domingo, março 15, 2009

Futilidades de um Domingo de Sol...

Apetecia-me ter ido à praia escutar o mar e conversar com as ondas. Sujar os pés de areia. Comer um peixe grelhado. Ler numa esplanada desconhecida.
Acho graça aos primeiros dias de calor, quando quais baratas tontas não fazemos a menor ideia do que vestir: olhar a confusão e confrontar os que já andam de sandálias com aqueles que cumulam o pullover com o casaco, as minúsculas saias e as calças com as meias...
Salvou-se o malacueco, que estava realmente bom!

Domingo...

Sim! Hoje é Domingo...

sábado, março 14, 2009

Está bonito...

... o hóquei na cidade de Beja. E não falo apenas disto, porquanto me parece a consequência e não a causa. É reconfortante ir ao velhinho pavilhão e ver as bancadas bem compostas para ver jogar miúdos de 10 anos. É bonito ver que os mais velhos acabam o jogo e ficam a ver e aplaudir os mais novos; é comovente perceber que os seniores vão ver jogar os miúdos e ficam a incentivá-los. E ver nas bancadas os pais as mães, as manas e os tios babosos.
O hóquei - muito devido ao labor do SENHOR João Magalhães foi durante décadas um desporto nobre na cidade; desapareceu uns anos e agora fico encantado ao assistir ao seu regresso, gerando uma intensa química com a cidade. Parabéns a todos.
PS - Esclareço que neste post não fiz qualquer referência ao facto de o meu sobrinho M. ter feito três golos, na baliza dos outros e em tempo de jogo com o guarda-redes lá...

Depois do livro... o filme...

Escrevi aqui que me tinha apaixonado pelo livro, simplesmente maravilhoso! Vi agora o filme: estava curioso em saber como conseguiam passar para a tela a história. Confesso estou arrepiado! E quem me conhece bem, sabe as razões! O filme está igualmente divino! Absolutamente extraordinário. E com a Kate Winslet perfeita no papel. Deixe de ser preguiçoso e veja este filme! E depois pense sobre ele...

sexta-feira, março 13, 2009

A internet faz hoje 20 anos!

Obrigado Internet: não conseguimos imaginar como seria a nossa vida sem o www

Peço desculpa aos leitores...

... mas porque hoje é sexta-feira treze e está uma divina lua, meti uma música decente no blogue. Prometo não repetir e em breve regressa a má qualidade musical com que habituei vossas quase excelências!

100 razões para amar Beja - 41

Por estes dias, regressei ao Mercado Municipal de Beja e foi com nostalgia recordei a glória do passado, quando na minha meninice acompanhava o meu pai percorrendo a azáfama dos corredores, onde a melhor fruta namorava o bom queijo e pão, bolinhos ainda quentes, os talhantes na época endinheirados, a zona do peixe fresco, para onde corria para receber um fraternal beijo do meu tio! Confesso que me chocou a degradação, o desprezo e a tristeza que encontrei naquele inóspito espaço, esquecido pelos poderes regionais, abandonado pelos munícipes!
Sem hipocrisias fáceis, não junto a minha voz aos que criticam a Câmara Municipal de Beja pela vergonha em que se tornou o Mercado! É certo que se nos anos que passaram não tivesse existido uma vergonhosa politica permissiva sobre a instalação de grandes superfícies dentro da cidade, o mercado municipal podia não ter chegado tão rapidamente à miserável situação em que se encontra! Mas … não gosto de viver no mundo dos “ses”. A verdade é que quando toda a sociedade muda, a cidade não pode ficar na mesma. Mesmo com as necessárias obras, mesmo que se inventasse um bom estacionamento (embora, a percepção que tenho é de que este é hoje um falso problema, porque nas traseiras do mercado abundam lugares vagos), mesmo com horários decentes, mesmo com a inteligente medida de colocar no piso superior do mercado um supermercado que poderia funcionar como loja âncora, o mercado está condenado! Já não vivemos no tempo em que as mulheres eram apenas donas de casa, em que as compras se faziam diariamente, em que os pequenos produtores comerciantes tinham preços apelativos aos consumidores! Por maior que seja a mágoa que cause aos nostálgicos e aos saudosistas - grupo que não tenho pudor em incluir-me - vivemos na era dos grandes hipermercados, das Asae e do fast-food, um tempo em que a qualidade se mede pelo preço e comodidade, dos alimentos congelados, na geração dos centros comerciais e do micro-ondas…
Entristece-me ver o estado de podridão e abandono do mercado; apetece-me gritar revitalize-se o mercado ou deixem-no morrer com dignidade...

quinta-feira, março 12, 2009

Estou orgulhoso de mim próprio e de eu próprio também...

