Na noite de Domingo, políticos e politólogos vão discutir as causas da abstenção, que arrisco dizer a 100 horas das eleições, poderá ser das mais elevadas de sempre! O que se torna ainda mais grave no actual contexto, porquanto já há uns anos que os portugueses não vão às urnas debitar a sua sentença e é patente a grande instabilidade social.
É minha profunda convicção que existem duas grandes razões que justificam a debandada eleitoral que se aproxima. Por um lado, o facto de em Portugal nunca ter existido um verdadeiro debate sobre a Europa. Na década de 80 por imperativos constitucionais, nas décadas recentes por táctica política, nunca em Portugal se debateu a opção europeia de forma séria e profunda. Eurocéptico mitigado, sinto pesar por numa ter havido a coragem para discutir este tema, nomeadamente através da realização de um Referendo. Mas, um referendo para discutir a Europa, não a ideia absurda de referendar o Tratado da Constituição Europeia! Alguns parece que esqueceram, mas para referendar constituições, já tivemos o inesquecível exemplo da Constituição de Salazar!
A segunda causa para a elevada abstenção que deverá caracterizar as eleições do próximo Domingo, relaciona-se com a forma paupérrima como decorreu a campanha eleitoral! Gastaram-se milhares de euros, montaram-se farsas para noticiários verem, mas a campanha foi triste, sem ideias, totalmente arredada das questões europeias, uma espécie de triste primeira volta para as eleições legislativas de Setembro/Outubro!
Vital Moreira esteve tragicamente mal, mas tão mal mesmo, que até permitiu a Rangel brilhar, sem que ninguém compreenda muito bem como! Ilda Figueiredo esteve muito bem acompanhada da máquina comunista que está em excelente forma (apesar do incidente dos donativos), sendo a única força política a esboçar falar de Europa, embora os temas se tenham perdido pelas recorrentes nuances de politica interna; Miguel Portas é péssimo em campanha, estando a anos luz do mano e acho que nenhum português sabe o que o Bloco pensa da questão europeia, no caso de Nuno Melo, estou claramente desconfiado que em todos os mercados do País, existe a convicção generalizada de que o cabeça de lista do CDS para o Parlamento Europeu é Paulo Portas! A mediocridade da campanha, teve apenas uma inequívoca excepção: refiro-me a Laurinda Alves do Movimento Esperança Portugal, que fez uma excelente campanha, apesar de ser insuficiente para garantir uma eleição que seria muito justa, embora, sejamos honestos, tão irrelevantes como as outras, devido ao peso de Portugal no Parlamento Europeu, por um lado, e devido ao peso do Parlamento Europeu nas Instituições da União Europeia, por outro!
Termino, repetindo que infelizmente não há democracia sem partidos! Mas só por haver partidos, não significa que haja democracia: e a democracia portuguesa fica mais pobre quando se confronta com um processo eleitoral tão desinteressante como aquele que amanha vai fechar portas. Num momento tão delicado em Portugal, na Europa e no Mundo, os cidadãos mereciam mais. Muito mais…
Adenda: Pode Ouvir a Crónica aqui! Se não ficou cansado de me aturar, pode ainda ouvir o ultimo Conselho de Opinião, onde também se debateram as europeias!
É minha profunda convicção que existem duas grandes razões que justificam a debandada eleitoral que se aproxima. Por um lado, o facto de em Portugal nunca ter existido um verdadeiro debate sobre a Europa. Na década de 80 por imperativos constitucionais, nas décadas recentes por táctica política, nunca em Portugal se debateu a opção europeia de forma séria e profunda. Eurocéptico mitigado, sinto pesar por numa ter havido a coragem para discutir este tema, nomeadamente através da realização de um Referendo. Mas, um referendo para discutir a Europa, não a ideia absurda de referendar o Tratado da Constituição Europeia! Alguns parece que esqueceram, mas para referendar constituições, já tivemos o inesquecível exemplo da Constituição de Salazar!
A segunda causa para a elevada abstenção que deverá caracterizar as eleições do próximo Domingo, relaciona-se com a forma paupérrima como decorreu a campanha eleitoral! Gastaram-se milhares de euros, montaram-se farsas para noticiários verem, mas a campanha foi triste, sem ideias, totalmente arredada das questões europeias, uma espécie de triste primeira volta para as eleições legislativas de Setembro/Outubro!
Vital Moreira esteve tragicamente mal, mas tão mal mesmo, que até permitiu a Rangel brilhar, sem que ninguém compreenda muito bem como! Ilda Figueiredo esteve muito bem acompanhada da máquina comunista que está em excelente forma (apesar do incidente dos donativos), sendo a única força política a esboçar falar de Europa, embora os temas se tenham perdido pelas recorrentes nuances de politica interna; Miguel Portas é péssimo em campanha, estando a anos luz do mano e acho que nenhum português sabe o que o Bloco pensa da questão europeia, no caso de Nuno Melo, estou claramente desconfiado que em todos os mercados do País, existe a convicção generalizada de que o cabeça de lista do CDS para o Parlamento Europeu é Paulo Portas! A mediocridade da campanha, teve apenas uma inequívoca excepção: refiro-me a Laurinda Alves do Movimento Esperança Portugal, que fez uma excelente campanha, apesar de ser insuficiente para garantir uma eleição que seria muito justa, embora, sejamos honestos, tão irrelevantes como as outras, devido ao peso de Portugal no Parlamento Europeu, por um lado, e devido ao peso do Parlamento Europeu nas Instituições da União Europeia, por outro!
Termino, repetindo que infelizmente não há democracia sem partidos! Mas só por haver partidos, não significa que haja democracia: e a democracia portuguesa fica mais pobre quando se confronta com um processo eleitoral tão desinteressante como aquele que amanha vai fechar portas. Num momento tão delicado em Portugal, na Europa e no Mundo, os cidadãos mereciam mais. Muito mais…
Adenda: Pode Ouvir a Crónica aqui! Se não ficou cansado de me aturar, pode ainda ouvir o ultimo Conselho de Opinião, onde também se debateram as europeias!
concordo em relação à postura de Vital Moreira "humilhação eleitoral" ....
ResponderEliminarAgora digo eu , fiquei tão desiludida que me faz lembrar a sua história do wonderbra...
eheheheeh!
E porque é que as eleições em vez de serem a um domingo, não são durante uma semana completa.
ResponderEliminarAcredite H, que a abstenção iria ser a grande derrotada.
Caro H: Quando conclui que estas eleições são "tão irrelevantes como as outras, devido ao peso de Portugal no Parlamento Europeu, por um lado, e devido ao peso do Parlamento Europeu nas Instituições da União Europeia, por outro!" como queria que os eleitores se comportassem?!
ResponderEliminarApesar de tudo eu não tenho uma opinião tão negativa da campanha e quero acreditar que a abstenção não será tão grande como se receia...
LG - Por razões profissionais, estudei e estudo a UE. E penso quem o fez, chega à mesma conclusão!
ResponderEliminarE penso que os eleitores são bem mais sábios do que muitos dizem: e aposto que nas legislativas a abstenção vai ser muito baixa, porque nessas as pessoas vão compreender a importância do voto!
Nestas... eu acho que a abstenção ganha por muitos...
Máxima do blog:
ResponderEliminareu é que sei!
@anónimo - a máxima tem sido, assumir convicções! Umas vezes erro, outras acerto!
ResponderEliminarSe Domingo me enganar, sei que serei JUSTAMENTE criticado. Se acertar, tive a coragem de o escrever antes!
Quem visita o blogue, quer ler uma opinião: e é apenas isso que eu faço!