sexta-feira, julho 20, 2007

Devaneios Meus...

Aquilo que dizem que foi uma espécie de eleições em Lisboa foi o momento mais divertido da semana que nos deixou!
Nesta análise opto por desvalorizar o hilariante facto de o PS, que procurava nove vereadores tendo para tal arriscado a coordenação política do Governo com a saída de António Costa, vir comemorar para as ruas uma votação inferior a 30%, sendo obrigado a “raptar” simpáticos idosos que foram para Lisboa sem perceber ao que iam, não dando importância ao facto de o PCP estar satisfeito por valer menos que Helena Roseta ou a primeira vitória eleitoral de Ribeiro e Castro, para me cingir num ponto que me parece uma relevante curiosidade!
Em época de férias, os endividados portugueses, muitos sem dinheiro para saírem dos seus lares, decidiram não ir votar, ainda o voto seja de borla. Sendo conhecido a apetência do tuga por tudo o que é grátis, esta generalizada recusa em ir às urnas não pode ser entendida como uma deficit de cidadania, mas um sono grito de protesto contra uma eleição absurda, uma campanha risível: Mário Lino falava no deserto a sul do Tejo, mas estas semanas provaram que na Capital há um deserto de ideias e uma e uma multidão de candidatos. Haja dinheiro, para delapidar em campanhas estéreis!
Mas o mais relevante, na minha modesta convicção, foi o fenómeno dos Independentes: se dois candidatos fracos, um envolvido numa trágica gestão, com sussurros de corrupção e outra, independente há dois dias que decidiu concorrer, porque fez birra devido a não ter recebido uma resposta a uma carta, conseguem mais de 27%, qual seria a votação que um bom candidato independente poderia ter? Mais. Se estas eleições deixam no ar a possibilidade de um independente vencer a maior Câmara do Pais, o que não poderá acontecer em municípios mais pequenos!
Sem eufemismos, pergunto: não será possível um Independente sério e credível, vencer uma Câmara como a de Beja? Começo a acreditar que sim! Um bom projecto, uma boa equipa, um trabalho planeado a tempo, pode permitir inverter trinta anos de imobilismo, sem ficar dependente de um qualquer cozinhado dos senhores dos partidos, que irão tentar procurar um nome aceitável, para depois procurar encher uma lista de vultos escusos, sem preparação nem apetência!
Os dados estão lançados: este é o momento para a gente boa desta região decidir se tem coragem para arriscar, ou optar por ficar parado a criticar o tempo que passa…

13 comentários:

  1. Sr. H., gosto do seu optimismo, mas não tenha ilusões quanto ao empenho e dedicação do comum dos mortais em fazer mais e melhor em prol dos colectivos, a não ser que estejam minimamente organizados e sob o cumprimento de algumas regras.

    “Um bom projecto, uma boa equipa, um trabalho planeado a tempo”, tudo isto requer muita força de vontade, sim, porque, mais faz quem quer do que quem pode, ou seja, pode haver e eu sei que há muitos bejenses com capacidade para assumir certos cargos com responsabilidade, mas cadê a vontade.

    É por tudo isto, que eu continuo a ter respeito pelos partidos políticos, mesmo tendo em conta que muitas vezes, estes poderiam e deveriam fazer mais e melhor, mas não podemos fazer deles os bodes espiatórios, pois, estes são compostos por pessoas normais e o maior defeito que estas têm é pertencerem a esta sociedade, que ainda não entendeu ou não quis entender que o final da história só será feliz quando o sujeito da mesma for o colectivo em detrimento do individual.

    Hst

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  2. @Mazdak - não foi por acaso que baptizei esta crónica de "devaneios"! Bem sei que é muito complicado! Mas, a Sociedade Civil pode fazer perceber aos partidos que urge mudarem. Em baixo, deixei o vídeo onde José Pacheco Pereira dá a sua opinião sobre o actual PSD. Imperdível, na minha opinião!

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  3. Anónimo16:34

    30 anos de imobilismo, e não só...de tachos, compadrios, interesses individuais e politicos, inoperância...e sabe-se lá q mais!
    Mudar 30 anos disto, é mto complicado! Mas, o caro H, têm razão se aparecesse alguém credível, honesto e com uma vontade desmesurável, pderia ser q os bejenses, votassem diferente!Mas, até q ponto as pessoas terão coragem em mudar e apostar numa cidade mais activa e preparada para o futuro?!

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  4. @Sara - Na passada terça, falei publicamente sobre isto! Pessoalmente, tenho algumas dúvidas se numa cidade como Beja, com um voto tão sagrado num determinado partido, é possível emergir uma candidatura independente para vencer umas autárquicas! Mas.. podem sempre existir grupos de reflexão sobre a cidade, lobbys (ou lobies como agora dizem que se escreve!!!!) que ajudem a desenvolver a cidade!

