sexta-feira, dezembro 04, 2009

Quem mexeu no meu queijo

Um dos livros que gosto de ter na mesa-de-cabeceira, chama-se Quem mexeu no meu queijo, Spencer Johnson escrito por um psicólogo americano.
É um livro que gosto de recomendar. Aliás, se tivesse responsabilidades de chefia, se fosse chamado a liderar um organismo, seja público ou privado, presumo que fosse a minha prenda de Natal para todos os funcionários!
Para quem conhece esta obra-prima, um livrinho com poucas dezenas de páginas, estamos perante uma alegoria que retrata a postura de cada um perante a vida, a procura dos nossos objectivos e sonhos, uma história que fala sobre as dificuldades e a mudança, que procura retratar a forma como nos relacionamos com as adversidades da vida!
O livro é uma parábola sobre a vida, na qual dois ratinhos, Sniff e Scurry, e dois "homenzinhos", Hem e Haw procuram desesperadamente um queijo, sem terem a menor ideia do que pretendem fazer com o dito queijo. Mas o queijo, como quase tudo na vida é efémero e quando consumido tende a desaparecer! O que cada personagem está ou não disposta a fazer para conseguir mais queijo, a forma como cada pessoa lida com as adversidades é o grande epílogo do livro. Porque esta crónica também é um convite à leitura, dispenso-me de oferecer a minha interpretação do mesmo, porque o mais encantador na leitura é a deliciosa possibilidade de cada um de nós decidir o desenlace dos nossos livros!
O que mais me comove neste livro é a forma serena como procura aguardar o mais complexo drama humano: a mudança! Porque os seres humanos e os latinos mais do que quaisquer outros, temem e assustam-se com a mudança, num sedentarismo emocional e profissional, que não encontra justificações na racionalidade! Porque quando tudo muda na vida é um erro ficar no mesmo sítio! Porque arriscar e ousar mudar, mais do que um acto de inteligência pode ser uma necessidade de sobrevivência!
Mas mudar de rumo, pressupõe uma condição prévia: a capacidade para estabelecer um rumo, um caminho, saber o que se quer e o que não se quer, construir as bases que permitam iniciar um percurso, decidir onde se deseja ir, antes de começar a caminhar!
E é esse o papel das lideranças! Quando me questionam sobre qual o perfil que um líder deve ter, respondo invariavelmente a mesma coisa: conseguir traçar um caminho e motivar os outros a percorrerem com ele o mesmo percurso! Com a certeza certa que nenhum percurso na vida de faz sem montanhas e vales, sem dificuldades que urge ultrapassar, sem contratempos, sem os “velhos do Restelo” que com saudades da miséria falam dos grandiosos dias do passado que nunca aconteceram.
Aos líderes devemos exigir coragem! Obviamente que importa ter a capacidade de construir pontes e diálogos, a capacidade de lidar e respeitar a diferença, a simplicidade para aceitar que os outros também têm razão, a humildade de reconhecer que se erra e aceitar os contributos de outros! Mas depois de tomada uma decisão, de definir objectivos, aos líderes, aos bons líderes, exige-se a coragem para seguir nesse trilho, a sapiência para contornar obstáculos e a sobriedade para entender, sem temores nem receios, que é impossível agradar a todos, que muitas vezes o interesse colectivo não se consegue alcançar sem sacrifícios individuais!
A história não se fez nem nunca se fará de líderes fracos! De pessoas que almejam a liderança pelo simples prazer de liderar, sem destino ou objectivo, apenas sedentas das regalias dos cargos! Quem fica na história – ainda que nem sempre atempadamente reconhecidos – são os líderes que têm força e determinação, que ousam enfrentar os interesses parasitas, que conseguem colocar o interesse geral acima da comodidade de alegremente jantarem com Deus e o Diabo!
As Instituições, a cidade e o País não vivem dias felizes! E só os loucos e os hipócritas acreditam que se seguem tempos de facilidades. Mais do que nunca, dependemos da coragem de quem tem convicções e tem a ousadia de lutar por aquilo que acredita, muitas na sua solidão da incompreensão! Porque o queijo só é eterno enquanto dura! E é leviandade confiar aos ratos a partilha do queijo…


15 comentários:

  1. È simples mas com uma grande moral! Acho que mais gente o devia ter à cabeceira :)

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  2. Anónimo01:16

    Não me deve responder, mas pergunto: em quem pensou ao escrever o texto?

