4. A programação do Pax Julia e a programação das festas anunciadas revelam uma única coisa: que o Pax Julia está condenado a ser um espaço de apresentação de espectáculos e não aquilo que deveria ser: um espaço de criação e divulgação cultural.
Nada me daria mais alegria do que ver Beja transformada numa real Capital de Cultura. Uma coisa é certa: matéria-prima não falta a esta cidade, a única coisa que tem falhado sistematicamente é o apoio aos criadores e esse é cada vez menor.
Quando se diz que se consegue uma programação mais rica com menos dinheiro e ao mesmo tempo se assiste (ou sente-se, no meu caso) o crescente desinvestimento no apoio à estrutura permanente da cidade, então podemos falar um maior investimento na cultua? Quando se pede às estruturas criadoras que participem na programação da cidade, “apresentem propostas” (que são constantemente recusadas) e há uma conferência de imprensa sem pelo menos se tenha a delicadeza de as convidar, de que é que falamos?
Em relação ao teatro (que é disso que sei e quero falar – sou actriz, não política) o que há existe é um desinvestimento crescente e cada vez maior na estrutura que represento e que nas últimas produções teve salas esgotadas e quando não, bastante cheias (e quando se fala de bilheteiras, é bom ir ao local e confirmar). E isto, como é óbvio tem uma única causa: a grande qualidade com que a Lendias se tem apresentado no Pax Julia. Convidamos para trabalhar connosco escritores e encenadores de grande qualidade, e só vamos para palco quando sabemos que o que temos para oferecer preenche os nossos padrões de qualidade.
Arriscamos, e com cada vez menos dinheiro, conseguimos levar avante os nossos projectos. No entanto, é muito desolador ver que este esforço ou se quiseres estas metas, estes resultados não são minimamente tidos em conta por quem, mais que qualquer outra pessoa deveria estar atento ao que se passa nesta cidade, uma vez que é quem toma decisões importantes no que diz respeito aos apoios da cidade.
As festas são eficazes, animam a malta. A cultura é outra coisa. Exige educação, exige formação, duas coisas que dificilmente resultam num atirar de foguetes imediato ou num bom resultado nas urnas. É preciso paciência e persistência. Poupa-me a imodéstia, mas é preciso que alguém o diga: a Lendias está a fazer um excelente trabalho nesse sentido. Era bom que fosse reconhecido. Era bom que quem discute e decide soubesse de facto o que está a decidir e a discutir.
Nada me daria mais alegria do que ver Beja transformada numa real Capital de Cultura. Uma coisa é certa: matéria-prima não falta a esta cidade, a única coisa que tem falhado sistematicamente é o apoio aos criadores e esse é cada vez menor.
Quando se diz que se consegue uma programação mais rica com menos dinheiro e ao mesmo tempo se assiste (ou sente-se, no meu caso) o crescente desinvestimento no apoio à estrutura permanente da cidade, então podemos falar um maior investimento na cultua? Quando se pede às estruturas criadoras que participem na programação da cidade, “apresentem propostas” (que são constantemente recusadas) e há uma conferência de imprensa sem pelo menos se tenha a delicadeza de as convidar, de que é que falamos?
Em relação ao teatro (que é disso que sei e quero falar – sou actriz, não política) o que há existe é um desinvestimento crescente e cada vez maior na estrutura que represento e que nas últimas produções teve salas esgotadas e quando não, bastante cheias (e quando se fala de bilheteiras, é bom ir ao local e confirmar). E isto, como é óbvio tem uma única causa: a grande qualidade com que a Lendias se tem apresentado no Pax Julia. Convidamos para trabalhar connosco escritores e encenadores de grande qualidade, e só vamos para palco quando sabemos que o que temos para oferecer preenche os nossos padrões de qualidade.
Arriscamos, e com cada vez menos dinheiro, conseguimos levar avante os nossos projectos. No entanto, é muito desolador ver que este esforço ou se quiseres estas metas, estes resultados não são minimamente tidos em conta por quem, mais que qualquer outra pessoa deveria estar atento ao que se passa nesta cidade, uma vez que é quem toma decisões importantes no que diz respeito aos apoios da cidade.
As festas são eficazes, animam a malta. A cultura é outra coisa. Exige educação, exige formação, duas coisas que dificilmente resultam num atirar de foguetes imediato ou num bom resultado nas urnas. É preciso paciência e persistência. Poupa-me a imodéstia, mas é preciso que alguém o diga: a Lendias está a fazer um excelente trabalho nesse sentido. Era bom que fosse reconhecido. Era bom que quem discute e decide soubesse de facto o que está a decidir e a discutir.
