Das coisas que a vida moderna roubou às cidades foram as saudosas tertúlias, das quais não tenho idade para ter recordações sérias. Mas encanta-me as memórias que leio de outros, de nostálgicos tempos em que os cafés se enchiam de discussões e poesia, onde se cultiva o prazer de grandes conversas, onde se esgrimiam argumentos em ambientes de boémia, onde a musica saia das gargantas e as bebidas eram apenas aperitivos.
Hoje, as imagens que ficam escritas, são apenas as reminiscências de tempos que não voltam mais: mas o mais belo das regras é que nos permite ver as excepções. E as Portas de Mértola – uma espécie de Ágora da planície - são um desses raros locais onde as pessoas ainda caminham devagar, se entregam ao prazer da pequena conversa, da grande conspiração política, se cultiva a inocente maledicência, se comentam as notícias do dia e os pequenos e grandes dramas das vidas humanas.
Se quisesse encher estes textos com resquícios de “má-língua” poderia sempre dizer que a única coisa positiva da febre das reformas antecipadas, foi dotar o centro da nossa cidade de um efervescente movimento todas as manhãs, numa romaria que se estende pelas ruas e os cafés, gente que passa apressada por gente que já não tem pressa, onde os olhares se cruzam, onde as cabeças oscilam para ver as perninhas que desfilam, num misto de gentes diferentes que se fundem tornando-se iguais. Claro que faltam alguns espaços de outrora, que faltam pessoas que por sempre lá estiveram, que os filósofos das Portas de Mértola não são discípulos de Platão, mas passear nesta zona, escutar as suas gentes é ouvir a sabedoria da experiencia, a argumentação daqueles que não usam eufemismo e dizem aquilo que realmente sentem…
Hoje, as imagens que ficam escritas, são apenas as reminiscências de tempos que não voltam mais: mas o mais belo das regras é que nos permite ver as excepções. E as Portas de Mértola – uma espécie de Ágora da planície - são um desses raros locais onde as pessoas ainda caminham devagar, se entregam ao prazer da pequena conversa, da grande conspiração política, se cultiva a inocente maledicência, se comentam as notícias do dia e os pequenos e grandes dramas das vidas humanas.
Se quisesse encher estes textos com resquícios de “má-língua” poderia sempre dizer que a única coisa positiva da febre das reformas antecipadas, foi dotar o centro da nossa cidade de um efervescente movimento todas as manhãs, numa romaria que se estende pelas ruas e os cafés, gente que passa apressada por gente que já não tem pressa, onde os olhares se cruzam, onde as cabeças oscilam para ver as perninhas que desfilam, num misto de gentes diferentes que se fundem tornando-se iguais. Claro que faltam alguns espaços de outrora, que faltam pessoas que por sempre lá estiveram, que os filósofos das Portas de Mértola não são discípulos de Platão, mas passear nesta zona, escutar as suas gentes é ouvir a sabedoria da experiencia, a argumentação daqueles que não usam eufemismo e dizem aquilo que realmente sentem…
É obvio que as portas Mértola já não são o que foram em tempos, mas tudo muda não é verdade?O que é certo é que quer se queira quer não, continuam a ser uma referência!Eu gosto de lá passar!
ResponderEliminarAs coisas já não são o que eram, infelizmente... agora é só chineses, até parece que não estamos em Beja mas sim na China!!!
ResponderEliminarDesculpe discordar consigo, mas não me parece que seja tanto assim...há realmente muitas lojas dos chineses, mas ainda existem muitas outras onde ainda me desloco para comprar, bons cafés e boas pastelarias.Até porque nem costumo cruzar-me com chineses por lá, se calhar é porque estão dentro das lojas!
ResponderEliminarhehehehehhehehe, os piores cegos são aqueles que não querem ver!
ResponderEliminarDesculpa ser um desmancha-prazeres - nunca gostei desse lugar ;)
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