumir seria cobardia, a mais abjecta corrupção que mina a credibilidade do Estado e dos políticos, tal deve-se ao sentimento crescente de impunidade, ao facto objectivo de que em trinta e três anos de democracia sejam quase inauditos os casos de pessoas condenadas por corrupção ou afastadas dos seus cargos por práticas imorais. Ao ponto de o cidadão começar a achar natural que os partidos usem o aparelho de estado com algo seu, com crescentes e abomináveis promiscuidades.
Por vezes, temo que cheguemos ao exemplo brasileiro onde alguém se gabava em campanha eleitoral: eu roubo, mas faço!
Pergunta-me: como inverter esta vergonhosa tendência? Desde logo não perdendo a capacidade de nos indignarmos! Porque a democracia, com falhas e faltas, ainda é a vontade do povo…

Cristal da Pele

Há uns anos atrás tive a ideia de promover um espectáculo em que se recitavam poemas de grupos de musica moderna portuguesa acompanhado por um piano. Mas ter ideias é coisa de idiotas e os virtuosos são aqueles que têm a audácia de as colocar em prática.
Com Cristal da Pele os Lendias d` Encantar inauguram um performance poética que junto um actor e um músico.
O espectáculo desta noite foi no palco do Auditório; dito assim, o meu bom leitor não conseguirá entender que o público se sentou numa improvisada plateia, sita no próprio palco, permitindo uma agradável promiscuidade entre o espectador e a sala.
António Revez teve uma encenação audaz e arriscada, com um jogo de silêncios fantásticos; mas saiu-lhe muito bem: está a tornar-se um encenador! O texto tinha como base um livro de José Manuel Carreira Marques teve uma excepcional escolha de textos, com uma intensidade poética e quase-dramática que merece ser enfatizada.
Sobre o músico (César Filipe) até eu que sou surdo ouvi e gostei bastante: dizem-me que apenas houve um ensaio, mas a verdade é que a quimica entre a palavra e as teclas foram magnificas.
Deixo para o fim a actriz, in casu, Tanya Ruivo, de vestido vermelho. Já a tinha visto uma vez e não me tinha estusiasmado; aliás, cheguei a escrever aqui que tinha perdido a virgindade teatral nessa peça, tendo a mesma corrigido-me posteriormente (um erro muito comum nos homens!). Hoje, vi outra Tanya. Extremamente segura, recitou muito bem numa encenação muito física, foi bastante expressiva e intensa, entrou no texto. Repito: entrou no texto, que será provavelmente o maior elogio possível! Quiçá tenha abusado nos adjectivos, mas cada um deles aplica-se na perfeição à actuação desta jovem actriz nesta noite!
Terão ficado coisas por dizer - mas ficam sempre coisas por dizer! Mas hoje não me apetecem polémicas: digo apenas, triste o país ou neste caso a cidade, que não tem memória, que não tem a decência de homenagear aqueles que merecem. E mais não me apetece dizer...

Post Scriptum - Recordo os leitores que assistiram à peça, que este texto foi escrito sem nenhuma referência aos dois orgasmos múltiplos que a actriz teve em palco!

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Por acaso até concordo...

... não há coação moral quando há tumor irreverencial...

PS - Piada exclusiva para juristas ou as coisas que nós achamos graça!

A posta roubada...

A situação dos mercados financeiros é tão má, que as mulheres voltaram a casar por amor!

Divulgação ou a história de como me tornei prostituta...

Para apresentar o novo álbum, JP Simões vai estar no Pax Julia no próximo dia 4 de Fevereiro. Em sua homenagem o Viagra e Prozac tem música nova. E você? Vai ver ou fica com os tin tins no sofá a ver a novela da TVI?

Convite: se eu não fui enganado - algo sempre muito provável - vou conseguir um convite - será duplo não? - para um leitor aqui da espelunca! Como ganhar? Pois bem.. uma vez que eu ando sem tempo e esgotei os meus predilectos, interrompendo a melhor coisa deste blogue, desafio os meus leitores a comentarem um quadro: um qualquer à vossa escolha. O melhor ganhará o bilhete, caso o tipo que disse que me oferecia não tenha gozado com a minha cara. Parece-me justo!

Acho indecente...

... usar dramas humanos para fazer politiquice...
Sem link!

Dia de Patanisca...

Impressionante como oito anos depois ainda sabes o truque para me roubares sempre um sorriso a forma como me ensinaste o que é o amor incondicional...


Quase fora de contexto: hoje também faz anos um lisboeta meio rabeta; alguém que aprendi a ser amigo, apesar de termos começado mal, por estupidez minha. Um abraço para ti!

Adenda: Infelizmente não posso postar aqui as fotos que recebi agora, porquanto a minha cunhada iria cortar-me algo que estimo: mas eu tenho a mais linda e querida sobrinha do mundo!

