Uma das mais irritantes características de Beja é a letargia dos bejenses! Especialmente perante as actividades culturais. Com raríssimas excepções - e quase sempre para consumir produtos que vêm de fora - os espectáculos estão vazios, seja teatro, dança ou música. Escrevi no passado e repito no presente, que o pior da cultura em Beja são os bejenses.
Mas esta letargia, este comodismo egoísta que nos faz passar horas no sofá da sala consumindo lixo televisivo, não se vê apenas na passividade com que se passa ao lado da intermitente actividade cultural existente na cidade.
Esta passividade é quase um modo de vida, intrínseco ao ADN de uma população absorta com praticamente tudo aquilo que a rodeia, desinteressada com tudo o que não lhe diz directamente respeito. Só isso explica que congressos e colóquios se encham de ar e espaço, que se exerça tão pouco e tão deficientemente os mais elementares direitos de cidadania.
Na Beja de hoje assistimos ao culto da inércia, apaixonamo-nos pela mediocridade e lançamos olhares de inveja a quem ousa ser activo e empreendedor. Mais. Cultivamos a pequena intriga, a guerrilha que nos divide, esquecendo o muito que nos podia unir. Sei que muitos vão discordar, mas recordem-me a última vez que a cidade se soube unir como um todo na luta por um objectivo comum! Qual a última vez que a cidade saiu para a rua e em conjunto lutámos por algo nosso, que defendemos os interesses desta cidade e região?
Mas esta letargia, este comodismo egoísta que nos faz passar horas no sofá da sala consumindo lixo televisivo, não se vê apenas na passividade com que se passa ao lado da intermitente actividade cultural existente na cidade.
Esta passividade é quase um modo de vida, intrínseco ao ADN de uma população absorta com praticamente tudo aquilo que a rodeia, desinteressada com tudo o que não lhe diz directamente respeito. Só isso explica que congressos e colóquios se encham de ar e espaço, que se exerça tão pouco e tão deficientemente os mais elementares direitos de cidadania.
Na Beja de hoje assistimos ao culto da inércia, apaixonamo-nos pela mediocridade e lançamos olhares de inveja a quem ousa ser activo e empreendedor. Mais. Cultivamos a pequena intriga, a guerrilha que nos divide, esquecendo o muito que nos podia unir. Sei que muitos vão discordar, mas recordem-me a última vez que a cidade se soube unir como um todo na luta por um objectivo comum! Qual a última vez que a cidade saiu para a rua e em conjunto lutámos por algo nosso, que defendemos os interesses desta cidade e região?
Meu caro: Esse objectivo comum, ainda que envergonhadamente anda já na mira de muita gente. Pressente-se. Como qualquer organização precisa de uma liderança forte. É preciso perder o medo ir para guerra é muito pior.
ResponderEliminarGrande post! Não posso estar mais de acordo!
ResponderEliminarFalta-nos o elo comum....
ResponderEliminarEsse sempre foi um grande defeito da cidade, não é de agora. No entanto, as coisas estão a melhorar, as pessoas visitam cada vez mais os espectáculos, nem só das pessoas que vêm de fora, mas também dos que são produzidos por gentes de cá.
ResponderEliminarAcho que estás a ser algo injusto com essa afirmação. Claro que Beja podia ser mais activo ou afirmativo, no entanto, não se pode tirar séculos de hábitos em apenas meia dúzia de anos.
Antigamente o pessoal ia "apenas" aos bailes de rua, poeirentas e barulhentos, mas esses (quase) acabaram e deram lugar a confortáveis lugares, tanto em casa frente às TV's ou nas casas de espectáculo. Nesta mudança, a casa ganhou aos espectáculos culturais, mas, como as TV's mostram sempre a mesma coisa, penso (e espero) que a cultura finalmente retome o seu lugar devido!
Não é um problema da cidade, mas sim do País. Os jovens hoje em dia dão 20€ para comprar droga, mas não dão 4€ para ir ao cinema ou 10€ por um boa peça de teatro ou um espectáculo de música. São as mentalidades. Um gajo com 20 anos se for ao teatro é maricas, um gajo que apanhe uma bebedeira e vá em coma para o hospital é um herói e todos adoram-no, como se tivesse descoberto a cura para o cancro.
ResponderEliminarE agora dizem-me: "mas em Lisboa isto não acontece." Pois, mas em Lisboa há mais de 1 milhão de pessoas e não é difícil encher uma sala com mil lugares.
Mas na passada sexta-feira fui ao Pax-Julia ver o filme Amália e tava mais de metade da sala ocupada... (surpreendeu-me pela positiva)