Ana Ademar (num comment!)
Adenda: Ana! Acho que era terrivelmente importante uma discussão séria sobre politica cultural! Sem ataques políticas, mas em defesa da cultura! Até porque, está patente nas tuas palavras, que os problemas têm anos, que não começaram há quinze meses!
Já o afirmei no passado: só não lanço este debate, porque sendo iniciativa minha, ficava inquinado à partida, por sobejamente conhecidas! Mas o debate é crucial: porque não se trata de meter mais dinheiro na cultura! Trata-se de ter uma politica coerente para a produção cultural! Pelo que te faço o repto: porque não avanças com um "conselho de produção cultural" e convidas as pessoas de boa vontade desta terra, que se preocupam com a cultura?!
Atenção que também falamos de dinheiro: se se faz uma programação no Pax menos dispendiosa e se corta nos apoios às estruturas onde está o investimento? Para onde estão a ir as verbas?
ResponderEliminarNão publicaste uma parte que eu considero muito importante no meu comentário, por isso repito-a: como se pode querer uma capital cultural quando sistematicamente se afastam os criadores e as entidades das decisões?
Faz-se uma programação anual sem ter em conta sugestões, propostas das entidades e nem sequer há uma vontade de partilha com estas em relação às decisões tomadas.
Prece-me um recuo brutal daquilo que anunciava como objectivo: capital cultural.
E em relação ao debate, está inserido no Plano de Actividades da LdE, mas não houve interesse em inseri-lo na programação.
ResponderEliminar@ana - não coloquei na integra, para não ficar demasiado longo! A lógica dos blogues é inversa à lógica dos blogues: se o texto é demasiado grande, a malta perde o interesse!
ResponderEliminarSobre o debate... não acho que seja uma questão de programação: uma sala e boa vontade é quanto basta, certo?!!
Irra que esta gente não aprende. Estamos todos enganados ou as companhias ditas profissionais não recebem cerca de 45.000€ (pelo menos foi o que acho que que vi no orçamento de 2011) e ainda levam o apoio à actividade regular (algo que não se consegue compreender porque se são profissionais não deviam receber nada por essa via que devia ficar para as amadoras). E se estes agora apresentam uma programação e dizem que como há fundos comunitários a programação só lhes fica em 40 ou 50 mil Euros porque o resto é financiado... sou eu que sou muito parva ou as Companhias recebem o mesmo ou mais que aquilo que custa a programação TODA DO ANO com todos aqueles nomes que vi na comunicação social!? Tenham paciência. E desculpe lá Ana, mas não tem razão nenhuma, porque tomara os produtores locais, regioais e nacionais que por aí há à vossa escala receberem metade do que vocês recebem. E há quanto anos é que recebem? Então mas não são profissionais? Não têm 15 anos de existência!? Não tinham já obrigação de terem formado públicos e se terem "vendido" melhor!? Ao que li no ano passado só o Lêndias recebia nos anos anteriores MIL CONTOS por mês da Câmara Municipal de Beja! Com quantos espectadores? Com que resultados na formação desses públicos. Tenham dó e sejam construtivos! 1000 contos por mês!!! E as bandas de música e os poetas, e os outros todos!
ResponderEliminarE mesmo que agora recebam 400 ou 500 ou 600 contos... então quase que mais valia serem empregados da Câmara e em vez de Companhia Profissional de Teatro passavam a Companhia MUNICIPAL.
H, é verdade que a CMB gasta mais com Lendias e o Arte Publica do que com toda a programação do Pax Julia?!
ResponderEliminarSra. Ana, já que o post da(o) CB fala em moeda antiga. Esclareça-nos lá afinal quanto é que a sua companhia de teatro recebeu da câmara (pode ser em CONTOS)na última meia dúzia de anos. Era importante que isso ficasse bem esclarecido para que pudessemos nós que lemos estas coisas avaliar melhor os comentários e os assuntos poruqe nunca sabemos o que é são as verdades e as mentiras.
ResponderEliminarFalta só incluir/debater um pequemo grande ponto: Descentralização cultural, pois com os cortes nos apoios às associações sediadas nas freguesias rurais, algumas elas também promotoras de cultura, esse importante aspecto é completamente ignorado pelo actual executivo
ResponderEliminarO grande problema é que o Arte Publica e o Revez há vinte anos que chupam todo o dinheiro da câmara para a cultura!
ResponderEliminarUma nota breve: a Ana Ademar assina aquilo que escreve! Só por isso, merece muito mais credibilidade!
ResponderEliminarSim caro H, mas já agora eu também gostaria que ela respondesse/esclarecesse as perguntas dos anónimos anteriores a mim. É que eu por acaso também fiquei curioso!
