sábado, dezembro 30, 2006

O Ocidente enforcou-se hoje no Iraque



Saddam Hussein terá sido, conjuntamente com Hitler, o maior facínora do século XX. A ele devemos atribuir-lhe largos milhares de mortes. A sua morte deveria ser um motivo regozijo para todos os que defendem a liberdade, os direitos humanos, uma determinada visão sobre o mundo, livre e tolerante.
Contrariamente ao que alguns tolos gostam de afirmar, o inimigo do ditador nunca foram os EUA, mas o mundo ocidental, a nossa visão do mundo e da sociedade. Que fique bem clara que esta é a minha posição: a morte de Saddam faz do mundo o sitio melhor para se viver.

O enforcamento escaputado, escondido, depois de um julgamento estranho, com profundo desrespeito pelos mais básicos princípios jurídicos é, não apenas um atentado ao bom senso e à legalidade do Estado de Direito, como um acto de estúpida insensatez. Morrer enforcado aos braços dos ocidentais, segurando na mão o Alcorão é dar dignidade de mártir a um impiedoso assassino. Este era o momento para o Ocidente mostrar a sua diferença: concretizar a insana decisão do Tribunal (!!??) iraquiano é gritar ao Mundo que não há diferenças entre o Ocidente livre e o Iraque da barbárie.
O dia 30 de Dezembro de 2006 ficará marcado para a eternidade como um dia negro para a nossa visão do mundo; hoje o Ocidente enforcou-se em Bagdad, transformando um mostro, uma besta numa pobre vitima.
Hoje, ser ocidental envergonha-me! (a tempo: já agora? Porque não o enforcaram da 25 de Dezembro?)

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