quinta-feira, outubro 22, 2009

Isto devia ter título, mas pedem-se para fazer crónicas não para inventar títulos para as ditas...

Depois do frenético ciclo eleitoral, com três eleições num só Verão, são tempos de procurar analisar os resultados eleitorais, tentar compreender porque que caminhos anda a democracia deste nosso estranho País!
Particularmente, acho ternurentas as análises dos lideres dos diversos partidos, as formas comoventes de interpretar os resultados, que permitem que invariavelmente todos sejam os vencedores da noite! Por vezes, uma forma de carinhosa de interpretar os resultados, que ficamos convictos que o grande derrotada foi quem teve mais votos.
Não me apetece entrar nessa análise: escolho dedicar umas breves palavras a dois pilares fundamentais no edifício da democracia: os tribunais e a imprensa!
Algo vai terrivelmente mal no Reino dos Juízes! É absolutamente insustentável que os processos judiciais se continuem a arrastar tantos anos, que quatro anos depois seja nomeado novamente o Primeiro-Ministro sem que a espuma de comportamentos impróprios num licenciamento, tenha merecido uma resposta de quem tem a obrigação de aplicar as leis; a credibilidade das Instituições não se compadece com o facto de alguns dos Presidentes de Câmara agora re-eleitos, tenham a legítima expectativa de realizarem as suas reuniões de Câmara numa qualquer prisão do País, que o horário de expediente, sejam as horas de visitas de uma qualquer cárcere!
Não há verdadeira democracia sem imprensa livre e séria! Monitorizar a imprensa, avaliar o seu comportamento, mais do que um direito é um dever dos cidadãos! E o que fica dito, torna-se uma verdade insofismável quando esses órgãos de comunicação social são pagos com os impostos de todos nós, o que reforça a sua obrigação de independência e imparcialidade! E quem não entende isto, tem um grande caminho a percorrer até perceber o que é a verdadeira democracia!
Analisando a nossa região, há coisas que correram tremendamente mal e envergonham os jornalistas que são sérios e honestos, aqueles que não vendem a sua consciência por um vencimento e que não permitem que as suas convicções ideológicas lhes retire o bom senso e discernimento! Quando se procura utilizar os meios de comunicação para defender determinadas visões da sociedade, quando se utiliza o poder de direcção para silenciar quem pensa diferente, de forma absolutamente descarada, algo está terrivelmente errado, algo urge fazer!
Porque se uma maça podre ameaça a saúde de todas as outras, não podemos limitar-nos a contemplar o facto de braços cruzados: se a maça não sabe que o seu lugar não é naquele cesto, alguém tem de lhe indicar o caminho da rua. Porque a democracia assim o exige...

Com ADENDA após JUSTO raspanete! A metáfora reino dos Juízes foi infeliz! E sabia-o, mas cedi ao estilo em vez de privilegiar o conteúdo! Por muitas razões, desde logo académicas - uma vez, até fiz sofrer pessoas a tentar explicar processo civil!!! - sei bem que demasiadas vezes os Juízes são réus em causa imprópria, mormente levando as porradas que esse enigmático Ministério Público deve e merece levar! O caso Freeport é paradigmático: todos estes anos de investigação, só se explicam por
incompetência imperícia de quem tem a missão de investigar! Aos ouvintes da Rádio Pax - que não vão ler isto - deixo um pedido de desculpas - que eles não vão saber que existiu..
(perdoado?)

8 comentários:

  1. Bem, confesso que não entendi essa...;)

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  2. Anónimo01:06

    maça? ai ai

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  3. Anónimo01:42

    ás vezes apenas uma maça parece podre pq se manifesta atraves do seu aspecto , mas exixtem outras que brilham por fora e qd as trincamos...

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  4. Anónimo13:51

    Eh pá, não sou de Beja, não percebo as tuas indirectas nem isso pretendo. Apenas comento para deixar elogio à escrita.
    Divertida para não cansar. Arrumada de ideias para não ser só humor. Tens jeito, acho que deves continuar

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  5. Obrigado, anónimo! Há duas coisas que gosto: escrever e dar aulas!

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  6. Então!!! Eu ouço a Pax!! :D
    Por acaso quando ouvi a tua crónica, nessa parte do 'reino dos juizes', pensei cá pra mim: "ai ai, se fosses advogado ainda levavas uma piçada" - mas a adenda redime-te.

    Para terminar, um conselho de quem tem paciência para ouvir as tuas crónicas, lê com mais naturalidade, como estão soam a uma leitura forçada, tipo aquelas que às vezes a FS nos obrigava a fazer ;-)

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  7. Anónimo21:16

    Processo civil, comercial, direito societário... Nem sei como sobrevivi a tal mas olhe, talvez o maior elogio que lhe possa fazer é dizer que tenho saudades de tais aulas!

    jh

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  8. @jh - esta tarde, uma Amiga, perguntava-me, porque gosto tanto de dar aulas! A minha resposta foi: porque nada paga o prazer de ouvir palavras como esta!
    Abraço

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