"O tema não é tão simples como à primeira vista possa parecer. As ferramentas para responsabilizar os infractores não estão bem definidas. Aplica-se o Código Civil? E se depois se vier a provar que alguém usou o meu nome para criar um blogue onde se pratica a má-língua, a ofensa pessoal, etc...?Não esqueça que eu já vi 1 blogue criado exclusivamente para me atacar e apostado em jogar o meu nome para a lama. A sua criadora deixou o rabinho de fora e foi descoberta. Acha que eu vou ao Tribunal apresentar queixa? Na primeira oportunidade, olhos nos olhos, a senhora terá direito ao seu minuto de glória e sem necessidade de se aplicar o Código.Anonimato? Sim, mas... "
Por partes. Escrevo neste espaço sem assinar, algures entre o pseudónimo e o anonimato. Mas sem estar escondido; deixei antes escrito as razões porque decidi não assinar "de punho próprio" os dislates que aqui vou deixando.´
No entanto... não é dificil perceber quem está por detrás destas linhas; o meu caro João, como reconhecido expert na blogosfera, por certo que não o ignora ou, se o ignora, facilmente pode satisfazer uma eventual curiosidade.
Obviamente que nem sempre é facil identificar o autor de um blogue; mas dizer que é dificil é dizer que é possivel.
No meu caso pessoal obviamente que é com enorme satisfação que leio estas discussões; agrada-me que a questão já não seja, como até há muito pouco tempo, se as leis dos estados se aplicam à blogosfera, se seria ou não razoável responsabilizar os bloggers pelos conteúdos, para se centrar nos meios de prova.
É um avanço. Enorme. Muito significativo para aqueles que há anos trabalham nos temas da responsabilidade jurídica na Internet. E é isso e apenas isso, que me fez sorrir!
Um abraço com amizade
caro H - obviamente que a identidade de um blogger se consegue saber. Por 2 vias:
ResponderEliminar1ª - o próprio blogger veste uma roupa diferente, mas o tamanho do sapato não deixa dúvidas. Com esta metáfora quero dizer que o blogger adopta um pseudónimo, mas não é anónimo. Está, assim, a querer dizer-nos que não mudou de identidade nem deseja esconder-se num cobarde anonimato. Eu próprio me multiplico em vários blogs que administro, todos com um pseudónimo diferente, mas não os uso para comentar outros ou para me esconder. São registos diferentes do habitual e para os quais não vejo necessidade de revelar a identidade. Eles estão aí e, quem perder um pouco de tempo, até vai encontrar o "nikonman". Mas com outras roupas.
2º - Há sempre rastos por onde um blogger passa. Pode-se tentar iludir toda a gente ao mesmo tempo. Só que, há um dia, um minuto, o impulso revela o blogger. Falo, obviamente, não só dos rastos de IP e outros de índole técnica, mas da linguagem, dos "tiques" que estão colados à nossa personalidade e que não há anonimato que lhes valha.
Tenho visto muito disparate por aí escrito sobre o anonimato. Mas, como sabe, sempre tenho defendido as teses de que o anonimato não é impune e que a lei civil deve ser aplicada. Pena é que o legislador não seja um blogger. O problema já estaria resolvido.
Abraço.