Sou defensor acérrimo da avaliação: a prática de não avaliar e premiar o mérito conduz à mediocridade, sendo esta uma das mais prementes causas para a desvalorização das Instituições! Não ignoro que todo e qualquer critério de avaliação suscita questões, que inexistem modelos perfeitos, mas sempre preferi um modelo imperfeito que a ausência de modelos; por outro lado, as dificuldades apenas travam os cobardes!
Pelo que fica escrito, obviamente que defendo a existência de avaliação dos docentes dentro do IPBeja e não vou despejar energia numa imensa querela a debater cada critério e cada percentagem: a avaliação que venha e cá estarei para ser avaliado! Mas não resisto a deixar uma breve reflexão!
Para se avaliar profissionalmente alguém deve previamente responder-se à pergunta: o que se exige profissionalmente dessa pessoa?
No caso de um docente do Ensino Superior Politécnico, resulta da lei e do bom senso, que deverá investigar (investigação pura ou contribuições com a comunidade empresarial), estar disponível para órgãos e projectos da Instituição e leccionar! Pessoalmente entendo que lhe compete ainda envolver-se em questões de cidadania, colaborando com projectos, associações, comunicação social, mas entendo, que há quem discorde e que sendo minha a afirmação, seja susceptível de ser encarada como defesa de causa própria, pelo que, não insisto neste ponto!
Se é consensual que esta é a missão do Docente, também a avaliação deve fazer-se nestes moldes: não apenas porque uma avaliação só tem lógica se avaliarmos aquilo que é suposto o profissional fazer, como a avaliação deverá servir como uma indicação das exigências funcionais!
Por tudo – e sem querer perder demasiado tempo com a querela – acho inarrável qualquer avaliação docente que não contemple, com peso significativo, o desempenho do Docente em sala de aula: desculpem a ignorância, mas no dia em que um Politécnico não servir para dar aulas, o que o justifica? São falíveis as avaliações realizadas pelos alunos? São passíveis de falhar, como qualquer outro modelo de avaliação, mas recuso-me hoje e vou recusar-me sempre, a passar um atestado de estupidez aos meus alunos, embarcar no argumento que eles avaliam com base no facilitismo do docente ou na sua simpatia pessoal! E com a legitimidade de quem sempre foi conhecido por dar notas baixas e de quem reconhece que a simpatia não é a minha principal virtude, tenho um histórico de avaliações que me permite provar o que fica escrito!
Seja qual for o modelo de avaliação escolhido pelo IPBeja vou respeita-lo! Mas respeitar as Instituições não é calar cobardemente: um modelo que não contemple a avaliação em sala de aula (ou esta tenha um valor meramente simbólico) é um modelo estúpido!
"O que nunca ninguém diz, porventura com medo de parecer vaidoso, é que a inteligência tem um preço: a solidão" (Nuno Lobo Antunes)
segunda-feira, março 15, 2010
Podia ser uma espécie de carta aberta!
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Meu caro amigo, mais uma vez estou de acordo e acho que não deve ser só no politécnico como também em toodo o ensino superior. No básico e secund´rio não sei como se faria, provavelmente os pares mas as aulas têm que ser avaliadas e não o trabalho burocrático, no entanto sou contra uma avaliação feita pelos pais , que não se encontram no ambiente escolar e só têm o feedback dos seus filhos, isto falndo nos mais novos claro .
ResponderEliminarA avaliação dos Professores do IPB foi realizada de uma forma muito pouco transparente dado ao facto de as opiniões terem sido influênciadas...
ResponderEliminarOs alunos a avaliarem o professor??!?!?!?!?
ResponderEliminarJamais (Lido com a pronuncia do ministro Lino)
@H O meu amigo é Prof no IPB á 10 anos, eu sou aluno ainda não há 2.
E até eu já precebi que existem professores que nunca aceitariam de bom grado ser avalidados por alunos, que há professores que a direcção da escola não pode correr o risco de deixar avaliar pelos alunos porquanto teria de tirar consequências dessas mesmas avaliações bem como existem alunos que diriam mal de todo e qualquer professor que lhe tenha dado uma nota menos boa.
No caso especifico da ESTIG, que é o que conheço, a minha visão - admito estar errado - é que a par de excelentes professores, competentes cientifica e pedagógicamente, exitem outros menos bons que no entanto tentam suprir as carências que têm com empenho e dedicação e consequentemente tenderão a melhorar. No entanto há alguns aos quais nunca deveria ter sido permitido dar uma aula... felizmente muitos poucos.
@Lou
Na minha humilde opinião as escolas (sejam de que nivel forem) existem para e pelos alunos. Consequentemente os professores não devem ter medo de ser avaliados por estes.
Excelente texto. Claro que hoje te vão chamar todos os nomes, mas quero elogiar-te a coragem!
ResponderEliminarUm abraço colega
Colega - tenho imensos defeitos. Alguns que nem a mim confesso! Mas bem ou mal, sou frontal!
ResponderEliminarTotalmente de acordo consigo!
ResponderEliminarSe tivesse más notas nessas avaliações, dizia o mesmo?
ResponderEliminar@anónimo - Honestamente e se recorremente tivesse más avaliações, ponderava mudar de profissão! Enquanto fosse a tempo...
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