100 razões para amar Beja - 19

Uma das razões para amar Beja é o rio. Deixada a frase assim escrita, a esmagadora maioria dos leitores será tentado a pensar que ensandeci definitivamente, que vejo água onde apenas corre o barro. Mas ofereço-vos hoje uma húmida razão para apreciar a nossa cidade, banhada pelo Rio Guadiana, que corre no nosso concelho, razão que justifica esta minha aparentemente estranha escolha.
Infelizmente o amor entre a cidade e o rio tem sido desprezado pelos homens, curioso paradoxo de um país de marinheiros que passa séculos divorciado dos mares. Mas amar algo ou alguém é esquecer os defeitos – ou amar os defeitos, porque são estes que nos dão individualidade e nos tornam únicos – e ter a capacidade para ver mais longe que os limites curtos, sonhar para além do horizonte, conseguir ver o que ainda não está lá, mas só depende de nós construir. Amo uma cidade que tem um rio a sete quilómetros, que apenas precisa de uma pequena estrada e alguns infra-estruturas que nos permitam usufruir o rio grande do sul, um café debruçado sobre as águas para ler um bom livro, petizes a correr nas margens dentro de um parque infantil abrigado, pescadores ao longe, desportos náuticos que ofereçam o azul ao amarelo esverdeado dos campos.
Porque Beja é uma cidade onde se juntam os opostos, onde os contraste se atraem numa idiossincrasia especial, onde comungam dispares afluentes num leito que se vai construindo, num caminho que podemos escolher. A escolha desta noite é um caminho que nos leve ao rio, que nos possa conduzir ao mar…

terça-feira, janeiro 27, 2009

28....

Ninguem merece ler uma resposta de vinte e oito páginas a um caso prático! Mas o burro sou eu que não limitei o número de páginas! Ninguem merece ler uma resposta de vinte e oito páginas a um caso prático! Mas o burro sou eu que não limitei o número de páginas! Ninguem merece ler uma resposta de vinte e oito páginas a um caso prático! Mas o burro sou eu que não limitei o número de páginas! Ninguem merece ler uma resposta de vinte e oito páginas a um caso prático! Mas o burro sou eu que não limitei o número de páginas! Ninguem merece ler uma resposta de vinte e oito páginas a um caso prático! Mas o burro sou eu que não limitei o número de páginas! Ninguem merece ler uma resposta de vinte e oito páginas a um caso prático! Mas o burro sou eu que não limitei o número de páginas! Ninguem merece ler uma resposta de vinte e oito páginas a um caso prático! Mas o burro sou eu que não limitei o número de páginas! Ninguem merece ler uma resposta de vinte e oito páginas a um caso prático! Mas o burro sou eu que não limitei o número de páginas!

Regionalização, não obrigado!

Sinto-me reconfortado por constatar que a regionalização (seja com um Alentejo dois ou dez, independentemente das formas ou estruturas) faz o pleno entre as estruturas partidárias distritais. Porque ver os três partidos que existem em Beja dizer o mesmo, dá-me maior liberdade para expor as minhas convicções, sem temer que os mais distraídos leitores procurem nas minhas palavras quaisquer resquícios de complexos ideológicos ou fobias políticas.
Fui, sou e serei sempre contra o "esfrangalhamento" do País em retalhos, na Madeirização de Portugal continental. Mais do que dividir, necessitamos de abolir largas dezenas de concelhos absurdos e permitir que os concelhos fiquem mais fortes, com maior descentralização mas sem a criação de mais estruturas intermédias com difusos e confusos poderes e prerrogativas.
Claro que as estruturas locais e os caciques anseiam pela regionalização: os partidos - e em Beja sabemos que "só mudam as moscas" - têm um conjunto de boys e girls para alimentar e uma nova estrutura política com largas dezenas de lugares políticos era a melhor notícia possível em período eleitoral.
Mas.. confesso-me farto de pagar a festa da incompetência, do compadrios, da dependência promiscua, do silêncio cobarde em troca de um pequeno prato de comidinha. Regionalização? Não, obrigado!

Quem vai ser o novo "papá" do Diário do Alentejo!

foi aprovada a lei que tira das mãos do estado regional os jornais. Não acompanhada de uma lei análoga para o estado central, permitindo aos "Sócrates" e ao Pinto da Costa mandar na RTP!
E agora? Quem vai ser o novo papá do mais emblemático jornal do distrito?

100 razões para amar Beja - 18

As minhas memórias são mitigadas e carcomidas pela passagem dos anos; vasculho nos retalhos da mente e suponho que uma mão seja suficiente para contar nos dedos as raras vezes que passei aquele portão alto, as paredes frias de pé alto num antiga palacete, sito na avenida Vasco da Gama. Mas recordo-me que era austera, silenciosa, gélida e distante, com uma diligente funcionária sempre alerta para mandar calar ao menor sussurro. Sem mácula! Porque naqueles tempos, aqueles locais eram sumptuários de mudez. Até que a cidade nos ofereceu modernidade. Num espaço amplo. Iluminado. Com vidros que deixavam penetrar a vida. E com barulhos. Um espaço vivo, habitado por gentes, direccionado para as pessoas. Mais que uma razão para amar Beja, a Biblioteca Municipal de Beja - José Saramago é uma razão para amar o universo da leitura! Ou para quem ama a música e a imprensa. Ou precisa de acesso à Internet. Um espaço que recebe com carinho as crianças e lhes proporcionam um ambiente único. Como se pode ler na sua declaração de interesses "mais do que um espaço físico com mais ou menos livros, a biblioteca foi desde sempre uma forma de intervir, de questionar e comunicar, e assume-se como um lugar de desassossego cultural, um ponto de encontro, uma casa. A casa do livro e da cultura. Mas uma casa de janelas abertas ao vento e ao sol." Não vou fazer a hipocrisia de escamotear que nos últimos anos a Biblioteca perdeu o papel crucial de maior promotor da cultura na cidade: as palavras andarilhas perderam a sua "anualidade", nos últimos anos perdeu-se a excepcional iniciativas das vinte e quatros horas abertas para comemorar a leitura, que os constrangimentos orçamentais fizeram perder o brilho aos agradáveis serões que fizeram desfilar na cidade largas dezenas de vultos únicos na cultura portuguesa. Mas neste espaço optamos por sublinhar a excelência. E no caso da Biblioteca, se a oferta literária é muito interessante, se arquitectonicamente o espaço está bem conseguido, se os funcionários são diligentes, se o conceito do espaço é soberbo, importa não esquecer a excelência do trabalho de quem passou da ideia à sua concretização e ajudou a que a Biblioteca de Beja tenha sido uma das melhores em Portugal: ao Dr. Figueira Mestre fica o público elogio!

