Passeio pela Justiça

Meia de uma excepcional tarde de sexta, uma reunião desmarcada que me oferece uma brecha de meia hora na agenda. Porque a vida custa a ganhar, resolvo ir cravar um café a uma amiga, porque de borla sabe sempre melhor.
Porque a desnaturada não atende, resolvo matar tempo no Tribunal Judicial de Beja; entro despistado na sala e … dou de caras com um Julgamento VIP. Arrependo-me; este não me apetecia assistir! Mas ... já que estou lá dentro, todo lá dentro, decido sentar-me discretamente na ultima fila!
Primeira nota, especialmente dedicada para quem tem a mania de dizer que há uma justiça para ricos e outra para pobres; quer a malta do dinheiro, em maioria, quer os que não tem, sentaram os dignos rabinhos de testemunhas desde as 9 da matina na sala de espera (felizmente já existe) e, posso estar enganado, mas voltam segunda porque ainda haviam 8 para ouvir pelas 16h! (eu sei que me queres chamar nomes!!! Mas como não sabes fazer comments tens que ler e calar!!!)
Mas vamos ao que me interessa; enquanto o Senhor Engenheiro respondia a perguntas (algumas hilariantes) a funcionária faz sinal” “cale-se que se vai mudar a cassete!!!) O Homem lá espera, meio atónito, incrédulo por a justiça do século XXI ter a velocidade de uma “fita”
Realizada a operação, nova pausa dramática! Algo faz interferência com o som! Deverá ser algum telemóvel que está ligado na sala! Quem será? Pergunta ao ultimo que entrou! O gajo com cara de parvo diz que o dele está desligado … afinal… não é propriamente mentira.. segundos depois já é verdade. Mas… o problema continua; serão os da testemunha? Presume-se que sim e são entregues a uma das pessoas do público! Mas.. a solução não convence! A interferência mantém-se! Solução: pedir ao membro do público para sair da sala com os telemóveis!
É justiça portuguesa…