Fui ao Modelo comprar bacalhau! Não que isso seja pertinente: cada um compra o bacalhau onde lhe apetece e ninguém tem nada a ver com isso. Excepto se for bacalhau miúdo que pode ser caso de polícia.
Mas o motivo do meu orgulho é outro: quando a menina da caixa me perguntou se eu tinha cartão da casa, olhei-a nos olhos e respondi orgulhoso e triunfante: sim, eu tenho cartão modelo.
E depois meti-lhe o coisa na mão e ela passou o coisa na ranhura e enfiou o dito, conferindo o meu largo e amplo sorriso de quase felicidade.
Terminada a operação, entrou-me a factura onde pude confirmar alegremente que paguei exactamente o mesmo que teria pago caso não tivesse a merda deste cartão. Mas isso não interessa nada: o importante é que tenho cartão. Agora só me falta o fato de treino...

Francisco Pacheco em Sines

Francisco Pacheco é o candidato comunista à Câmara de Sines. Numas eleições que serão curiosas, porquanto o proscrito e actual presidente vai concorrer em lista independente.
Não me vou pronunciar sobre a qualidade política da escolha: mas simpatizo com Francisco Pacheco. Privámos uma vez e apesar de bem ciente das minhas posições críticas sobre o seu reinado no Diário do Alentejo, soube ser cordial, simpático e educado. Porque divergir de alguém ou de algo, não deve ser considerado um ataque pessoal. Que outros entendam e compreendam...

Mais23 - Crónica Rádio Pax

Durante a quase totalidade deste mês, decorrem as candidaturas dos Mais 23 para o Instituto Politécnico de Beja. Para quem ignora do que se trata, uso hoje este espaço para fazer publicidade gratuita e desinteressada para a minha entidade patronal.
Os Mais23 são uma forma diferente e, porque não assumi-lo, simplificada de ingressar no Ensino Superior, com reminiscências nos antigos exames ad hoc. A grande diferença é que o método de selecção é interno das Instituições e consiste numa prova escrita e numa prova oral, onde se tenta avaliar o curriculum profissional dos candidatos.
Ao longo destes anos ouvi e li imensas críticas aos Mais23, realidade que não vou escamotear hoje. Criticas, e devo sublinha-lo, quase sempre feitas por quem não conhece o terreno, quem desconhece a realidade concreta do actual ensino superior, pelo que, não raras vezes, impregnadas de preconceito maledicentes e erros de análise.
Obviamente que existem lapsos: uma nova simplificada de acesso ao Ensino Superior, em simultâneo com a Revolução de Bolonha e misturado com um gravíssimo problema de desorçamentação do ensino superior e limites absurdos para o financiamento de cursos, é susceptível de gerar abusos, que não pretendo fingir que não existem. Como, por outro lado, sempre e em qualquer circunstância que se procuram avaliar pessoas com base no seu curriculum, existe a possibilidade de lapsos, de erros de casting.
Dito isto, vamos ao mais pertinente. E permita-me o ouvinte a subjectividade de quem desde há uns anos trabalha todos os dias com estes alunos: gosto bastante dos alunos mais 23. Carregam consigo para o ensino a experiência de quem já sabe fazer, faltando-lhes a teoria que os ajuda a fazer melhor. Carregam consigo o empenho de quem está no mercado de trabalho e tem a ambição de ser melhor naquilo que faz!
As Candidaturas dos Mais 23 são uma excelente ideia e permitem uma maior democracia no acesso ao ensino superior: permitem a muitas pessoas a quem as vicissitudes da vida impediu que tirassem um curso superior na entrada da idade adulta o possam fazer na maturidade das suas vidas, cientes daquilo que realmente querem e conhecedores do percurso que devem percorrer! Mais. Tirar um curso na idade adulta, a maior parte das vezes com empregos e filhos, é um acto de coragem e de sacrifício que merece ser aplaudido! Um caminho duro, difícil, com momentos desesperantes em que apetece fugir e desistir! Mas um percurso que pode ser muito bonito! Acredite, porque o vejo quase todos os dias, nos últimos anos!
Por isso, termino com a pergunta, dirigida aos meus ouvintes com mais de 23 anos que ainda não abdicaram de sonhar: o que vai fazer este mês?

quarta-feira, março 11, 2009

Porque é que eles não ficam em casa!

Só para esclarecer que neste blogue não se vai comentar este assunto!

