sexta-feira, novembro 30, 2007

O dentista

Um parvo de um coelho obrigou-me a ir ao dentista. Por razões que aqui se explicam, não gosto muito de ir ao dentista! Não que tenha algo contra o meu actual. Deixo claro, que é um tipo porreiro, que até parece que é todo giro e bonzão (embora não faça o meu estilo; um gajo para mim, para ser bom, tem que ter um valente par de mamas, um rabito empinado e não pode ter pénis!).
Bem… lá fui! Na hora da consulta (sim, o meu dentista cumpre os horários!) lá estava eu no local do delito, cumprimentei-o e sentei na cadeira de tortura.
Se o dentista fosse uma coisa boa, não tinha uma cadeira daquelas, em que a malta se deita e passado segundos está de cabeça para o ar a levar com uma vaca de uma lâmpada que nos cega.
Depois a frase sacramental! “Vá relaxe que não dói nada!”. Vamos ver se percebem uma coisa: não é que eu seja homofóbico, mas, quando um homem começa a sorrir e diz que me vai espetar uma coisa pontiaguda, eu não fico nada relaxado! Antes pelo contrário!!
Depois, lá percebi que era apenas uma injecção e deixei o Dr. fazer o seu trabalho! Sem relaxar, claro está, não vá o corpo ficar demasiado descansado e soltar algum gás.
- Vá agora bochecha bem e cospe: será que ninguém lhes explica que esta frase nos faz sentir uma prostituta rasca, no pós-felacio?
Para o leitor que me desconhece, fica escrito que sou um gajo grande – sem ser grande coisa – mas com uma boca pequena. E isto é um problema: porque, se a boca é pequena, claro que abre pouco, pelo que complica por coisas lá dentro. Ainda mais, no caso da ida ao dentista, quando começam a por a broca, mais o algodão, mais aquela treta para chupar a água, mais uma coisa que o pessoal morde para a boca ficar aberta e o raio que a parte das pinças, seringa e as máquinas com cores estranhas que nos deixam um cheiro na boca, ainda pior que “bacalhau” mal lavado.
Para piorar as coisas, sou daqueles que respiro preferencialmente pela boca; logo, esqueço-me de usar o nariz e quase sufoco com aquela tralha toda enfiada pela goela!
Mas de tudo, tudo, tudo… o que mais me faz confusão, é entreabrir os olhos e dar de cara com os olhos de um gajo, ali a quinze centímetros da minha boca, com uma coisa a tapar-lhe a boca, que lhe dá um ar sinistro. Não sei o que o meu bom amigo pensa, mas não consigo evitar pensar que se trata de um árabe munido de objectos de tortura… No caso, sei bem que estou a ser injusto: o meu dentista, que é um gajo porreiro e simpático, bastante falador – é sempre um diálogo interessante, quando um dos intervenientes está com a boca anestesiada, babando-se de lado e com um monte de merdas enfiado na boca – mas não consigo evitar pensar: que passa pela cabeça de um tipo que passa dez horas por dias a olhar para dentes podres? Será que se diverte a tentar adivinhar o que a malta almoçou?

4 comentários:

  1. Anónimo12:37

    É impressionante, como das mais insignificantes coisas, faz estes brilhantes textos! De longe o melhor blog da região!

    ResponderEliminar
  2. Excelente, fartei-me de rir (sobre ti...). Até parece que temos o mesmo dentista, fala muito e a gente não pode responder!

    ResponderEliminar
  3. Anónimo16:59

    Só tu, para te lembrares dum dentista! Mas está bem retratado!

    ResponderEliminar
  4. Anónimo14:53

    Amei... Obrigada por me deixares mais animada quanto ao meu encontro de hoje !!!!

    Beijinho,

    ASN

    ResponderEliminar

Respeite as opiniões contrárias! Se todos tivéssemos o mesmo gosto, andávamos todos atrás da sua namorada! Ou numa noite de copos, a perseguir a sua mulher!