ResponderEliminar@anónimo - Não faço a menor ideia! Não conheço os números!
ResponderEliminarSei apenas o que é publico... apesar de ninguem acreditar!
H, não seja ingénuo! Não é possível um debate sobre política cultural com pessoas que têm interesses económicas na cultura!
ResponderEliminarO que está em causa não é cultura: é quem vai ganhar dinheiro com isso!
Foram sábias as tuas palavras "alguém desligado de teias partidárias, o que, para mim, é terrivelmente importante numa cidade em que tudo é baixa politica"! Infelizmente nesta terra as pssoas só pensam em politica!
ResponderEliminarEsta gente do teatro acha-se sempre especial. Dão um traque em palco, é uma obra de arte. Não é um traque em palco, nós é que não conseguimos entender a profunda semiótica do traque e por isso somos condenados ao desprezo dos grandes iluminados do teatro.
ResponderEliminarEm Beja não há uma única companhia de teatro de jeito. Da Homlet às Lendeas, passando pelo arte pública, não passam de uma cambada de putos ou de ressabiados dos anos 60 que lerem meia fotcópia e um artigo de jornal e já se acham dramaturgos, encenadores, actores.
O azar é que nesta cidade ainda há pessoas que já viram teatro a sério por esse país e por esse mundo fora e que não vão nas vossas balelas.
As lamurias dos Lêndias são eternas.
ResponderEliminar15 anos? Continuam a fazer um trabalho ao nível de uma companhia que esteja agora a começar. Salvo as duas actrizes que ultimamente dão a cara e que parecem honestas, esforçadas e cheias de potencial, tudo o resto sempre foi e continua medíocre: as escolhas dos autores, os textos do irmão mais velho, as encenações, os encenadores camaradas, as cenografias sem pés nem cabeça, etc etc etc
Estas Lendias, tal como a outra congénere Pública (que de publica não tem nada), já demonstrou que não vai a lado nenhum. O problema está simplesmente na incompetência dos cabecilhas instalados que persistem nas mesmas asneiras há anos.Reconheça-se o problema e haja coragem politica para fechar as torneiras. Que venham projectos novos.
Eu concordo em absoluto com o último anónimo e se for verdade que a Câmara dava e/ou dá 50 ou 60 mil contos só para essa ou essas companhias de teatro então eu aí vou ficar mesmo muito chateado/desiludido. Mas, também eu antes de fazer qualquer juízo de valor gostava de saber se isso é verdade ou mentira. Se a Ana puder esclarecer isso, agradecia.
ResponderEliminarObviamente com a confusão dos contos eu queria dizer 10 ou 12 mil contos ou 50 ou 60 mil euros... mas de qualquer modo gostava que me esclarecessem!
ResponderEliminarVenho por este meio informar que acho este blog um pretexto para o senhor tentar "engatar" e "sacar" as suas alunas "pitas", por pensar que elas acham o maximo o que escreve neste blog. Acho também que o facto de andar de fato e gravata e ainda o lencinho na lapela pelas portas de mertóla com ar de superioridade quando na realidade o Drº é simplesmente professor numa "ESTIG", não estamos propriamente a falar na Universidade de Direito de Lisboa.
ResponderEliminarTenho ainda a dizer que acho que utiliza este blog para denegrir a imagem de algumas pessoas bem competentes da nossa sociedade bejense, tendo se calhar o Drº tem algum sente algum tipo de inferioridade em relação a essas mesmas pessoas.
Já agora como mulher não o acho nada de especial, e já agora pare de olhar para o meu decote em pleno Continente.
Caros anónimos como eu, no mundo das actividades artísticas subsidiadas, os subsídios atribuídos a artistas e companhias de artistas são públicos mas com reservas, pois embora sejam 'públicos', ter acesso a eles é muito difícil sendo a maioria das vezes mesmo impossível (excepção quando se tem o tal conhecido 'à la tuga' que arranja essas coisas pela porta do cavalo).
ResponderEliminarPerguntar aos subsidiados quanto receberam e o que fizerem com o dinheiro :-) he he, boa sorte que a malta é sempre sincera nessas coisas de dinheiros e muito humilde a explicar as actividades e projectos desenvolvidos especialmente se for para justificar gastos de subsidios ;-)
De qualquer forma nem é bem isso que interessa, o que interessa mesmo é o que se pretende fazer no e para o futuro.
Como nota aparte veja-se o veneno que se destila na guerra de cartas abertas que vai decorrendo no Correio do Alentejo entre pseudo agentes culturais da cidade!
Os artistas têm egos muito frágeis e vorazes, personalidades muito especiais e caracteres muito artísticos que se revelam nos pormenores.