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  5. Anónimo17:44

    Pois, é complicado mudar certas mentalidades! E numa cidade como Beja, em q a tradição ainda impera, é dificil...e a existir 1 candidatura independente quase q aposto, q a maior parte das pessoas nem liga, e ainda pergunta: 'É quein, compadre?'
    Tb é assim q se escreve?Ou é só assim q se diz?
    Brincadeirinha...:)
    E tem tda a razão, nada impede q hajam grupos q reflictam sobre esta questão, pq é bastante pertinente, sem dúvida!

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  6. Pois é, vocês já pensaram um pouco sem sectarismo e friamente, porque será que as pessoas mantêm a tradição de voto no mesmo partido (coligação), ou melhor, nas últimas autárquicas até reforçaram a votação nesse partido, que ficou bem pertinho da maioria absoluta?

    Ah! Já sei, é porque as pessoas deste partido que têm feito parte dos vários executivos ao longo dos últimos 30 anos, têm:
    - Levado à falência várias empresas do concelho, por não lhes pagarem (tipo JRSant...);
    - Fugido para o Brasil com sacos azuis e não serem julgados (tipo FFelg...);
    - Sido acusados de negócios menos claros na compra e venda de terrenos e imóveis (tipo bragapar….) e contribuir para o aumento da especulação imobiliária;
    - Tido pouco empenho na tentativa de resolução dos problemas dos munícipes;
    - Abandonado os cargos para o qual foram eleitos a meio dos mandatos para mudarem de poleiro de acordo só com os interesses partidários (tipo A.Costa , atenção não é aquele que jogou no sporting);
    - Reivindicado pouco, junto do poder central a concretização de projectos essenciais para o desenvolvimento do concelho e da região (Aeroporto, IP8, Alqueva etc….).
    - etc………

    E a juntar a todas estas situações, ainda temos de ter em conta, que os municípios estão a ter cada vez mais recursos financeiros vindos do poder central e menos responsabilidades, logo, é cada vez mais fácil gerir uma autarquia e consequentemente perpetuar-se no poder a mesma força politica!!!!!!!

    Agora para desanuviar um pouco e mostrar que eu não sou só do contra, posso-vos dizer que estou totalmente de acordo que os tais “grupos de reflexão sobre a cidade” existam e mostrem o seu trabalho à população e ao executivo da autarquia, de modo a que as ideias trabalhadas por o referido grupo possam vir a ser aproveitadas (e será que há interesse em partilhar estas ideias? Não será melhor guarda-las a sete chaves e utiliza-las daqui a +/- 2 anos) para que todo o concelho em particular e a região em geral seja beneficiada.

    E mais, na minha modesta opinião acho que é condição sine qua non o aumento das massas criticas para a evolução de qualquer região.

    hst

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  7. Sr. h, eu gosto de deixar sempre a minha opinião sem fazer favores a quem quer que seja, ou melhor, apenas estou a fazer um favor a minha consciência e as minhas convicções, mas tendo em conta que não sou eu que mando na brinca (era assim que se dizia na minha aldeia), se você entender que eu me ando a esticar diga qualquer coisa que não me parece mal e deixo de brincar.

    hst

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  8. @mazdak - começo com uma inconfidência: hoje ao almoço, comentava que "nao sei quem é o/a mazdak, mas sabe do que fala"!
    Agora ... vamos ao conteúdo!
    Começo por lhe dar os parabéns; provou a alguns dos comentadores deste blogue, que podemos divergir, sem achincalhar nem ofender!
    Depois: estou em desacordo com a sua análise: os exemplos que dá, sendo verdadeiros e de partidos que não o PCP, também se podiam aplicar a esta Instituição!
    Acho que é importante distinguir o antigo PCP, feito por pessoas boas, embora com uma ideologia que não é a minha, do PCP de hoje, no qual encontramos as mesmas falhas e vícios que nos outros partidos!

    O mesmo se passa no nosso burgo: existe uma enorme diferença entre o trabalho autárquico de há alguns anos e os dois ultimos mandatos!
    Eu votei Carreira MArques há uns anitos e não me arrependi! Realizou bons mandatos!
    Mas.. o ultimo mandato de CM e o actual têm sido, na minha modesta opinião, deploráveis! Um deserto de ideias, um excesso de compadrio, uma total falta de projecto, de perspectivas, misturadas com um intolerável toque de arrogância surda!

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  9. Anónimo12:06

    O "repto" é mais que pertinente, é emergente, é urgente,
    é tudo isso.
    Torno ao tema na minha crónica no "Correio Alentejo", depois de já ter "desbastado" caminho na crónica na rádio pax.
    O caminho está atulhado de mato cerrado, mas creio que ateado um fogo cirúrgico, arderá tudo em vistosa labareda..

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  10. Eu tenho uma opinião contrária ao último comentário do sr.h, principalmente no que concerne ao mandato actual, pois, acho que as linhas orientadoras do projecto estão bem definidas (têm legitimidade de não concordar com elas) e o trabalho ao nível do equilíbrio financeiro têm sido notável, ou seja, em menos de dois anos este foi conseguido.