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Concurso de Fotografia...

O Viagra e Prozac convida os seus leitores a participarem num Concurso de Fotografia com uma tema "uma rua em Beja com a estrada em bom estado". Todas as fotos serão publicadas e dão-se alvissaras a quem conseguir encontrar uma rua de Beja que cumpra os requisitos do concurso!

Porque não há vergonha em querer aprender!

Prazer a três...

Nunca percebi o famoso fetiche masculino de ter prazer a três. Ainda hoje passei parte da manhã com a minha dentista e a sua assistente e confesso que não tive prazer nenhum...

Plagiando o Expresso ou as palavras que tive vontade de escrever mas não consegui!

Sobre Ronaldo, o Cristiano, e a febre mediática em redor do Prémio, escreveu João Pereira Coutinho: "...Mas o pior veio a seguir: páginas e debates com declarações embaraçosamente homoeróticas. São as pernas de Cristiano Ronaldo. O tronco. A elegância. Não sei se alguém falou nos mamilos mas é possível. Verdade que o futebol sempre serviu para isso: para que os homens pudessem expressar as suas pulsões homossexuais sem sentimentos de culpa. Só assim é possível explicar a paixão masculina por rapazes de calções curtos, a correrem pelo campo, e, em caso de golo, a abraçarem-se e a acariciarem-se com os seus corpos suados. Com Ronaldo, Portugal voltou a relembrar a natureza gay do futebol..."

100 razões para amar Beja - 17

Eles não têm lá grande aspecto. Mas se quisermos ser honesto e lhe perguntarmos a eles o que acham do meu aspecto quando me visto todo pipi de gravatinha e lenço no bolso exterior do casaco, quase garanto que também iriam dizer que eu não tenho lá grande aspecto!
Mas e contrariamente ao que as pessoas insistem em pensar, nós somos bem mais do que aquilo que parecemos. Eles são jovens e irreverentes – e a irreverência é provavelmente a melhor das juvenis qualidades – vestem-se com roupas que achamos esquisitas e insistem em não ficar sentados a deixar o tempo e a cidade passar por eles. Não os conheço: apenas o seu trabalho. Começaram por demonstrar preocupações sociais em dois bairros muito problemáticos da urbe, criando um amplíssimo conjunto de ateliês onde jovens de todas as idades pudessem matar os tempos de tédio. Mas nas veias corre-lhes o empreendorismo e tiveram a audácia de arriscaram fazer um festival ambiental que baptizaram de Rasta Fest, oferecendo à cidade uma feira e um ambiente diferente, uma porta para novas gentes e públicos. E de certeza que na gaveta tem novos projectos e muitas ideias. E a coragem de rasgarem o papel e passarem aos actos.
Escolhi para homenagear hoje a Associação Juvenil Arruaça, não apenas pelo seu excelente trabalho, mas pelo seu significado. Porque perceber que jovens se interessam pela sua cidade, que enfrentam o marasmo comodista, que têm a capacidade de sonhar e agir é a prova provada de que Beja tem passado e pode ter futuro. Que apesar das mil carências, ainda temos muitas virtudes e que o sonho é efectivamente aquilo que comanda a vida. Esta é uma razão para amar Beja, porquanto existindo jovens com capacidade e energia em fazer uma cidade melhor, temos motivos para dormir com esperança. Porque como eles no ensinam “e deposto os arrufos, inflamadas as bocas, imparáveis as mãos, será descortinado o sentido de simplesmente arruaçar!"

domingo, janeiro 25, 2009

Viagra e Prozac recomenda...

Já tinha ficado muito impressionado com o trabalho de Fernando Meirelles e a sua Cidade de Deus. Mas Blindness (adaptado do Ensaio sobre a cegueira do camarada nóbel) é absolutamente extasiante. Uma viagem perturbadora à essência da alma humana. Para ver com olhos de pensar...
Admito escrever algo mais sobre o filme, mas terminei agora de o ver e confesso a minha impotência para o comentar agora!

A chamada verticalidade do marreco...

Quando o Braga perdeu na luz devido a um erro do árbitro, Jorge Jesus armou-se em virgem sodomizada e disse algo como "o maior roubo de sempre". Queixava-se de um golo irregular e de um pretenso penalty. Ontem o Porto ganhou com um golo irregular e não foi marcado um penalty contra o Porto. (segundo a imprensa, porque aos vinte minutos deixei de ver, ciente do que iria acontecer)! Que fez Jorge Jesus? Calou-se!

Está lindo este domingo...

Pondero a possibilidade de ter paciência para "acender" a lareira e deixar-me perder no sofá a ler. Sim! Eu gosto de domingos de chuva...