Eu, infelizmente, já me tou assim a cagar para eles!
Se quero ter acesso boa arte, teatro, cinema, pintura, multimédia, performances, e outras que tais não é em Beja que vou encontrar, nem que dessem à maioria dos 'artistas' de cá subsídios equivalentes ao seu peso em ouro eles se safavam...
@anónima 19:07 (ou será anónimO), boa tentativa de tentar ofender quem quer que seja. Acha que conseguiu. Olhe que não. Deve ter apenas conseguido ... uma gargalhada ou um riso trocista daquele que pretendia ofender.
ResponderEliminarÉ uma anónima e tenho direito a ter a minha opinião pelo o que vejo e pelo o que falam...
ResponderEliminarh, essa anónima quis e tu não lhe deste, não foi? eheheheh
ResponderEliminar@anónimO 19.07 -
ResponderEliminarNão que mereça resposta, mas achei-lhe graça! 3 notas!
1ª - toda a gente sabe que para engatar pitas, não se usa um blogue, mas o Facebook!
2ª - se eu der aula na Universidade de Évora posso usar lenço no casaco ou só em Lisboa?!
3º - consegue dar UM exemplo de uma pessoa que eu tenha ofendido neste blogue?! Pense bem, a quem se aplica esta frase "utiliza este blog para denegrir a imagem de algumas pessoas bem competentes da nossa sociedade bejense, tendo se calhar o [...] algum sente algum tipo de inferioridade em relação a essas mesmas pessoas.
Está enganado H! Isto é gaja reles e ressabiada! Se você fosse mulher percebia logo isso!
ResponderEliminarPosso não merecer resposta, mas agradeço por me ter respondido.Em reposta as suas perguntas aqui vai:
ResponderEliminar1ª- O facebook realmente é uma maravilhosa rede social para engante, mas um blog mete mais charme e mais curiosidade para saber quem se esconde por trás da escrita.
2ª - A universidade de Évora na minha opinião não esta também talhada para o fato e gravata. Tente concorrer para Lisboa ou Coimbra e ai sim já se vai puder apreciar os fatos.
3ª- E sim consigo dar-lhe exemplos, mas como o H não revela os nomes, também não vou ser eu quem os vai revelar, mas em muitos dos casos consegue-se muito bem saber de quem se trata nas entre-linhas.
@anónimO - Toda a gente sabe quem é o H! Quem você é... é que não se sabe, porque não tem coragem de dar a cara por aquilo que acredita! Provavelmente por temer o ridículo! E por confundir andar de cabeça levantada com ar de superioridade!
ResponderEliminarHá anos e anos que convido os anónimos a dar UM NOME de alguém que eu insulte no blogue! E, você, tal como os outros.. foi incapaz de o fazer!
Mas não tenho o minimo problema em lhe dizer quem sou!!!
ResponderEliminarEntão diga! Seja um ser humano decente! Diga quem é e diga quem eu ofendi!
ResponderEliminarPorque se me der um nome e se eu tiver sido injusto com a pessoa em questão.. não tenho problema em pedir desculpas!
Engano-me mtas vezes e erro terrivelmente! Mas tento faze-lo o menos possível! E nunca tive problemas em assumir erros e pedir desculpa! Pelo que fica o repto! É homem/mulher para isso?!
Claro que sou capaz de dizer quem sou, vou convida-lo agora para amigo no facebook.
ResponderEliminarVou esperar pelo convite! E esperar que diga quem e que insultei!
ResponderEliminarEngraçado mesmo é que qd os leitores começaram a interrogar sobre dinheiros a anademar desapareceu logo de cana. lolll
ResponderEliminarDesculpem, queria dizer de cena e não de cana.
ResponderEliminarseria por falta de argumentos?
ResponderEliminarpela baixaria da conversa?
ou acabou o noivado?
@anónimo - A Ana expôs as suas ideias e não é obrigada a discutir ad eternum!
ResponderEliminarÉ minha amiga, respeito-a e admiro-a e tem a coragem de assinar aquilo que escreve, de assumir as suas convicções!
Neste blogue respeita-se a diferença!
Sim, mas a AnaAdemar podia ter respondido e todos nós sabemos porque nao o fez. Ela que diga (ou outros por ela) quanto é que a Companhia Lêndia recebeu da Câmara de Beja nos ultimos 6 anos! Eu gostava de saber!
ResponderEliminarH, a Ana Ademar diz que os criadores não foram ouvidos! Ontem no seu programa o Nuno diz que a primeira coisa que fez foi falar com os grupos de teatro! Pergunto-lhe: quem mentiu?
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