100 razões para amar Beja - 40

Uma das mais irritantes características de Beja é a letargia dos bejenses! Especialmente perante as actividades culturais. Com raríssimas excepções - e quase sempre para consumir produtos que vêm de fora - os espectáculos estão vazios, seja teatro, dança ou música. Escrevi no passado e repito no presente, que o pior da cultura em Beja são os bejenses.
Mas esta letargia, este comodismo egoísta que nos faz passar horas no sofá da sala consumindo lixo televisivo, não se vê apenas na passividade com que se passa ao lado da intermitente actividade cultural existente na cidade.
Esta passividade é quase um modo de vida, intrínseco ao ADN de uma população absorta com praticamente tudo aquilo que a rodeia, desinteressada com tudo o que não lhe diz directamente respeito. Só isso explica que congressos e colóquios se encham de ar e espaço, que se exerça tão pouco e tão deficientemente os mais elementares direitos de cidadania.
Na Beja de hoje assistimos ao culto da inércia, apaixonamo-nos pela mediocridade e lançamos olhares de inveja a quem ousa ser activo e empreendedor. Mais. Cultivamos a pequena intriga, a guerrilha que nos divide, esquecendo o muito que nos podia unir. Sei que muitos vão discordar, mas recordem-me a última vez que a cidade se soube unir como um todo na luta por um objectivo comum! Qual a última vez que a cidade saiu para a rua e em conjunto lutámos por algo nosso, que defendemos os interesses desta cidade e região?

terça-feira, março 10, 2009

I have a dream


Eu tenho um sonho. Alias. Eu tinha um sonho. Era ser dono e legítimo proprietário de um cartão Continente. O meu próprio cartão com direito a nome e tudo! In casu, como não tinha o nome, comprei uma caneta de acetatos e escrevi!
Agora estou feliz e quase realizado: já posso comprar coisas que não preciso e outras mais caras que nos outros locais, mas com direito a ter um cartão em que o desconto é inferior ao que cobram a mais. Mas sendo dono de um cartão vermelho, quem sabe a minha vida não fique facilitada...

Politiquices aqui da paróquia...

Definitivamente Miguel Ramalho não tem talento para a política! Admito que possa ser competente no seu trabalho - não o conheço - e extremamente útil para o PCP, dando o corpo ao manifesto, procurando poupar o Presidente da crítica publica.
Mas... diz o ditado: tem a sensibilidade política de um elefante numa loja de cristais e vidros! Em pleno ano eleitoral "expulsar" da direcção da Resialentejo os municípios não comunistas é de uma perspectiva política uma estupidez! Argumentar o princípio da proporcionalidade e depois tentar eleger duas câmaras do PCP e uma do PSD, revela igualmente complexas dificuldades em matemática simples (quiçá o Magalhães resolva!).
Perceba-se uma coisa: a Resialentejo é mais uma empresa municipal, daquelas que ninguém sabia muito bem o nome nem para o que serve: se o PCP tem ficado com duas câmaras e o PS com a terceira, era normal e o PC mantinha o controlo da empresa, sem criar alaridos públicos. Com a solução encontrada o único efeito útil é que daqui a quinze dias já ninguém se recorda do nome da empresa os do que deu origem ao caso, ficando na opinião pública apenas um dado: o PCP correu com o PS de uma empresa municipal para poder dar emprego aos seus afilhados políticos!
Pulido Valente agradece!

100 razões para amar Beja - 39

Houve um tempo em que a cidade de Beja tinha razões para se orgulhar da sua limpeza. Foram tempos bem recentes que muitos nós não esquecem. Mas tempos que as ruas da nossa cidade já esqueceram.
Admito que haja responsabilidades municipais, mormente algumas alterações que foram feitas, nomeadamente o investimento em máquinas que fazem menos e pior que os homens, bem como outras que parece que foram adquiridas mas nunca foram utilizadas. Será óbvia a responsabilidade de um urbanismo descuidado, que criou dimensões humanos superiores à capacidade de resposta dos baldes do lixo, que, especialmente ao Domingo, vê acumular juntos aos baldes os dejectos da modernidade.
Como não seria errado responsabilizar os lojistas, mormente os da hotelaria, especialmente aqueles que adoptaram a lei do fumo e não disponibilizam junto às suas portas cinzeiros para os pecadores que fumam.
Mas se tudo o que fica escrito é imaculado e insofismável, tenho para mim (gosto desta expressão) que o primeiro responsável é o cidadão ou, para ser preciso e fugir de eufemismos, a falta de cidadania da maioria de nós, que vê no espaço público uma imensa lixeira colectiva, o desdém com que tratamos as ruas como baldes do lixo gigantes, partilhando com as pedras da calçada e o alcatrão das estradas, o lixo que vamos fazendo!
Já agora: quem anda por aí a ler-me, já ouviu falar em reciclagem e separação do lixo? Se sim, porque não a pratica?