O Primeiro-Trapalhão...

Começo por sublinhar um ponto: acredito na honestidade do Primeiro Ministro. Porque é isso que significa a presunção de inocência e nunca fui daqueles que sustenta que a imprensa é dona da verdade absoluta. Mas assumido isto, deixo a questão: há Primeiro mais trapalhão que Sócrates?
Foi o estranho casa da licenciatura domingueira, depois as sua perícia enquanto engenheiro de obras mal feitas, o cigarrito aéreo, a misteriosa alínea no orçamento e agora a família freeport! Imaginam se estas histórias tinham como personagem Santana Lopes?

sábado, janeiro 24, 2009

100 razões para amar Beja - Intervalo

Por questões de sanidade mental deste que vos escreve - e com o não escondido intuito de manter alguma decência literária - a "rubrica" 100 razões para amar Beja, começa a parar ao fim de semana.

Aquilo que dizem chamar regionalização...

Neste momento em Portugal há dois paladinos na defesa do alargamento dos poderes locais: Alberto João Jardim na Madeira e Francisco Santos, Presidente da Câmara Municipal de Beja.
Pois!

Ode às boas gentes de boliqueime!

Por razões genéticas tenho sido espectador atento do campeonato de benjamims em hóquei em patins. No cardápio desta tarde um Desportivo de BejaClube de Patinagem de Beja-Boliqueime.
Confesso que conheço Boliqueime por ser a terrinha do nosso Presidente e se passei duas vezes por Boliqueime foi porque "de ambas as duas" me perdi, algo absolutamente normal neste que vos escreve!
E gostei imenso do que vi! Desde logo, algumas dezenas de pessoas vieram do Algarve acompanhar os seus petizes. Algumas no autocarro da Câmara - cedi a tentação e não teci nenhuma piada sobre para o que a nossa empresta o seu - e muitas outras em carros particulares: depois, na equipa, misturavam-se rapazes com duas ou três raparigas (honestamente fiquei na dúvida, embora tal não seja importante porque os anjinhos não têm sexo), mostrando aquilo que verdadeiramente importa no desporto infantil: deixar que os miudos se divirtam, que pratiquem exercício físico, que incrementem os mecanismos de companheirismo, permitindo um crescimento saudável. Havia na sequência um outro jogo, de muidos ainda mais novinhos, em que o peso feminimo na equipa era ainda maior. Porque nestas coisas o resultado é o menos importante, estou certo qye ganhou Boliqueime e as pessoas que conseguiram erguer este jovem clube de hóquei.

PS - Constataram que resisti neste post ao chauvinismo de referir que o meu sobrinho marcou hoje o seu primeiro golo na sua curta carreira desportiva? Que escrevi este post sem mencionar que gostou tanto de marcar o primeiro que fez ainda mais dois?

Porque algumas perguntas podem ser confrangedoras...

Hoje na piscina perguntaram-me se era o "tipo do viagra"! Ponderei bem, olhei para o balneário cheio de homens desnudos e optei dizer que era o "tipo do prozac"! Pareceu-me mais seguro...

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Para as meninas que dizem que no rabinho dói...



... experimentem ter de ver mais de duzentos casos práticos e ainda ter de avaliar o Moodle. Que semana....

Estranho post ou porque o blogue terá de servir para alguma coisa...

... nem que seja para poupar o dinheiro de uma chamada telefónica. Meu prezado e azul amigo: arranja-se uma mesa com vista panorâmica para o glorioso e um repasto especial para as 20h15? Hoje estou "vermelhamente" optimista...

Qimonda fornicou-se..

Esta não é mais uma falência de 2009. Esta é a falência de 2009!

100 razões para amar Beja - 16 (com excelente adenda)

Mesmo para mim foi estranho pensar nesta razão. Até porque presumo que há mais de uma década que não penetre naqueles portões. E escolho não o fazer! Prefiro fazer este post agarrado às minhas memórias, prefiro deixar vaguear na imaginação a recordação e a saudade, recordar-me dele como o conheci na minha primeira infância.
Recordo o lago - eternamente sujo - onde os coitados dos patos eram alvos de traquinas como eu, que sob o altruísta pretexto de saciar a fome dos bichos, treinávamos tiro; mais ao longe, do lado esquerdo, as gaiolas habitadas por estranhos e pouco amistosos pássaros. E de passear na carroça, como me divertia naqueles curtos passeios em que o cavalo anão nos fazia meninos grandes (nestes quatro dias, pensei mil vezes, mas varreu-se-me da parva memória o nome do bicho).
Anos depois, regressava para jogar no ringue: muito futebol, algum hóquei e basquetebol, onde apesar de ser espigado, nunca tive qualquer talento. E os primeiros beijos, naqueles deliciosos e recônditos cantos onde os namorados se entregavam sofregamente ao prazer juvenil das hormonas!
Dizem-me que está diferente e para pior. Estranham que se chame jardim público mas esteja fechado depois do horário laboral! Podíamos queixar-nos de faltar uma infra-estrutura que permita usufruir melhor do espaço. Mas hoje não quero saber de queixumes: quero recordar e homenagear o jardim público da minha infância, onde vivi muitas razões para achar Beja deslumbrante e inesquecível. Aliás... até tenho saudades das tremendas secas que ali todos vivemos, quando as noivas escolhiam aquelas árvores para pirosas e intermináveis sessões fotográficas...

