Na vida temos de perceber que há guerras que não vale a pena travar! Não por temer a derrota, porque quem luta por ideias nunca perde, mas pela humildade de reconhecer a impotência, pelo cansaço de ser o bandeirante de causas perdidas, por uma incapacidade para lutar por ideias no meio da mesquinhez das lutas de interesses!
Um dos grandes problemas desta coisa que insistimos em chamar de País é a tesão legislativa, este encantamento por criar leis e regulamentos, esta convicção supra-religiosa de que juntando legislação sobre os problemas, pela magia da norma, os problemas se resolvem!
Temo que algo de muito semelhante se passe no mundo universitário: que se façam reformulações de cursos na esperança de mudando algumas cadeiras – por vezes alterações meramente formais – os problemas desapareçam! Ou que as mudanças resultem do aborrecimento: como esta semana há pouco trabalho, buga reformular os cursos!
Sou profundamente conservador no meu ensino: procura inovar no método, mas não gosto de experimentalismos! Não fecho aos olhos à mudança, mas um paradigma não se muda em cima do joelho, apressadamente, sem que por trás tenha uma profunda reflexão, um estudo comparativo, a consolidação de resultados, que se possa fazer com o aventureirismo apaixonado das primeiras impressões! Uma mudança não se faz contra pessoas, mas também nunca pode esquecer que as pessoas não podem ser mais importantes que as Instituições, sob pena de mergulharmos na promiscuidade de esquecer a nossa razão de ser!
Não contem comigo para discussões histéricas e estéreis sobre o acessório, sem meditar primeiro no principal: qual o papel dos professores no século XXI, qual o papel das disciplinas, estamos a formar pessoas que consigam pensar pelos seus meios ou hoje os Politécnico são uma espécie de formação profissional para o desemprego e emprego não qualificado?!
Sem perceber o essencial, discutir o acessório é aborrecer neurónios! E para aborrecer neurónios, prefiro mulheres despidas com roupa de marca!
Penso que a resposta à sua questão prende-se claramente com a "necessidade" política de dar resposta a estatísticas da CE: Portugal verifica um aumento no índice de licenciados, indicador relevante para a dita Sociedade do Conhecimento, mas com que qualidade? A "qualidade" obviamente não pode ser aferida apenas por métodos quantitativos.
ResponderEliminarQuanto ao papel do professor do século XXI...ser, efectivamente do S. XXI, numa Escola/universidade do S. XXI, com alunos do S. XXI. Raramente estes três factores estão em sintonia, mas ainda há alguns prototipos que nos fazem acreditar que a Educação, é um dos bens mais preciosos que uma sociedade pode ter.
Gostei muito de o ouvir no programa! Muitos parabens!
ResponderEliminarA meu ver o estado do ensino está deplorável, senão como se explica que na fusão de duas escolas o novo plano de estudos seja escolhido por sorteio? Ora, plano A de uma escola, plano B de outra escola, vamos tirar à sorte porque eles são diferentes(creio que foi mais ou menos isto, e sim foi com papelinhos)! Pelos vistos as unidades curriculares não importam!
ResponderEliminar"hoje os Politécnico são uma espécie de formação profissional para o desemprego e emprego não qualificado?!"
ResponderEliminarHoje? Não o foram desde sempre? LOL
@anónimo - jovens desempregados dão-lhe vontade de rir?!!
ResponderEliminarImagino o que sente quando morrem pessoas...
De facto anónimo das 21:52...que comentário tão irreflectido...
ResponderEliminarMais uma excelente reflexão!
ResponderEliminarMeus amigos, a verdade é dura. Portugal não tem uma universidade entre as 400 melhores do mundo. O sistema universitário está cheio de cursos da treta, com trabalhos de grupo da treta e testes de consulta da treta. Os poucos sítios credíveis, em termos de instituições universitárias, toda a gente sabe onde estão. O técnico, com duas disciplinas como específicas, matemática e fqa, não teve uma engenharia com média abaixo de 17. Nos cursos de educação física de certos sítios entra-se com a específica de português. Não me façam rir. Pensam que os empresários são parvos?
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