Ainda é um pouco prematuro falar do terceiro PEC, mas é cobardia fingir que não existe! Apesar de efectivamente ainda não existir, porque falta o ámen do Parlamento, bem como a concretização dos princípios implicítos na declaração de Sócrates&Teixeira dos Santos.
Antes do primeiro PEC escrevi isto que mantenho na integra! E nunca vou perceber porque se esperou tanto tempo! Pelo que não me peçam para aderir à tese de que Sócrates teve agora a coragem para fazer apressadamente o que há mais de um ano toda a gente sabia que era urgente fazer!
Assusta-me este novo PEC. Que com excepção de duas ou três medidas, podia perfeitamente ser um PEC do PCP ou do BE se fossem partidos com responsabilidade política! O que é ainda mais assustador! Mas... deixem-se sublinhar três ou quatro pontos:
1. Preferia que o BCE emprestasse dinheiro directamente aos Estados a um juro decente! Mas não posso mudar a realidade! E como Portugal precisa de dinheiro todos os dias para sobreviver, precisamos de acalmar os mercados e avançar com um plano de austeridade a sério! E não só isso: qualquer pessoa minimamente inteligente percebe que um País não pode passar 40 anos a gastar mais do que tem e ficar ofendido quando os credores nos mandam à merda!
2. Não sei quanto dinheiro é preciso! Não confio nos números que nos são apresentados! Como ninguém ainda explicou onde correu mal o PEC dois! E esse é um dos grandes problemas: os portugueses já não conseguem acreditar, duvidam que depois de apertarem o cinto, algo melhor!
3. Compreendo que são precisas medidas urgentes que permitam inverter em poucos meses a dimensão do monstro e que aumentar o IVA e cortar salários seja inevitável! Mas estas medidas asfixiam a economia e vão obviamente fazer regressar a recessão!
O grande drama destas medidas é que com raras excepções- - fim da acumulação de reformas com vencimentos públicos e o imposto da Banca - são meramente conjunturais, ou seja, podem melhorar a situação das finanças públicas para o próximo ano, mas nada de positivo trazem para o futuro! E o problema português não é apenas conjuntural, infelizmente é estrutural! Pelo que era crucial um tecto nas reformas, ter a coragem de diminuir algumas regalias sociais menos prementes e algumas medidas de cariz psicológica: acabar com os Governos Civis, diminuição dos administradores em todas as empresas públicas e de capitais públicos, diminuição dos gabinete e fusão de, pelo menos, uma centena de Institutos parvos!
4. A história do fundo de pensões da PT tira a tesão a uma pessoa lúcida que tenha tomado dois viagras! Deixemo-nos de merdas: se fosse bom negócio, os accionistas da PT não iam nisso!
Uma excepcional reflexão!
ResponderEliminarMR
Subscrevo-a toda!
ResponderEliminaré obvio que neste momento suba, quem suba ao poder tem que tomar este tipo de atitudes, mas deixem-nos ser crianças e aprender com os exemplos/acções que vemos e não apenas por nos mandarem sem que cumpram também essas indicações!
Passamos mtos anos a empurrar a porcaria pra baixo do tapete e o pobre pisgou-se deixando toda a mer.. à mostra!!
Relativamente ao ponto 1, era de facto uma boa medida, porque o que acontece actualmente é que o BCE está a emprestar dinheiro a Portugal de forma indirecta e a dar lucro aos bancos!
ResponderEliminarO BCE empresta à Banca Nacional a 1%, porque já ninguém empresta dinheiro aos nossos bancos. Por sua vez, a banca nacional compra a nossa divida publica e cobra taxas de 6% ao estado, porque mais ninguém a compra. A compra de divida dos nossos bancos serve depois de garantia para pedirem mais dinheiro ao BCE. A pergunta que se impõe é quando o BCE fechar a torneira como é que nos vamos desenrascar??
hpalma - há quantos meses o chairman do BPI avisou que a parede estava próxima...
ResponderEliminarKerido H
ResponderEliminarO meu presidente sem ser chairman da CDU, já avisava uns bons meses antes e foi um pouco mais longe
BAIXOU O SEU PROPRIO ORDENADO EM 10% em Janeiro de 2010.
E espere pelas noticias dos cortes que aí vêm no concelho
Kerido Vidigueira
ResponderEliminarE foi aqui elogiado! Num momento em que a CDU ainda criticava a medida e lhe chamava demagógica...