Adenda do leitor M&M: No jardim a Primavera não se faz anunciar. Surge orvalhada numa manhã qualquer sem se importar com o calendário.Sem ter em conta as manchas de cores, o brilho da terra orvalhada, o sol aquecendo as pétalas dos miosótis, as aves riscando as manhãs limpas e claras de março. O cheiro da relva aparada, os homens mondando os canteiros, podando as roseiras, manhã cedo,aindamal a claridade definia os vultos que atravessavam o jardim em direcção ao mercado. O Ti Augusto, guarda do jardim, com a bondade no rosto e os olhos aguados de azul;os barcos a remos no lago grande; os pedaços de pão para os patos que, sorrateiros, trazíamos de casa e trocávamos por umas voltas á medida de quem nunca tinha visto o mar...

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Eu sei que sou trombudo...

... mas esta indignação não é mau feitio!
O meu leitor acha que quando o cavaleiro está em pleno campo pequeno, bancadas cheias de gente de gosto duvidoso, com as farpas na mão, pronto para as espetar no lombo do boi, acham que o toureiro se vira para o bicho e diz: "descontraí que não vai doer nada?"
Está visto que não.
E, se o toureiro não o faz, porque estranha os dentistas insistem em fazê-lo?

Chamem-me o que quiserem...

Em plena crise literária, num momento de profundo desespero, voltei a tentar ler Saramago e o seu novo "elefante". Chamem-me todos os nomes, mas não gosto, não suporto, não tenho paciência para a arrogância de não usar pontos final e as letras minúsculas, mais as virgulas e o raio de uma história absurda. Digam o que disserem, mas com excepção do Levantado do Chão - que é brilhante - Saramago escreveu coisas razoáveis, outras medianas e muitas intragáveis!

Acho que sim...

... Quique fez bem em devolver a baliza ao seu dono. Pelo que fez nos últimos anos, merece!

O vereador Miguel Ramalho pergunta... (Com Adenda)

"O Governo Civil serve para alguma coisa?"

Adenda: Ia dar a minha opinião sobre o tema. Mas alguém já o fez com mais brilhantismo que eu o conseguia fazer!
Fora de Contexto: Pode ouvir aqui o último Conselho de Opinião, onde se serviram autárquica à mesa.. E esta pergunta!

100 razões para amar Beja - 15

Escreveram-se milhares de linhas sobre o Polis de Beja. Eu próprio escrevi palavras críticas sobre a esmagadora maioria das intervenções. Mas há uma obra que merece o projecto. Refiro-me obviamente ao Parque da Cidade! Claro que não é perfeito, é óbvio que se tivermos prazer na contradição podemos apontar a deficiente inter-acção com a mata, que o lago podia ser mais fundo ou mais raso, mais curto ou comprido! Mas a honestidade intelectual obriga a reconhecer que o resultado é absolutamente extraordinário.
Bem enquadrado, com boas condições de estacionamento, servido por um restaurante e um café (sobre os quais expressei diferentes e contraditórias opiniões) é um espaço impar para o convívio familiar, com excelentes condições para os petizes (há tempos brincava, dizendo que o Parque da Cidade é a principal razão pela qual os bejenses fazem filhos) ou, para o prazer da leitura!
Encanta-me especialmente o fim de tarde, quando podemos ver no horizonte o sol a deitar-se, enchendo a cidade de uma cor única e irrepetível, de um abrasivo laranja que nos faz sorrir a alma. Acho graça aos barulhos que ao longe se perdem em silêncios, zumbidos de vida, patos doidos que nos tentam atacar, um passeio de "gaivota" em plena planície interior, gotas de mar em terra seca! Fiz pausa na escrita para deixar sair um timido sorriso. Apetece-me apagar as ultimas linhas, porquanto, ver o parque à noite, quando a cascata canta ao vento, com o céu estrelado em noites de lua plena, é uma visão inesquecível!

Apaixona-te por Beja!


Basta olhar para as gordas da imprensa regional, ouvir as rádios locais ou escutar as conversas de alguns cafés e restaurantes, para compreender que já desceu à rua a luta autárquica de 2009. Lançados aos lobos da opinião publica e publicada os candidatos laranja e rosa, a questão vermelha não sendo do conhecimento público, não irá surpreender os mais atentos! O que significa que abriu a época de caça ao voto e vamos ser presenteados com propostas maravilhosas, projectos lindos e audaciosos, condenados a ficar no papel, gastando eucaliptos!
Irrita-me a predisposição lusitana para grandes projectos! Bem sei que está no ADN deste estranho povo a vocação das grandes obras, dos mega empreendimentos; que foi a ousadia de sonhar mais alto que fez de Lisboa o centro do mundo. Mas de um mundo que já não volta, de um tempo que embora épico é irrepetível!
Como é consabido não partilho da opinião quase unânime que ao Estado – central e regional – devemos exigir tudo e responsabilizar por qualquer coisa! Talvez ingenuamente, sou acérrimo defensor de uma democracia do cidadão, onde este tenha a coragem de assumir uma posição activa!
Quer os candidatos conhecidos quer os que ainda não se perfilaram abertamente, por mais bonitos e eloquentes que sejam os seus projectos, não terão a capacidade para mudar a cidade sozinhos! Se alguém dos candidatos tivesse a insanidade de questionar a minha opinião, responderia sem pejo nem dúvidas que a primeira missão do próximo Presidente será motivar os bejenses para se apaixonarem pela sua cidade!
Todos nós conhecemos as deficiências da nossa cidade, reconhecemos os erros recentes, percebemos a falta de visão e ambição, a impotência para pensar a cidade para uma década; mas o percurso não pode continuar a ser feito com críticas pessimistas! Se queremos um ciclo novo, urge enaltecer o que a cidade tem de mais belo e apaixonante, rastrear as potencialidades que a cidade nos oferece, enamorarmo-nos daquilo que temos sem abdicar de sonhar com o que podemos conquistar! Claro que a Câmara Municipal tem de ser a âncora do desenvolvimento, ter a lucidez de apontar destinos, a competência de se fazer notar pelas soluções e não pelos problemas que coloca! Mas antes de apontarmos a responsabilidade aos outros, importa que cada um de nós reflicta e perceba o que pode fazer pelos outros, como podemos ajudar a nossa cidade a deixar este marasmo contemplativo!
Apesar de todos os queixumes, não abdico do imenso prazer de amar a minha cidade! E convido aquele que me ouve nesta gélida manhã a deixar de ver e começar a olhar a nossa cidade, deixar-se perder nos pequenos detalhes, nas singularidades que fazem de Beja uma cidade especial. Sim, apaixone-se pela sua cidade, porque se cultivar essa paixão poderá ter o privilégio de encontrar o puro e recíproco amor!

