terça-feira, julho 12, 2011

Porque Beja é hoje notícia no Público... (Com Adenda)

 "Centena e meia de pessoas concentraram-se ontem de manhã frente à sede da Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, em Beja, onde se iria decidir como distribuir as 70 crianças, residentes no Bairro das Pedreiras, pelos três agrupamentos de escolas desta cidade.
Durante a tarde o director Regional de Educação do Alentejo, José Verdasca, reuniu com os três directores dos agrupamentos de escolas de Beja, num encontro acalorado que terminou depois das 19h, sem declarações à imprensa. O PÚBLICO sabe que não houve consenso, porque há escolas que se recusam a receber estes alunos. Hoje há nova reunião.
Margarida Lucas, presidente da Associação de Pais, de Santa Maria, justificou a concentração com a "indignação" de pais, encarregados de educação e funcionários escolares, que estão descontentes com o que está a ser feito aos alunos de etnia cigana. Estes foram obrigados, no último ano lectivo, a permanecer no Regimento de Infantaria n.º 3. Os pais pedem que as crianças de etnia cigana não se concentrem apenas num agrupamento, o de Santa Maria, porque alegam que neste momento "mais de 90 por cento dos alunos oriundos dos bairros mais problemáticos da cidade estão concentrados neste estabelecimento de ensino".
António Duarte, presidente do conselho geral do agrupamento de Santa Maria, diz que se "está a criar um ghetto", referindo-se ao elevado número de alunos que revelam problemas de aprendizagem e são oriundos de agregados familiares desestruturados. Esta realidade, prossegue o docente, tem incentivado a saída sistemática de crianças não-ciganas para os outros agrupamentos de Beja. "Já detectámos que 36 alunos que deveriam matricular-se no nosso agrupamento foram para outras escolas, e mais 27 alunos pediram transferência. Arriscamo-nos a que só fiquem crianças problemáticas", vinca Marta Brito, mãe de um aluno que se queixa que o seu filho terá sido prejudicado na aprendizagem com a instabilidade provocada por alunos de etnia cigana e que condicionou o trabalho do professor.
Tanto a associação de pais como a direcção do agrupamento reclamam que metade dos 70 alunos seja dividida pelos agrupamentos de Mário Beirão e de Santiago Maior. Mas as respectivas direcções já disseram ao PÚBLICO que não têm vagas nem condições para integrar as crianças do Bairro das Pedreiras, construído pela Câmara de Beja há seis anos para instalar cerca de 400 pessoas que viviam em barracas no Bairro da Esperança, o mais problemático de Beja.
O vereador com o pelouro da Educação, José Velez (PS), diz que "há ano e meio" mantém o diálogo com a Direcção Regional da Educação do Alentejo para resolver este problema. A autarquia propôs que "não se concentrassem todos os miúdos de etnia cigana num só agrupamento", posição que diz ter sido partilhada pelo director regional da Educação. Mas " as coisas não correram bem" e as crianças "ficaram no quartel de Beja por não ter sido encontrada uma solução", diz o autarca. Confrontado com um conflito que se agudiza, o presidente da Câmara de Beja, Jorge, Pulido Valente (PS), diz que esta questão "não é da competência directa da câmara". O autarca advoga a distribuição das crianças pelos três agrupamentos.
Miguel Ramalho, vereador da CDU, reconhece que se trata de uma situação "muito complexa", mas diz ter "muitas dúvidas" que a solução esteja na redistribuição dos alunos. Sustentar que, por serem ciganos, têm de ser distribuídos, "é um ferrete que lhes é colocado, pois isto não acontece com as crianças não ciganas."
Mário Simões, deputado do PSD eleito pelo círculo de Beja, deslocou-se ao local da concentração para falar com os manifestantes, informou-os de que o "Governo já tem conhecimento da situação" e espera que "rapidamente" seja encontrada uma solução."


Adenda: Parece que já há acordo...

12 comentários:

  1. Estrela do Mar14:37

    E para completar o texto do Público, veja minuto 5 da reportagem em http://www.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=1098&c_id=1&dif=tv&idpod=59470

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  2. Anónimo18:09

    Há acordo ??? para onde vão os ciganitos ???

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  3. Reinaldo Louro22:49

    Por mero acaso não passei uma, nem duas ou três mais sim quatro vezes ao longo do dia e em vários horários por motivos particulares, e em nenhuma delas vi mais de 50 pessoas no exterior, como tal coloco dúvidas no texto do Público.

