quarta-feira, julho 13, 2011

Porque os dias de calor nos fazem pensar em água...

Sei muito pouco sobre a empresa das águas públicas do alentejo! E tenho pena, porque o projeto é deveras interessante e estrutural! Porque é nuclear num tempo e num espaço onde as pessoas têm orgasmos com minudências! Gostava de saber o que fazem por estes dias, quantos funcionários e avenças têm os critérios de contratação, conseguir perceber num tenebroso silêncio, tantas vezes cúmplice, se se respeitam regras de igualdade ou se estamos perante outra amalga ou edia!


Porque falo nisto hoje? Porque estou fodido, eufemismo para lixado e triste, com algo que vi no sítio do costume; só quem anda distraído ainda não percebeu que estamos a formar licenciados para um mercado de trabalho muito complexo, mas,  quando nos cruzamos com jovens de enorme potencial, das mais talentosas do seu ano, em funções muito inferiores às suas qualificações, invade-nos uma melancolia triste! 
Há um palavrão que alguns falam e outros conhecem que se chama mobilidade social, ou seja, a possibilidade de alguém pelo seu esforço, mérito, dedicação, trabalho conseguir uma vida bem diferente daquela com que nasceu! A politica do clientelismo, da tão nacional cunha, mata esta possibilidade e agudiza o pior do nosso país!  

10 comentários:

  1. Concordo plenamente. Também eu fico fodido quando vejo a incompetência de tanta gente que sei só estar onde está por clientelismo e lambe botice.
    E com tanta gente mais qualificada, não só em funções inferiores ás que realmente merece, como mesmo sem qualquer função, desempregado.
    Essa acredito, fosse talvez a salvação de Portugal. Pois se emigramos, agora licenciados de primeira linha, que brilham onde quer que estejam, porquê de cá dentro não sermos capaz do mesmo. E levantar com competência e meritocracia este país.
    Talvez até baixasse o défice e a divida publica, sei lá. :))

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  2. Isso também parte do facto das empresas olharem para o nome da escola onde se licenciaram, há (mas poucos) casos, em que nós, "os labregos" do alentejo, saidos do IPBeja, damos baile aos meninos bonitinhos de ISEG's, Técnicos, ISCAL's, and so on, se bem que a janela de oportunidades que se abre a estes "meninos" é sempre bem maior do que a nossa.

    Outro ponto, oiço no meu do meu grupo de amigos, muitas queixas em relação ao GIVA, que pouco ou nada faz para apoiar os alunos, na sua principal função, como o seu nome indica: Gabinete de apoio à Inserção na Vida Activa... Já viu que o problema pode vir da escola em si prof?


    E onde é que temos aulas em que aprendemos a fazer um simples CV's atractivo para qualquer empregador, e não um CV que copiamos de um amigo ou familiar? Essas duas simples letras, conseguem "vender" uma pessoa a uma empresas e hoje em dia, um CV bem estruturado consegue até vender artigos do Glamour Contagiante a um burlão....

    Abraço!

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  3. O Heterónimo: não faço ideia quem seja, mas facilmente escreveria exactamente as mesmas palavras. Numas provas de recrutamento para uma determinada empresa, numa sala cheia de colegas de ISEG, ISCAL, Lusófona, etc, aquando da apresentação de cada um, quando ouviram o nome Instituto Politécnico de Beja, todos se viraram para trás a olhar, e começou um burburinho tal deu para ouvir coisas do género "que faz este tipo aqui?", "este gajo vem do monte", etc. A verdade é que mal começaram as provas, havia gente que mal conseguia mexer na porcaria de um computador, ou como cheguei a ver em provas de outros colegas, nem em Português nem em Inglês sabiam construir frases que se apresentassem a uma Professora do 1º Ciclo, quanto mais a uma grande empresa na sua área. Parece que o "gajo do monte" afinal sabia o que os meninos não sabiam: usar correctamente a gramática e a pontuação, ou mexer num computador. Quanto ao resto, ainda não sei se terei oportunidade de o demonstrar.

    No entanto, em relação ao GIVA, pessoalmente nada tenho a apontar. Mas algumas queixas não são virgens, o que posso compreender. Não acho correcto que haja alguns cursos do Politécnico que tenham estágios garantidos, aos quais apenas tenham de escolher três entidades para concorrer, e outros cursos estejam entregues à sua sorte na procura de um local para estagiar. Fica a sensação que o "pós-unificação" do Politécnico debaixo do mesmo chapéu trouxe ao de cima essas diferenças de tratamento entre os diferentes cursos.

