sexta-feira, julho 15, 2011

Essa coisa absurda a que alguns chamam de cultura!

Por estes dias há uma imensa controversa em Évora sobre as coisas da cultura! Ou não! Porque não raramente os blogues têm um efeito megafone, a resmas de distância da realidade! Não me vou pronunciar sobre a questão, porque a desconheço em absoluto, mas, ao que parece, trata de dois anos de subsídios em atraso, algo que obviamente se lamenta e condena! Porque a cultura em Portugal só vive de subsídios! 

Não defendo que a cultura seja auto-suficiente, que viva sem estado, que seja apenas o mercado a determinar o que se produz! Sou liberal, mas não sou parvo e não me parece que o estado seja uma coisa dispensável! Mas também não sou daqueles que ache que a cultura possa divorciar-se do público, que se produza arrogantemente para ninguém ver, porque, se uma sala cheia não é necessariamente qualidade, se a sala está totalmente vazia, então, também não há qualidade! 

Por isso é que estes dias percebi que perplexa estupefacção que a venda dos bilhetes dos grupos de teatro - e outros agentes culturais, presume aqui o rapaz - revertem integralmente para o pax júlia! Percebo e subscrevo que o pax, que tem custos, receba uma parte dos lucros de bilheteira! Mas nunca a sua totalidade; ainda que sejam migalhas é um péssimo sinal, num sentido desprezível, é gritar alto, que estarem cem pessoas ou estar sem pessoas é absolutamente irrelevante, porque nada há a ganhar ou a perder! Na política os sinais são cruciais: este é um sinal em sentido errado... 

6 comentários:

  1. Anónimo00:27

    Tem razão! E permita.me que lhe dê os parabéns pela forma como lidou com aquele idiota do FB, que tem a mania que é esperto mas não foi capaz de lhe responder a nada, excepto dizer disparates e mentir vergonhosamente!

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  2. Anónimo11:15

    Cultura é um conceito muito amplo, poderá ser de elite ou de massas, pelo que para ter uma discussão séria era necessário delimitar.

    Contudo, tenho dúvidas que em certas formas de expressão o volume de apreciadores (público da cultura) seja indicador de qualidade. Mas, uma coisa é certa, é que quando tal não se verifica, a forma de arte/expressão não está a cumprir uma das suas funções essenciais: comunicar. E não se pode "pôr em comum" apenas unilateralmente.

    Pode-se gostar ou detestar, estar em sintonia ou em cacofonia, mas é importante haver afluência, é fundamental que as pessoas tenham uma opinião sobre as diversas formas de cultura, que ela os perturbe e que elas reajam, negativa ou positivamente (não importa!!!), com relutância ou com paixão...o importante é interagir!

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  3. Anónimo23:06

    Informe-se H, pois não é bem assim.

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  4. anónimo - a venda dos bilhetes reverte para os actores??!!
    Se é verdade, mentiram-me: porque me informei antes de escrever estas linhas, como gosto de fazer sempre!

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  5. Anónimo19:13

    Só os da Arte Pública e Lendias é que vão para o Pax Julia: os que estão ao abrigo dos milhares de contos que a Câmara já lhes paga. Os das outras companhias ficam para elas se o espectáculo não for comprado e acho q os das profissionais também se forem fora dos contratos!

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  6. Referia-me as que têm apoios do Municipio! Mas ao reler admito que tenha ficado pouco claro!
    Obrigado pela explicitação!

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Respeite as opiniões contrárias! Se todos tivéssemos o mesmo gosto, andávamos todos atrás da sua namorada! Ou numa noite de copos, a perseguir a sua mulher!