Resposta a um comment!

"Senhor h

Você foi certamente ao engano, não custa admitir que tinha um debate para moderar e foi a este certamente para ver como era. Para quem se tem em grande conta como é certamente o seu caso, não fica bem fazer este papel de enganado, já agora "falta de integridade intelectual de algumas posições" pelo painel que diz ter estado presente pode dizer quem é que apresentou esta falta de integridade? já agora deixe-me dizer-lhe outra coisa na sua busca desesperada por protagonismo não lhe fica bem essa sua permanente revelação de anti-comunista primário, sabe nota-se muito, mesmo que queira disfarçar.

L. " (comment a este post)

Senhor L,
Não tenho por hábito responder a provocações, mas dedico-lhe uma excepção.

Se fui enganado? Fui! Pensava que era um debate (confrontação de Ideias contrapostas), conforme era noticiado na Imprensa e só no local percebi que era uma reunião de apoiantes do sim, o que etimologicamente define um comício ou sessão de propaganda! Mas a decisão de ficar foi minha, livre e consciente: é verdade que recebi alguns olhares de reprovação, mas em momento algum nenhum dos presentes foi indelicado comigo.

Pelas suas palavras se compreende que andou a indagar sobre quem se esconde por detrás do “h”; é dedicar-me uma preocupação e atenção que não julgo merecer!

Sobre a minha alegada “busca desesperada por protagonismo” é uma opinião sua, mas… medite comigo: se eu quisesse tanto esse protagonismo, porque neste blogue assino com pseudónimo? Não seria um contra-senso?
Se, como insinua, sabe quem é o Autor do blogue, mesmo não concordando com as minhas ideias, reconhecerá que nunca tive medo de assumir em publico, de cara destapada, as minhas convicções? (como também aqui firmei as minhas convicções politico-filosóficas)

Sobre a única questão que merecia resposta: porque falei em falta de “integridade intelectual”? Pois bem: acha que cinco pessoas com a mesma posição é um debate? Acha que um sindicato tem legitimidade para fazer campanha pelo sim ou pelo não? Afinal por ano dão entrada nos Hospitais com complicações decorrentes de aborto clandestino cerca de 3500 mulheres (como afirmou um dos membros do painel) ou 14000 mulheres (como afirmou outro elemento da mesa)? Acha que é democraticamente aceitável que os interessados em ir aos concelhos fazer campanha pelo sim, devam ir à Câmara Municipal de Beja demonstrar a sua disponibilidade, como sugeriu um dos presentes, com a anuência do Senhor Presidente da Câmara? Acha mesmo que quem vota “não” são reaccionários e defensores de Salazar? Parece-lhe um argumento aceitável (ainda que possa ser verdadeiro) dizer que o risco de vida de uma aborto realizado num hospital é menor que no parto? Afinal as “abortadeiras” são pessoas que por ajudarem mulheres desesperadas correm risco de ir presas ou são interesses poderosos que vão festejar a vitória do Não para continuar a enriquecer com a exploração de mulheres carenciadas? Acha que arrastar os nossos idosos para uma sessão sobre reformas e medicamentos, para depois os motivar a votar é moralmente aceitável? Acha intelectualmente honesto alguém na plateia afirmar que muitos homens obrigam as mulheres a fazer abortos e só elas é que podem ser presas e uma Jurista presente na mesa não esclarecer que nestes casos os homens também podem ser demandados judicialmente?

Não sei o que significa ser anti-comunista primário! Nem me preocupa; no passado já votei PCP e não me arrependi; como nas ultimas eleições autárquicas votei em dois diferentes partidos! Como critico com a mesma veemência posições (não pessoas, porque acho abjecto o ataque pessoal) independentemente da sua conotação politica. Chama-se a isto: ser independente!