    Quanto à construção de CV's, posso-lhe dizer que a última matéria leccionada pela Prof. Elsa Barbosa em Gestão de Recursos Humanos no ano 2008/09 (curso de Gestão de Empresas) foi precisamente um capítulo dedicado à elaboração e construção de curricula totalmente de raiz, enquadrando em diferentes contextos, e para diferentes tipos de candidatos. Houve mesmo uma simulação do contexto de entrevista, com base num processo de recrutamento por nós mesmos construídos, colocando-nos assim nos dois papéis e sabendo como funcionam os processos.

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  4. Ferrão: Estou totalmente de acordo, no entanto, indcou o ano lectivo de 2008/2009. E os seguintes?

    Outro reparo, à luz do que é praticado na Escola Superior de Saúde de Beja, deveriam ser realizados estágios semestrais/anuais, respeitantes às matérias leccionadas nesse ano (salvo erro), e juntar-lhe um estágio final como temos agora, com obrigatoriedade do mesmo ser de 6 meses, isto porque a meu ver, 3 meses a trabalhar em estágio, não são suficientes para convencer um empregador... A menos que tenhamos um amigo do pai, que é sobrinho do neto do enteado do primo do empregador que pede o favorzinho....

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  5. Anónimo13:52

    realmente, não há água que chegue quando o calor chega...

    a esses jovens eu dou a maior força para que se empenhem a conquistar os lugares que por mérito é deles: não desistam !

    e, já agora, como é que fica quando há pessoas com fraco potencial que desempenham funções muito superiores às suas qualificações ?

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  6. Anónimo15:22

    Quando fala da amalga e da edia devia também falar do hospital, da emas ou da inovobeja estas que são empresas da câmara municipal de Beja. São transparentes as admissões de pessoal nestas empresas?

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  7. @anónimo - não me choca nada que se fala também nessas, embora, tenha reservas sobre a inovobeja! Se mencionei duas.. foi porque uma está ligada ao estado central e outra ao local!

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  8. Anónimo21:45

    Heterónimo e Ferrão, concordo plenamente, e revejo-me perfeitamente nas afirmações que fazem! Sim, também já fiz parte do elenco "aluno do IPBEJA" vs Nova, ISEG et alt. e não sai a perder... bem pelo contrário! Também ficámos no meu tempo entregues ao Deus-dará, para arranjar um estágio, e penso que quem decide ficar em Beja, (em Portugal já agora!) tem de ter espirito de missão, e engulir muito sapo, pois a ascensão social não faz parte da realidade! Hoje é com muita pena que vejo as realidades das empresas aqui faladas! O reverso da medalha da "sopa dos pobres" (vulgo EDIA!), é premiar a tão famigerada cunha, a exemplo das outras empresas todas, em que o pais fica mais pobre no desperdicio que permite ao nivel do recurso mais precioso: a massa cinzenta e a capacidade! Assim, resta a todos os "acalcados" sob a pressão de colegas e chefes sem a minima condição para as funções que exercem, viver em condições aquem das merecidas, ou em alternativa engulir sapo até ao momento em que conseguem dar a volta por cima!!

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  9. O Heterónimo: sei que no meu ano foi assim, nos seguintes não sei como foi, só perguntando aos meus colegas.

    Quanto à questão dos estágios, eu próprio já apresentei uma ideia que acho que pode ajudar em muito os alunos de Gestão (e porque não de todo o Politécnico) a terem contacto desde cedo com o mercado de trabalho, sem correrem o risco de esperar 2 anos e 9 meses por saberem como é a realidade. Algo até melhor que estágios. Já a expus, inclusivé, ao Professor Hugo. E não será por terminar o curso que vou deixar de ajudar a que esta ideia ganhe pernas.

    Anónimo: aqui entre nós que ninguém nos lê... acha mesmo que existem oportunidades para os alunos do IPBeja ficarem na região? Em particular nas áreas de Gestão, Turismo, Eng. Informática (temos uma formação nesta última área excepcional)? Enfermagem e agora Terapia Ocupacional são áreas com muita aceitação na região, Saúde Ambiental vamos ver como se portam os primeiros licenciados, já quanto aos cursos da ESE e da Agrária confesso que não estou muito informado. É que eu já há algum tempo tenho vindo a meter na cabeça que casa é o nosso planeta... Todas as oportunidades a que respondi (e recebi resposta) até hoje foram de Lisboa, Porto, Aveiro, Évora, e uma de Espanha. Por isso, acho que nem vou sofrer por aí. Cada vez mais prefiro passar 10 a 20 anos de trouxa às costas para um dia voltar, fixar-me, e ajudar no que puder e souber.

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  10. Anónimo22:03

    estes senhores não deviam confundir o hospital ou a emas (de hoje) com coisas como a amalga ou a edia ja que cada uma a sua maneira serviu a sua clientela

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Respeite as opiniões contrárias! Se todos tivéssemos o mesmo gosto, andávamos todos atrás da sua namorada! Ou numa noite de copos, a perseguir a sua mulher!