Stand Up - Daquela que vale mesmo a pena ver... (Com Adenda)

Há um ano foi mais ao menos assim! Ou seja, foi realmente bom. E esta noite, pelas 22h repete-se o espectáculo. Viagra e Prozac recomenda: vale realmente a pena ir! Ou acha melhor ficar no sofá a coçar uns tintins do seu respectivo?

Adenda: Gostei bem mais do ano passado. Especialmente de Pedro Ribeiro que o ano passado esteve brilhante e hoje teve uma noite que não foi bem conseguida. Talvez seja um jogo de expectativas: o ano passado eram muitos baixas e foi uma excelente surpresa, este ano, fui esperando algo soberbo e vi um espectáculo entre o mediano e o normal, com alguns bons momentos de descontracção (quem é a Dânia, que esteve excepcional?).
Uma palavra para o bejense Raminhos - bem melhor que o ano passado - e para o Carlos Moura que está um verdadeiro profissional. Mas... aquela parte final era bem dispensável, não era?

segunda-feira, março 09, 2009

AS promessas esquecidas...

Esteve bem Jorge Pulido Valente ao colocar este tema na agenda: onde estão as promessas eleitorais da CDU de 2005?

Porque quem merece ser elogiado, deve ser elogiado...

Como tinha ameaçado ontem, tenho o prazer de elogiar hoje a minha Câmara Municipal. Reforçando o princípio de que o Parque da Cidade é a verdadeira zona nobre da cidade, satisfaz-me saudar a iniciativa do desporto no parque. Porque o desporto no parque acorda mais cedo do que acordo ao Domingo, não posso mesurar a dimensão e a aderência da iniciativa: mas é uma excelente ideia. Não apenas dá vida ao parque (que até anda demasiado vivo) como permite a muitas pessoas praticarem exercício físico de forma controlada e monitorizado, algo que se destaca. Parabéns ao executivo em geral, ao ideólogo da iniciativa em particular!

O leitor, de Bernhard Schlink

Terminei a leitura do "the reader", na versão inglesa - e para mim é diferente ler ou não em português - e achei o livro absolutamente fabuloso. Como escrevi aqui tenho uma valente pancada pelo período da segunda guerra mundial e acho muito refrescante ler a perspectiva germânica da guerra. No caso, este é um livro que fala de livros, de personagens que gostam de ler livros, de amores que nos marcam para a vida, com traços de uma lolita no masculino. Recomendo muito e muito. E em breve quero ver o filme (apanharam a dica, piratas informáticos?)

100 razões para amar Beja - 38

No final da década de sessenta Beja tinha um impressionante campus desportivo. Um Pavilhão municipal que era um verdadeiro multiusos, passível de ser usado por vários desportos, desde o hóquei à patinagem, passando pelo andebol e basquetebol, ginástica e futebol cinco (ainda se lembram dos torneios de futebol 5 no pavilhão?); perde-se no tempo o computo das horas que passei naquele pavilhão a praticar desporto ou a ver os jogos dos outros.
Por detrás, dava para pular uma pequena vedação e entrar no campo de futebol; o estádio Flávio dos Santos - hoje uma espécie de coliseu de Roma, não pelo esplendor mas pelas ruínas. Fecho os olhos e recordo a infinidade de domingos que fui pela mão do meu pai assistir aos desastrosos jogos do Desportivo de Beja, num ritual quinzenal, com direito a sumo e pacote de amendoins ao intervalo. Como recordo uma longinqua tarde que quero esquecer, onde no peão inacabado vim com lágrimas um jogo que jamais soube qual foi.
E depois havia a piscina: uma piscina que começava de dia e se estendia pela noite, no calor de agosto, com um cachorro de salsichas nobre e uma greend sands (era assim que se escrevia?). A piscina onde passávamos os dias, onde aprendemos a nadar e nos exibíamos atirando-nos da prancha dos cinco (o medo que eu tinha daquela prancha!); ou as outras noites, onde putos desbarbados íamos assistir às provas de natação, porque ouviamos falar numa boazonazinha que lá andava (esta foi óptima...).
Há anos que não entro na piscina ou no estádio; e é com tristeza que regresso ao velho pavilhão. Entristece-me sentir o desleixo e o abandono, a incapacidade de modernizar e actualizar estas infra-estruturas que fizeram de Beja aquilo que hoje muitos de nós somos. Prefiro guardar as memórias que constatar a triste realidade...