sexta-feira, julho 30, 2010

A noiva, de Joana Vasconcelos


Durante um ano, fui oferecendo aos meus leitores as minhas interpretações daqueles que nos olhos deste leigo, são alguns dos mais importantes quadros da história da pintura! Depois... decidi por parar, não apenas por preguiça, mas porque senti que tinha esgotado os quadros que tiveram alguma importância na minha vida, aqueles que me apeteceu reflectir sobre eles! Com a certeza que um dia voltaria a reinterpreta-los ou a vida me ofereceria razões para me encantar por outros!
Nesta noite, evoco esses tempos para partilhar consigo a Noiva de Joana Vasconcelos, datado de 2001! Não é a minha obra predilecta da artista, mas foi o primeiro trabalho que recordo dela, pelo que, mais que homenagear a obra, trago-lhes a artista!
Joana Vasconcelos, beija os quarenta anos, nasceu perto do Sena com a triste sina de ser portuguesa, sendo que, apesar deste imenso handicap é uma das mais importantes artistas plásticas da contemporaneidade, expondo a sua arte, um pouco por todos os locais, nas galerias de referência do mundo, feito quase inaudito para quem se assume como portuguesa!
A Noiva é um lustre de mais de quatro metros, que nos remete para um qualquer palácio régio, onde reis, princesas, alta nobreza e meretrizes dançam ao som da miséria que se esconde para lá do palácio, onde o povo se alimenta da fome e de miséria; mas esta é uma noiva despida de todos os luxos, de diamantes cristais ou pedras preciosas, uma noiva vestida de feminidade, de uma pureza revelada, sem vergonhas, receios ou pudores!
A Noiva da Joana Vasconcelos, como muitas outras suas obras, não se constrói de materiais nobres, mas encontra a nobreza na criatividade comovente de uma artista que ousou, ainda ilustre desconhecida, fazer este lustro com tampões! Uma homenagem bela à coragem daqueles que no pouco encontram a fortuna!

3 comentários:

  1. Anónimo22:16

    Boa noite, por acaso descobri hoje este blog. Gostei! Parabéns. Neste post tenho mesmo k dizer k fui propositadamente de Moura ao CCB mostrar ao meu filho de 6 anos esta exposição. Adorámos! foi lindo deixar k ele descobrisse os materiais k estávamos a ver. Regressamos a este alentejo profundo prontos para criarmos as nossas próprias esculturas. Ana Reis

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  2. Obrigado Ana! Temo desiludi-la muitas vezes com as tolices que escrevo, mas, se gosta de arte.. há uns textos pretensiosos sobre pintura...

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  3. Anónimo23:20

    que seria deste mundo sem tolos (leia-se tolices)???
    é bom ser louco e pobre daquele que não o sabe ser.
    continue, estarei cá pra ler e sorrir :)
    Ana

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