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  3. Meu caro anónimo: acertou!
    abraço!

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  4. Anónimo01:24

    Fico com a sensação que se dirige ao seu Presidente! Mas não percebo se é o seu presidente Pulido se o seu presidente Vito!

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  5. Anónimo01:24

    pode sempre oferecer aos amigos...

    :)

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  6. @anónimo - O que me atraí em Descartes é o método da dúvida!
    Porque... se eu duvido, logo existo...

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  7. Anónimo01:38

    Excelente reflexão! Que o saibam ler! Especialmente quem soube aproveitar o seu trabalho!

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  8. "troglodita blogueira"02:13

    São historias assim tão simples, que nos ensinam a percorrer o sinuosos caminhos da vida repletos de escolhos numa perspectiva diferente,aprender a aceitar essas adversidades como mais uma etapa, é fundamental para uma harmonia perfeita!!
    Uma vez que todos os percursos da nossa vida englobam relacionamento humano é fundamental todos sabermos como chegar ao queijo (objectivo) sem nos atropelarmos!
    Vou propor no meu "emprego" a sua ideia e quem sabe ganhamos um livro!


    Conheço o livro na versão infantil, tem menos paginas e é muito colorido, com linguagem cuidada para crianças.

    ps: mais uma vez o texto brilhou!

    :)

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  9. Magnifíca reflexão. Para além do livro deveria ser obrigatório ler tb as suas palavras :) para ver se ao menos o verbo "mudar" entraria no vocabulário das pessoas, e depois nas suas mentes, e depois nas suas vidas.

    Mudar não é fácil. Mas penso que muita desta carga negativa que teimamos em lhe associar se deve ao que nos é transmitido à medida que crescemos....e é certo que não podemos andar a mudar (nem que seja de "ares!!) só porque sim e não fazer nada mais senão isso...porque isso levaria ao caos e nunca conseguiriamos construir algo sólido (não só a nivel pessoal como profissional). O importante é educar o nosso espírito para ter sabedoria e coragem suficiente para detectar quando não estamos bem ou podíamos fazer melhor (a nós e aos outros), e tomar atitude nesse sentido...sem medos... Mudar.

    Eu reparo que à medida que vou ganhando anos vou perdendo essa capacidade de não temer mudar...devia ser ao contrário pois quanto mais sabemos menos devemos temer a mudança...mas a verdade é que me vou apercebendo disso e isso é algo que quero mesmo mudar. ;) Vou tentar.

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  10. Anónimo10:22

    Obrigado pela sugestão, vai passar a fazer parte das minhas ofertas de natal. E claro, vou comprar tb para mim.
    Quanto às suas palavras: enquanto as lia conseguia "ver" nelas ou associá-las a alguém da minha família que ocupa um lugar de chefia, e por isso fico contente por estar a seguir o caminho certo.
    Obriga do por me elucidar.

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  11. Anónimo11:07

    Olhe descupe perguntar...
    Atão e outra foto para pôr no jornal? Parece que engoliu um cabide. Descontraia homem!

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  12. ultimo anónimo - a culpa não é do fotografo!

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  13. Anónimo13:27

    Existe outro livro do mesmo autor também muito interessante.
    "O nosso iceberg está a derreter", recomendo.

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  14. Anónimo19:24

    é por textos destes, que eles te odeiam!
    parabens, H

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Respeite as opiniões contrárias! Se todos tivéssemos o mesmo gosto, andávamos todos atrás da sua namorada! Ou numa noite de copos, a perseguir a sua mulher!