    Em relação ao problema sem solução até à data direi que a minha opinião pessoal passará não só pela divisão da etenia cigana, mas com todos os alunos nos respectivos agrupamentos a serem vereficadas as suas verdadeiras residências ( dos pais ou avós ), actividade profissional dos pais e local onde a desempenham, e vereficar se têm já ou não irmãos ou irmãs no agrupamento.
    Este conjunto de critérios e outros, fazem parte das regras do " jogo " na colocação dos alunos e a pergunta que se coloca é se está ou não a ser cumprido e se não está, porquê ?

    Existe um problema a resolver e certo estou que existirá também uma solução para o problema !

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  4. Anónimo23:07

    @ reinaldo louro--- a entidade que deveria ter resolvido em tempo útil esta situação é a Direcção Regional de Educação. Se a DREA tivesse agido com seriedade e boa fé , concerteza que não teria existido toda esta lamentável situação.

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  5. Anónimo00:16

    Mas não é responsabilidade das escolas aceitar, ou não, as matrículas dos alunos, de acordo com critérios definidos por lei para o preenchimento das vagas? Quando inscrevi o meu filho, ninguém me disse que tinha que ter autorização da DREA... e está inscrito fora da área de residência... havia vaga, entrou...

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  6. ai a solução... eu dava-lhes a solução...

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  7. Anónimo20:55

    Esta questão está a chegar a um ponto quase escandaloso.
    Em todos os anos lectivos há alunos que residem numa qualquer freguesia e porque os pais trabalham fora, não têm horário para ir buscar e levar os filhos, etc, deixam os mesmos a cargo de avós, atl entre outros.
    Eu que já terminei a escola há muitos anos, sempre tive como encarregada de educação a minha avó, era ela que me fornecia a alimentação à hora do almoço e me acolhia até os meus pais saírem do trabalho. Nunca estudei na escola da minha rua a quatro portas da minha casa.
    Há vários alunos que vivem na urbanização de Santa Maria, cujos pais decidiram fazer tal e qual o que fizeram os meus. Qual é o mal?
    O meu filho que frequenta a Santiago Maior sempre foi colega de dois amigos de raça cigana na sua turma, e colega de crianças não ciganas que posso afirmar mais mal comportadas, nunca detectei indícios de xenofobia.
    Quanto à Escola de Santa Maria, é uma escola com um estatuto especial (equipas multidisciplinares, com vigilância e especial e video, para além de verbas e material pedagógico). Enquanto os miúdos estiveram no quartel (longe) nunca se levantou nenhuma questão, agora quando se estão a finalizar as turmas é que aparece este problema!!! Esta escola, por acaso candidatou-se a este estatuto para o próximo ano lectivo? caso a resposta seja negativa, porquê?
    Os responsáveis pela Santa Maria querem os alunos ciganos distribuídos pelas outras escolas (sendo estes moradores na freguesia desta escola) e quer obrigar os restantes alunos não ciganos a frequentar a sua escola.
    Pois bem, então se os alunos devem ser “obrigados” a estudar nas escolas da sua residência porque é que se abre uma excepção para os ciganos? não são estes residentes na mesma freguesia?
    Caso vença a posição da professora Domingas, terá a câmara municipal de transportar os miúdos ciganos de casa para escola e vice/versa, porque “não lembra nem ao diabo” que uma criança que mora na Rua da Lavoura seja obrigada a estudar na escola Mário Beirão, e ainda se tenha que deslocar a pé, apenas porque um punhado de pessoas assim o decidiram.
    De facto aquilo que os ciganos dizem, não deixa de ter uma certa razão – “só servimos para nos andarem a pedir votos”… afinal onde pára a xenofobia?!

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  8. Anónimo21:33

    @ anónimo das 20 h 55 m-- a distribuição da rede escolar não é coincidente com a geografia das freguesias. A Rua da Lavoura , João Barbeiro e Bairro da Esperança , apesar de ficarem em diferentes freguesias ( S,Tiago Maior e Stª Maria) estão englobados na rede de Stª Maria.As Pedreiras , desde 2010-2011 , pertencem a S. Tiago Maior e Mário Beirão. NÃO CONFUNDIR MAGNÉSIO COM MANGANÊS

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  9. Anónimo22:57

    Cigano é magnésio, ou manganês?

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  10. Anónimo22:59

    Anónimo das 21:33, para ti vai o símbolo pB!!! conheces??

    CHUMBO!!

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  11. Anónimo23:09

    @ anónimo das 22:59 . por acaso conheces o simbolo NN ? se quiseres mando-te um desenho.

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  12. Anónimo23:51

    conheces o Cr ?

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