quinta-feira, julho 07, 2011

Não há maior distância que a proximidade forçada!

Não consigo fazer um catálogo de memórias, porque se esgotam no tempo, se fundem e confundem, porque são um único emaranhado de centenas delas, em embaraço de memórias, umas mais cândidas que outras, perdido nas minhas vivências, partilhadas  nas vivências de tantos outros, da minha e de outras gerações, que se derretem no tempo intemporal, no quintal das memórias partilhadas!
O facto de morar a 100 passos de distância, fez com que muitas vezes fosse ainda rameloso acordar nas águas quentes da piscina de Beja, onde passei infindáveis manhãs de verão, trilhões de tardes, porque o verão da minha infância eram três meses e uns trocados! Recordo ainda as noites na piscina - não apenas as noites em que havia provas de natação e íamos feito gulosos ver as meninas em fato de banho (recordas-te S.) - mas todas as outras noites de verão, em que a esplanada se enchia até rebentar, onde nunca havia uma mesa vazia, onde se comiam os mais rafeiros cachorros do mundo - mas que naquele tempo eram caviar - e as greend sands (ou panaske, como lhe chamam hoje!). Recordo ainda, já quando tentava ser homem, o restaurante no piso superior - que semanas depois virou bar - onde me fizeram um bonito jantar de despedida, onde conheci e me despedi de pessoas, onde passei várias noites de um difícil regresso a casa!

Regressei este Domingo à piscina! Apenas para ver, porque sou parvo mas não sou maluco! E é deprimente ver como morre aos poucos parte da nossa história! É irritante a imbecilidade de discutir o dia em que deveria abrir, quando aquela grande esplanada que guarda parte das nossas memórias está fechada, quando em cima morrem aos poucos os escombros do que há uma década era um bar restaurante, quando, com excepção da água e da relva ainda verde, o resto definha! Mas infelizmente por cá discutem-se os ramos, sem ver a árvore, sem perceber a floresta...

6 comentários:

  1. Anónimo10:25

    (A-NÓNIMO)Sublinho quase tudo mais as minhas experiencias similares da minha infancia. E aquele painel de azulejos junto à entrada? Triste o seu estado de (des)conservação e ninguém liga.

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  2. Anónimo10:26

    Dado o descalabro do aeroporto, acho que a piscina podia servir para aterrar hidroaviões. Há que fazer já uma campanha: venha a Beja dar um mergulho.

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  3. @anónimo do aeroporto - anda com complexos, não anda?!

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  4. Como poderia não me recordar? :)Foram anos de ouro... Partilho de todas essas memórias e sinto exactamente o mesmo que tu, actualmente. Beijos.

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  5. Beijo, princesinha!

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  6. Anónimo19:51

    Gosto bastante do título: verdade pura e dura !!

    este ano ainda não fui espreitar a piscina e já há alguns anos que não frequento. Mas lembro-me tb desse retrato das noites animadas da piscina, em que era mesmo muitíssimo agradável!!!! Bons tempos!!

    Hoje, parece-me que se alguém for "rameloso" para a piscina, é mesmo o menor dos males :(

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Respeite as opiniões contrárias! Se todos tivéssemos o mesmo gosto, andávamos todos atrás da sua namorada! Ou numa noite de copos, a perseguir a sua mulher!