sexta-feira, março 13, 2009

100 razões para amar Beja - 41

Por estes dias, regressei ao Mercado Municipal de Beja e foi com nostalgia recordei a glória do passado, quando na minha meninice acompanhava o meu pai percorrendo a azáfama dos corredores, onde a melhor fruta namorava o bom queijo e pão, bolinhos ainda quentes, os talhantes na época endinheirados, a zona do peixe fresco, para onde corria para receber um fraternal beijo do meu tio! Confesso que me chocou a degradação, o desprezo e a tristeza que encontrei naquele inóspito espaço, esquecido pelos poderes regionais, abandonado pelos munícipes!
Sem hipocrisias fáceis, não junto a minha voz aos que criticam a Câmara Municipal de Beja pela vergonha em que se tornou o Mercado! É certo que se nos anos que passaram não tivesse existido uma vergonhosa politica permissiva sobre a instalação de grandes superfícies dentro da cidade, o mercado municipal podia não ter chegado tão rapidamente à miserável situação em que se encontra! Mas … não gosto de viver no mundo dos “ses”. A verdade é que quando toda a sociedade muda, a cidade não pode ficar na mesma. Mesmo com as necessárias obras, mesmo que se inventasse um bom estacionamento (embora, a percepção que tenho é de que este é hoje um falso problema, porque nas traseiras do mercado abundam lugares vagos), mesmo com horários decentes, mesmo com a inteligente medida de colocar no piso superior do mercado um supermercado que poderia funcionar como loja âncora, o mercado está condenado! Já não vivemos no tempo em que as mulheres eram apenas donas de casa, em que as compras se faziam diariamente, em que os pequenos produtores comerciantes tinham preços apelativos aos consumidores! Por maior que seja a mágoa que cause aos nostálgicos e aos saudosistas - grupo que não tenho pudor em incluir-me - vivemos na era dos grandes hipermercados, das Asae e do fast-food, um tempo em que a qualidade se mede pelo preço e comodidade, dos alimentos congelados, na geração dos centros comerciais e do micro-ondas…
Entristece-me ver o estado de podridão e abandono do mercado; apetece-me gritar revitalize-se o mercado ou deixem-no morrer com dignidade...

10 comentários:

  1. Não sirvo de exemplo - mas, na altura em que eu era "apenas" mais um alemanito na cidade, enganaram-me por duas vezes nesse local, por isso, nunca mais meti lá os pés!!

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  2. Anónimo10:16

    ó Zig...venderam-lhe gato por lebre? :O) pessoas desonestas e mal intencionadas existem por todo o lado...as grandes superficies também nos iludem e enganam... subtilmente!!

    É verdade que o mercado "derrapou" de tal forma que nem nos lembramos que existe...mas há coisas que não mudam (falo por mim)...legumes e fruta só compro na mercearia da minha rua , carne, só num talho de confiança ou Pingo Doce, que vende carne alentejana e peixe,só no Pingo Doce... não tenho por hábito comparar preços a ver onde é mais barato, mas a qualidade , essa sim é importante,logo, onde compro a carne e o peixe termino as compras por essa razão existem grandes superficies que não me apanham lá muitas vezes!!!E essa do cartão de desconto de 5 euros por cada 500 acumulados faz me rir...maior desconto faz-me a loja onde compro roupa de criança para o meu baby que por cada cartão de 50 euros me desconta na proxima compra 5 euros!!!

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  3. Anónimo12:31

    Piruças, você é daquelas pessoas anti-continente?

    Que eu saiba no Continente uma pessoa só compra o que quer, certo!

    Antes de mais, não trabalho no Continente nem tenho qualquer tipo da afinidade com o mesmo.

    Contudo deixe-me que lhe diga, no Continente você pode escolher na maior parte dos casos o mesmo género de produtos a diversos preços, diria que tem a ver com a marca, com a qualidade e acom o fornecedor.

    O próprio Continente seleccionou dentro dos diversos produtos que vende, a melhor relação preço/qualidade e rotula os mesmo com a sua marca. Grande parte dos produtos que eu compro, s~ºao os rotulados marca continente, porque tem uma excelente relação preço/qualidade. E olhe que a nível de preços, o Continente na minha ideia é a melhor solução.

    Quanto aos frescos, na parte dos legumes e frutas tem excelentes opções a excelentes preços, também há produtos que não vale a pena comprar (ex: laranjas(, mas também é o único sitio em Beja onde você vê ervas aromáticas muito específicas.

    Não sou frequentador do talho, prefiro o do meu amigo Xico, é uma questão de confiança atrás do balcão.

    Quanto ao peixe, desconheço melhor montra de peixe em Beja quer ao níevle de qualidade, frescura e preço.

    Já agora, todos os produtos da marca selecção continente são altamente seleccionados pelo próprio Continente.

    Assinado
    Cliente Continente.

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  4. Anónimo13:38

    Onde é que fica o Continente?! ;)

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  5. Anónimo18:27

    O Mercado Municipal está como está porque as pessoras quiseram. Ao deixarem de ir lá fazer as suas compras, o espaço foi "morrendo". É verdade que as grandes superficies contribuiram para isso, mas ninguém é obrigado a ir ao Continente, Pingo Doce, Lidl, etc. Vai quem quer, e quem não quer vai a outro sítio!

    As pessoas é que fazem os sítios e é o "preço" dos novos tempos. Mas acredito que um dia, daqui a muitos anos as pessoas vão voltar ao antigamente...

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  6. Anónimo20:36

    Querido anónimoo sou anti - continente..até gosto de lá ir folhear livros para descontrar , simplesmente não me atrai...é grande demais e o que mais
    preciso geralmente está looooonge, o que eu gostomesmo é de qualidade e transparência...

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  7. Anónimo21:04

    qualidade e transparência????

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  8. Anónimo10:51

    a nostalgia a roçar o saudosismo é o mais interessante do seu lado liberal...M&M

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  9. Anónimo10:52

    esse mundo ja morreu há mts anos, é pena só verem isso em tempo de eleições...M&M

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  10. Anónimo11:25

    Se Beja tivesse uma Câmara Municipal "a sério" certamente que o espaço do antigo Mercado Municipal, Jardim Público e a ex-zona comercial das Portas de Mértola poderiam ser valorizados tornando-se uma zona pedonal atractiva como se faz noutros lados ... veja-se a zona pedonal da Baixa de Faro por ex. e compare-se com o que (não) temos por cá.

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