sexta-feira, junho 22, 2007

Ainda a Junta de Freguesia de Beringel

Uma semana depois da pacatez da planície de Beringel motivar notícias de destaque na Comunicação Social, deixo nesta pequena crónica um leque de perguntas que não podem ficar sem resposta.
Não procurem encontrar nas minhas palavras, o julgamento público do visado neste caso: por imperativos de consciência e académicos, defendo a presunção de inocência que não pode jamais ser apenas uma frase insípida sem sentido. A minha voz não se junta àqueles que pretendem ser policias, procuradores, juízes e carrascos…
Mas há factos que hoje ninguém desmente: foram desviados das contas da Junta de Freguesia mais de 100.000 Euros e o ex-Presidente da Junta, tesoureiro no actual mandato, quando instado sobre o tema, devolveu o dinheiro. O próprio PCP, partido em cujas listas o “suspeito” foi eleito, ”condena e lamenta profundamente os factos descobertos, que violam os princípios defendidos pelos comunista”.
Logo no dia em que os factos foram relatados, partidos e comentadores clamaram pela demissão da Junta; pessoalmente, entendi que era prematuro este pedido. Também não junto a minha voz àqueles que pretendem fingir que nada aconteceu, que pretendem escamotear a existências de um desvio de avultadas verbas, para se centrarem numa eventual restituição do montante usurpado e a demissão do cargo pelo suspeito do ilícito.
Há coisas que são graves demais para ser branqueadas; como são demasiado importantes para se fecharem no circo político.
É minha profunda convicção que ainda há excessivas portas entreabertas para ser possível fundamentar uma posição séria. Aos senhores jornalistas, ou pelo menos aos que pretendem ser sérios e imparciais, urge investigar o caso.
Desde logo, os munícipes têm o direito de saber: o actual Presidente da Junta apresentou queixa no Ministério Público, ou, pelo contrário, acha que a situação não é suficientemente grave para ser requerida tutela penal?
E, mesmo que tal não tenha sido feito, o MP estará a actuar num caso que foi tratado por quase toda a imprensa regional e muita da imprensa nacional?
Depois, outra pergunta se exige: como numa Junta de parcos recursos, pode desaparecer tanto dinheiro e se demore tanto tempo a perceber? Foram precisos dois anos para o actual Presidente detectar a situação? E a oposição, actuou exercendo as suas funções de garante da legalidade ou andou distraída?
Provando-se em Tribunal que são verdadeiros os factos noticiados na Imprensa, ou seja, que o ex-Presidente desviou mais de 100.000 Euros, estamos perante um crime grave, que deve ser judicialmente punido! Num prisma diferente, há que aquilatar das responsabilidades politicas: pelos dados conhecidos, cresce a convicção que todos, sem excepção, têm inúmeras razões para estar envergonhados…

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