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Desculpem incomodar...

... mas os meus leitores acham que se Portugal fosse um País mais religioso, os fumadores mandavam tantas beatas para o chão?

Crime em Almodovar...

Terá acontecido nestes tempos mais próximos uma tentativa de homicídio na Câmara Municipal de Almodôvar, com a tentativa de um eleito agredir um outro eleito municipal. Pode ler aqui!

100 razões para amar Beja - 14

Partilho com os meus amigos leitores - bem como com os muitos outros - uma história que tem alguns anos, talvez catorze, por alturas de uma defunta feira chamada FeiraAlimentar, organizada pelo Nerbe. Num saudoso sábado de tarde, um daqueles dia de Outono com mania que é Inverno, estava eu entretido a fazer de salsicheiro, quando recebo uma inesquecível visita. Quatro lisboetas, numa época em que os telemóveis ainda não habitavam os nossos bolsos, surgem na planície, - sem saber a minha morada - para conhecer a nossa cidade, imbuídas daquele espirito com que na capital olham a provincia. Jantámos numa tasquinha: petiscos e vinho novo. Gargalhadas e depois um silêncio. Passaram anos mas recordo como se fosse ontem. O silêncio!
Porque junto da mesa, caminhando num passo muito nosso, um grupo de homens, experimentados pela vida, de rostos fortes, enrugados do esforço da labuta dura, todos como se fossem apenas um, presentearam-nos com o cante alentejano!
Alguém mais dotado que eu consegue por na prosa o encanto daquelas vozes? Como explicar a quem nunca ouviu, como se faz melodia sem intrumentos, poesia sem poema, o sentimento único de aquelas vozes que caminham num só compasso, num mesmo ritmo e única direcção!
Dizem-me que o cante das nossas gentes é tão património como edifícios de paredes e pedras, castelos e igrejas. Confesso a minha discordância: sempre achei o cante alentejano mais património do que aquilo que os outros chamam património...

terça-feira, janeiro 20, 2009

Agora compreendo...

... porque no meu JPS diz "Fumar Mata". Cada vez que abro a janela para matar o mais estúpido dos vícios e me deixo congelar com este frio, percebo que fumar causa hipotermia!
A tempo: acham que neva hoje?

Deixemo-nos de merdas...

... isto é apenas mais uma notícia igual a muitas outras, entre as muitas que ninguém quer falar. Há no Baixo Alentejo "uma questão cigana". E xenofobia é a hipocrisia de ficar calado!

Política, política e mais política...

Vendo a imprensa aqui do burgo, já se respira o frenético ano de 2009. Na Pax destaque para Pulido Valente que vai apresentar na CMB proposta para minimizar o flagelo social! Referência ainda para a exportação para Ferreira do Alentejo de Francisco Caixinha (o que me chamaram quando escrevi que a CMB está em "reformulação"); por fim faz-se ainda referência há volta à planicie em carros da câmara!
Na Voz do Munícipio alude-se à guerra das laranjas em Almodovar, da reunião da Dorbe e da misteriosa história do porquicido! (este tema dava piadas óptimas, mas impróprias para ano eleitoral!)

I have a dream

Finalmente - inacreditável demorar tanto tempo - a tomada de posse daquele a quem já chamam o Pedro Passos Coelho das Américas...

