quinta-feira, novembro 04, 2010

Pêgas e Vinho ... verde


Portugal é um estranho País que não se governa nem se deixa governar, já diziam os romanos, que podiam não ser sábios, mas não eram parvos!
Somos um País de infinitas qualidades: mas não era preciso comungar de tantos e patéticos defeitos! Tentei acompanhar trechos do debate para lamentar sobre o patético orçamento de Estado, mas perdia a paciência, enquanto assistia ao desbocar de quem não perde a vergonha! O nosso parlamento hoje é um triste aquário de gente pouco ilustre que desconhece o país em que vive, os desejos e preocupações das suas gentes!
A situação a que deixámos chegar Portugal não é uma questão de Esquerda ou de Direita! Até porque se olharmos o mundo, a Direita deixou de existir e a esquerda existe em ditaduras de fome e miséria, num mundo cada vez mais neutral e cinzento, onde as ideologias se fundem, sobrando os extremistas, que à esquerda e à direita berram, perante a surdez dos mais esclarecidos!
A grande questão política e social do momento é distinguir os honestos dos desonestos, as pessoas que insistem em terem princípios e honra, do bando de pêgas que sugam o esforço do nosso trabalho: e da mesma forma que encontramos gente boa e honesta em todos os partidos, em todos sem excepção encontramos uma vara de gente gananciosa, sempre afoita para se servir a si próprio! E depois é célebre o famoso argumento de que os outros são mais desonestos do que nós!
Estou farto de ouvir moralistas a pregar contenção na despesa pública quando têm duas e mais chorudas reformas por meia dúzia de anos de pouco trabalho, virgens pudicas a assinalar o roubo dos outros, quando estes são igualmente ladrões, ainda que roubem menos dinheiro! A grande questão é uma questão de vergonha, de decência, de princípios e valores. E estes não têm partido nem ideologia!
Alberto João Jardim dizia por estes dias que era preferível chumbar o orçamento e deixar o FMI entrar em Portugal, porque confia mais no FMI do que nos políticos do continente! Concordar com Alberto João Jardim assusta-me! Mas…

9 comentários:

  1. AVLISESTE08:42

    Concordo em 999% com aquilo que sábiamente escreveu: o 1% em que não concordo é relativo ao seu receio em concordar com o AJJ.
    Se fizer o exercicio mental e recordar posições do mesmo, verificará que não há assim tantas razões para ter medo, porque, infelizmente muito do que ele diz é verdade e acaba, mais cedo ou mais tarde por se confirmar; Há que ter medo isso sim "daquela gente" bem "intencionada" que no continente têm "zelosamente" assegurado o nosso triste quotodiano, para já não falar no futuro.
    Qualquer dia, seremos governados com um orçamento imposto e sem discussão !

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  2. Baleizão09:57

    Sabe, eu penso que aquilo que no seu sítio escreve é uma grande e pretensiosa forma de moralidade, mas tudo bem! Outra questão é que você parece andar muito zangado com o mundo. Será que o mundo é (como agora tudo intitula)uma Pega? Olhe, você acha mesmo que esses políticos (os do bloco central, para não ir mais longe)fazem aquilo que querem, ou será que fazem sempre aquilo que lhe mandam (os senhores do capital claro)??

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  3. Baleizão - Não ando zangado com o mundo: não sou hipócrita: a vida não me tem tratado mal! Mais. Claro que tenho frustrações e arrependimentos: mas sei que sou o único culpado disso!
    Dito isto, sublinho o óbvio: claro que estou preocupado com o estado do país. Porque 2011 vai ser terrível! E 2012 ainda pior!
    Só os loucos e os insensíveis não estão preocupados!

    (ps - não se iluda com essa dos senhores do capital: não são os especuladores que mandam encher o país de tachos, de reformas principescas, de apoios absurdos a alguns etnias e alguns grupos sociais!)

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  4. Anónimo10:50

    Grande Texto, h

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  5. @anónimo - Não é grande: tem 2000 caracteres! O mesmo tamanho que os textos todos!

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  6. "Roubei-lhe" parte do texto!

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  7. capitão - obviamente que para mim é uma honra!

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  8. Estados Unidos da America12:42

    Li eu nas costas de uma cadeira de uma camioneta da Carris: "Não ao FMI, sim ao FBI"...em poucas palavras, o seu texto.

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Respeite as opiniões contrárias! Se todos tivéssemos o mesmo gosto, andávamos todos atrás da sua namorada! Ou numa noite de copos, a perseguir a sua mulher!