    As obras previstas estão a andar ao ritmo possível, pois, estas dependem quase sempre dos apoios financeiros externos, e estes já se sabe qual é a sua ordem de distribuição. E no meu ponto de vista, acho que o tempo das grandes obras já era, agora há que trabalhar e muito para fazer a manutenção adequada dos equipamentos existentes, atingir a chamada manutenção preventiva porque neste momento a autarquia esta a praticar uma manutenção correctiva. A questão das grandes obras sob a responsabilidades das autarquias é pertinente, porque quem está de fora acha que todos os executivos têm de fazer uma grande obra e por vezes os executivos deixam-se influenciar e comentem erros crassos, pois, para estas obras há quase sempre um apoio financeiro (ainda que tardio para algumas autarquias), mas depois vem o reverso da medalha, mais equipamentos implica mais manutenção, logo, mais funcionários, logo, mais despesas correntes, e é aqui que esta o busílis da questão, vai havendo dinheiro para fazer e cada vez menos dinheiro para manter, em jeito de conclusão, das duas uma, ou estamos sempre a construir e vamos deixando degradar os equipamentos antigos (atenção, não velhos) ou de uma vez por todas se limita as novas construções e passa a haver apoios para manter os equipamentos existentes, que diga-se de passagem nos concelhos que eu conheço estes são praticamente suficientes para o desenvolvimento harmonioso dos mesmos.

    Esta conversa toda para dizer que, gerir uma autarquia na minha modesta opinião tem muito mais do que apresentar por mandato uma ou duas obras de vulto, mas tenho a noção que ajuda a ganhar eleições e a influenciar certas pessoas.

    Agora é claro que, nem todos podemos ter a mesma opinião, por enquanto é um dos direitos de Abril que ainda não foi castrado, apesar de já ter levado uns certos golpes.

    hst

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  11. Sr MAzdak - como compreenderá, não o posso subscrever...
    Num ponto estamos de acordo: já deixei aqui escrito que não sou defensor da política das "obras de fachada para o povinho ver": as notas cidades não suportam mais jardinzinhos e rotundas, semáforos e banquinhos...
    Estamos em profundo desacordo em relação a outro ponto: salvo melhor opinião, a lógica autárquica do PCP, não permite a análise que faz, porquanto os lugares não pertencem aos eleitos mas ao Partido! Se existem problemas financeiros, são da directa responsabilidade de desvarios anteriores!
    Sobre o actual projecto: desconheço-o; e, quando interpelei directamente o Presidente, não fiquei esclarecido! Excepto, o desejo de avançar para grandes Obras (Jardim Publico!)
    Por fim, entendo que se nota demasiado o "peso" de 30 anos de um só partido... vide Amalgas, Pólis, EMAS, etc...

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  12. Bom, estarmos de acordo num ponto, já não é mau de todo.

    A análise que eu faço vai de encontro as linhas orientadoras do Partido ao nível de politica autárquica, isto sim é do Partido, quanto aos lugares do executivo legalmente são dos eleitos, mas tenho a noção que a relação eleito/Partido é bem diferente no caso em questão.

    Os eleitos da coligação após tomarem posse não são abandonados durante quatro anos por aqueles que os escolheram para fazerem parte das listas, muito pelo contrário são acompanhados pelo mesmo órgão que os escolheu (na minha opinião ainda deveriam de ser mais), com o intuito de ajudar a tomar as grandes decisões de acordo com as referidas linhas orientadoras, situação com a qual eu estou totalmente de acordo.

    Quanto à situação dos “desvarios anteriores”, por algum motivo a lista apresentada ás ultimas eleições foi muito renovada.

    O funcionamento das empresas referidas de facto poderia ser melhor, mas tendo em conta outras situações conhecidas (todas as outras polis tiveram bem mais problemas, algumas ainda nem acabaram as obras), acho que nos podemos considerar medianamente satisfeitos, o que não invalida de querermos mais e melhor, tipo a história da utopia do Eduardo Galeano.

    hst

    p.s: até que enfim encontro um espaço onde posso deixar a minha opinião e isso me dá gozo.

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  13. @Mazdak - pessoalmente prefiro um sistema em que o eleito, tenha maior liberdade. Não gosto das substituições, seja o caso de Setúbal, seja o casa Durão/Santana, o rodopia dos deputados do Bloco!

    PS - gostamos de o ler por cá! Pessoalmente aprecio um bom debate de ideias, sem complexos, defendendo o que acreditamos; sou daqueles que sempre entendeu que podemos "discutir" convictamente, sem histerismos...

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Respeite as opiniões contrárias! Se todos tivéssemos o mesmo gosto, andávamos todos atrás da sua namorada! Ou numa noite de copos, a perseguir a sua mulher!