100 razões para amar Beja - 13

Não deixa de ser premonitório a sina de que esta seja a décima terceira razão! E talvez mais uma estranha razão, mas entendi escolher a sopa de cação dos Infantes (tive tremendamente tentado a eleger a perdiz estufada em cama de couve, mas cedi aos impulsos do paladar e fiz uma escolha mais genuinamente tradicional), sem escamotear a contradição de vos aguçar o apetite com algo que já não é possível saciar!
Não deixa de ser curioso que Beja tenha uma excelente gastronomia e sejam raros os locais onde nos podemos deleitar na mesa! E não me lixem com o desbarbado argumento do diminuto poder de compra, porquanto, bastam vinte quilómetros para arribar a Serpa, onde o poder de compra é inferior e sem problemas consigo identificar cinco restaurantes deliciosos (Molha o bico, Tradição, Alentejano, Lebrinha - para quem ao contrário de mim o aprecia - e o meu predilecto, Pedra de Sal). Beja, por misteriosas e estranhas razões, sempre foi pródiga em cervejarias - esmagadoramente frequentadas por homens -, algumas tascas de bom prato, mas mitigada em Bons restaurantes. Fecho os olhos e recordo os gloriosos anos do Restaurante a Esquina (que agora é possível matar saudades no Frango à Guia, onde regressou o talento singular da D. Isabel Proença) e os Infantes, que no fim da década de noventa foi um caso único de sucesso gastronómica na cidade, apesar de desde o primeiro dia ser alvo do arrogante desprezo da maioria dos bejenses! Aliás, eu próprio, mantive uma estranha ligação com os Infantes, a mistura da soma de incontáveis prazeres gastronómicos, com o ressentimento por uma espécie de intrincado dique que separou águas que juntas corriam para o mar!
Mas, regressemos à mesa dos Infantes, contemplemos as paredes caiadas e as suas abóbadas cuidadas, deixemos trazer as entradas - aconselho a orelha de porco, os enchidos e os torresmos, um queijo de cabra caso ainda lhe sobre gula -, um vinho, necessariamente tinto e esperemos com calma que as sopas fervam em lume brando, para se sentarem na mesa encamadas numa terrina de barro, acompanhadas por finas fatias de pão alentejano, que se apaixonam no prato, deixando suar o cheiro a vinagre! E se conseguir suportar, se o estômago ainda lhe der consentimento, perda-se nos doces conventuais.
Dizem-me que a porta está fechada. Mas fecho os olhos, seduzo os sentidos e fico com a certeza certa que os Infantes ainda lá estão...

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Desculpem interromper...

... mas agora a ver o keyword analysis, fiquei com uma dúvida assustadora: circulam na net fotos eróticas de Fátima Felgueiras?

Greve de Professores...

... o seu filho teve aulas hoje? Se não teve, onde deixou o petiz?

Desculpem lá perguntar...

... mas para além de parvo, qual o nome técnico para um gajo que vai lavar o carro num dia de chuva tonta?

100 razões para amar Beja - 12

O espólio da passagem alemã por Beja, parece-me uma razão de encantamento sobre a cidade! Confesso que tive dúvidas para catalogar esta razão, na desesperada escolha pelo vocábulo que me parecia o mais indicado. Como escrever sobre a passagem dos militares pela nossa cidade é penetrar no delicado campo que nos faz emergir uma complexa relação de amor e ódio, que caracteriza a relação que muitos de nós temos com a nossa Pax-Júlia.
Prometi a mim mesmo não tecer críticas nestas cem razões, uma espécie de catarze de muitas outras coisas escritas; mas hoje, é mais dificil do que nunca! O legado dos militares alemães é impressionante: um bairro com deslumbrantes condições e delineado com arte e engenho, um campo de futebol, a famosa mata de Beja (que com toda a certeza terá direito a um post!), um hotel, bares e restaurantes, uma ciclovia (construída numa altura em que a palavra ainda não existia no léxico lusitano) e uma base aérea que a incompetência dos homens ainda não permitiu que se tornasse um Aeroporto!
Entristece-me que nada mais tenha ficado da presença alemã que as infra-estruturas e o nosso amigo Zig. Devia ser motivo de reflexão, as complexas motivações para que a cidade não tenha optimizado o enorme espólio da Força Aérea alemã! Porque apenas analisando os erros do passado se conseguem impedir que se repitam no futuro os mesmos dislates...
Mas, este é um momento para pensar positivo e enaltecer as virtualidades; podia juntar ao que já escrevi, a importância da presença alemã para a economia regional, os cafés, bares, restaurantes, supermercados e algum comércio tradicional, que viveram naquela época os seus anos dourados! Mas afirmá-lo era contrariar as minhas mais intimas convicções, valorizar o acessório esquecendo o essencial; sim, porque o essencial da presença alemã foi o privilégio único de viver um choque de antagónicas mentalidades e culturas, permitir o convívio com a diferença, o papel decisivo na luta contra valores de conservadorismo provinciano, a irrepetível virtude que havia vida para além da planicie...

domingo, janeiro 18, 2009

Coisinhas boas...

... que nos fazem sorrir é receber de um querido ex-aluno a passear pela Lituânia (dizem que é Erasmus) um lindo trabalho baseado no beijo de Klimt! Sim: é isto que o ensino tem de mais bonito! (in casu, até acho que ele "chumbou" comigo!) Obrigado Pedro e boa sorte nessa complexa busca...

Sinto Muito, de Lobo Antunes...

Não gosto de livros que são a soma de crónicas. Não sou particularmente atraído pelas singularidades da medicina. E tenho uma relação complexa com as biografias. E chamem-me todos os nomes, mas não tenho paciência para ler Lobo Antunes. O outro. Porque a escrita de Nuno Lobo Antunes é deliciosa. Sem pretensiosismos, anima a língua portuguesa com combinações e cores diferentes, numa escrita nos arrebate e comove. Estou a meio e já sinto saudades...

Agora praticamente fora de contexto, uma breve nota para dizer que tenho os melhores pais do mundo. E devia dizê-lo muito mais vezes...

100 razões para amar Beja - 11

Quando o meu leitor perceber que escolhi a Pandora como uma razão para amar Beja, vai ficar com a certeza certa que ensandeci definitivamente! Deixo-lhe uns segundos para me achincalhar, antes de começar a explicar as motivações da inusitada escolha!
Garanto-lhe que não desconheço que nos últimos dez anos a Pandora se arrastou na podridão, ora aberta ora fechada, somando desastrosas gerências que descaracterizaram a casa. Se é que algum dia a casa teve identidade, porquanto desde o seu atribulado início se assemelhou sempre a uma mera soma de partes! Por outro lado, o mais conversador dos meus leitores - não deixa de ser curioso que este estranho blogue tem um público muitíssimo heterogéneo - ficará magoado comigo pela exaltação da vida nocturna da nossa pacata cidade.
Mas gostemos ou não, o divertimento nocturno é um dos pecados da vida moderna, não muito diferente do que sempre existiu! E viver sem pecar, deve ser terrivelmente aborrecido!
Na minha entrada na adolescência, Beja tinha os Infantes ao fim de semana e os Ufos (que fazia matinés!!, recordam-se?) Fora isso, o velho Lanterna Azul, o Arcadas e "aquele na Praça da República" cujo nome a memória me fez esquecer!
A Pandora é um sonho de um homem - Rui Simão, de seu nome - que acreditou sozinho num projecto maior que a cidade, que lutou e se empenhou por ele, oferecendo à cidade uma discoteca que, naquela altura, seria provavelmente a melhor de todo o Sul do País. Por aqueles tempos - curiosamente abriu na noite do meu décimo sexto aniversário - Beja tinha a centralidade na noite, sendo recorrentemente visitada por noctívagos de diferentes destinos, que se deixavam perder e arrastar por uma noite que era única e inesquecível. De quando em quando, outros bares e discotecas aqui do burgo roçaram a excelência, provavelmente até suplantaram a velhinha Pandora, mas, porque a justiça é um imperativo, importa reconhecer que a noite de Beja deve tudo à audácia de um tipo mal humorado, mas um grande empreendedor que ousou sonhar mais e mais alto!

sábado, janeiro 17, 2009

Manifesto para memória futura ou posta em homenagem aos saudosos tempos em que o blogue era bom e escrevia tudo o que queria!


As pessoas normais fazem desejos para o ano novo na madrugada de dia 1. Eu como além de parvo sou lentinho, hoje é que os faço! Melhorar uma língua estrangeira (acho que este todos fazemos), regressar à piscina (sem “h”, que fique claro), fumar no mínimo três vezes menos que nos tempos mais recentes, começar a fazer uma alimentação de pessoa normal que inclua alimentos que tenham similitude com comida saudável (já agora tentar recuperar os 4 quilos que deixei em algum lugar que não me recordo), menos c., tentar ter horários menos exóticos (esta deve ser má de conseguir), ter coragem para publicar o meu patético romance Entre o Viagra e o Prozac, a história da mulher a que todos chamavam puta (sim, tenho consciência que o título é péssimo), ter a coragem de começar o Projecto profissional, não repetir os mesmos patéticos erros, não fumar no carro (tenho o sonho de um dia ter um carro sem um buraco no banco), conhecer um país diferente, viajar mais (um dia ainda faço uma viagem planeada com tempo, lendo e pesquisando e indo com roteiro – tanto gerúndio -) tentar ser menos trombudo e sorrir mais (esta todos os anos tento, mas os resultados estão ao nível dos do Benfica) e tentar conseguir continuar a acreditar!

Post Exclusivo para Blogger...

Sabem aqueles dias que nem apetece pensar que temos um blogue ou que seria delicado postar uma merda qualquer? Hoje é um desses...

100 razões para amar Beja - 10

É magnifica a localização geográfica de Beja. Não ignoro que a frase que inaugura o texto pode ser recebida com escárnio e estupefacção pelo meu desconfiado leitor, tentado a ler ironia numa afirmação que lhe asseguro ser genuína. Com efeito, muitas partilham da lamuria da interioridade e que Beja está perdida algures ao Sul, longe de tudo, perto de coisa nenhuma.
Nunca partilhei desta visão fatalista!
É verdade que neste descuidado País que ignora o interior, que vive obcecado com Lisboa e Porto a interioridade é fardo que ninguém gosta de carregar. Mas Beja carrega consigo a deliciosa particularidade de estar a duas horas de quase tudo. Assim, duas horas de carro permite-nos chegar a Lisboa ou à capital da Andaluzia, duas horas de carro em estradas obscenas possibilitam-nos descobrir os tesouros escondidos da costa alentejana, as dívinas praias e Vila Nova de Milfontes, uma viagem curta que nos permite conhecer o maravilhoso Algarve ou o outro Algarve onde vão os turistas! Mais. Serpa é já aqui ao lado e até Évora é um curto pulo!
O optimismo das palavras supra não pretende escamotear a crueldade dos homens do Terreiro do Paço, que invejosos desta excepcional localização geográfica, nos têm torturado com a inelutável obrigatoriedade de navegar em estradas sinuosas, que fazem mais longe aquilo que é perto. Mas deixem-me sonhar esta noite, escrever com tons de optimimos na crueldade desta noite e acreditar que em breve estradas decentes vão beijar a cidade e permitir-nos gozar em segurança da benção da nossa centralidade!