quinta-feira, fevereiro 05, 2009

100 razões para amar Beja - 24

Ponderei bastante antes de assinalar a razão que vos ofereço esta noite. E sou o primeiro a reconhecer que a escolha não seja consensual entre aqueles que partilham os meus escritos, que a nomeação esteja ferida de subjectividade, mas, será que por maior que seja o esforço a objectividade é possível, ou somos apenas a soma das nossas vivências, dos nossos percursos, das escolhas que fizemos da vida e que a vida fez por nós, o somatório dos nossos defeitos e preconceitos?
Um dos prazeres que consumo na vida é deleite gastronómico: deve ser das coisas que mais facilmente me faz viajar, me tira de casa, me faz fechar na cozinha. E sou gastronomicamente eclético, quer na heterodoxia do que como, quer da diversidade dos locais onde o faço. Mas tenho uma queda especial por tascas. Sinto prazer em comer naqueles locais em que a ASAE está proibida de entrar, onde no ar ainda cheira a gordura e as colheres são de pau, onde o cozinheiro não se chama chef e não tem medo de usar temperos, onde se come por prazer e não imbuído deste fascismo alimentar de comidinha saudável. Gosto de ir ao Pereira (ou Pereirinha) lambuzar-me nos grelhados e nas batatas que ainda são das verdadeiras. Mas sobretudo os petiscos: o queijo da bela cabra ou da doida da ovelha, os torresmos (ai meu Deus, que uma coisa tão boa só podia fazer mal), as pernas de rã (num jantar com alunos, perguntaram-me porque lhe chamavam rã!!!), o coelho frito, as moelas em tomate, o paio e a senhora dona linguiça, o toucinho no pão, o pão mesmo sem o toucinho, os caracóis quando chegam os primeiros calores, a salada de polvo, as azeitonas, os choquinhos, a deslumbrante cachola de borrego frita, a feijoada e os cozidos e tantas outras coisas que me fazem agradecer ao Deus que não acredito no facto de ser impotente para engordar!
O Pereira, como mais quatro ou cinco tascas que desfilavam bem nestes post, é um daqueles sítios onde ainda vamos para comer, onde nos sentamos com calma, sem grandes preocupações com o preço, memórias de tempos que os restaurantes serviam apenas para comer, num tempo em que com o café ainda podíamos fumar – esta proibição levou a colocar em causa a minha escolha – e ficar mais um pouco, esticar a conversa, deixando escorregar o resto do vinho. Da casa, obviamente…

18 comentários:

  1. Anónimo00:48

    Tambem "adoro" tascas, pricipalmente aquelas que descobrimos ,por acaso, nas ruas de pequenas Vilas alentejanas.
    Entramos e perguntamos o que há para petiscar? e a resposta é : A gente arranja, um presunto, panito, lebre,....Sentamo-nos servem-nos o Bom vinho Alentejano... e surge a necessidade de comentar..."isto é qualidade de vida!! "
    Aqui está uma boa razão para gostar de Beja.

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  2. Anónimo01:15

    Ir ao Pereira é um privilégio, assim como é disfrutar daquilo com que lá se presenteiam os comensais, disfrutar da presença do patrão da casa (com a sua bonomia e boa disposição), disfrutar do preço das refeições e, talvez o mais importante de tudo, sentir o pulsar de um povo alentejano num local que já atravessa gerações.

    É um local sem qualquer pretenciosismo, onde não raras vezes se fica até altas horas da madrugada, após suculentos repastos, a cantar à desgarrada modas alentejanas, fados, ou quaisquer outras que agradem a quem la se encontra.

    Ps: um pouco mais acima encontra-se outro estabelecimento comercial (Enoteca Magna Casa), que não sendo tasca, por se encontrar virado para um público um pouco mais selecto, merece ser englobado numa destas 100 Razões Para Amar Beja!

    JH

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  3. Não me digas que não se pode fumar ali...bem, se calhar, vou aproveitar para duplicar a minha visita a esse estabelecimento, de uma para duas vezes...e eu até conheço o dono do local!

    Da primeira e única vez que lá fui jantar gostei bastante, claro. Mas saí de lá cheirando a tabaco e três dias depois o meu nariz ainda não estava desentupido! Agora, sem fumo, SIM, vale a pena em lá ir!

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  4. Anónimo03:40

    É tudo bem verdade mas não podemos esquecer a D. Isabel, se o Manel é o anfitrião impecável a D. Isabel é a mãe dos petiscos, a mão certa, o gosto certo e a afabilidade em pessoa. Bem hajamJosé Rodrigues

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  5. Anónimo09:59

    H, acho que se esqueceu de elogiar o entrecosto grelhado, que é divinal.

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  6. Anónimo11:00

    Nesta casa até a salada é óptima, quanto mais ... eh eh eh

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  7. Eu cá voto no cozido de grão, na feijoada de búzios, na sopa de cação.... Grande Isabel que nos alimenta à fartazana! Grande Pereira que tem tanto de bruto como de atencioso, de trombudo como de contador de histórias.

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  8. Anónimo14:27

    Bem!!! Onde é que é o Pereirinha? Esta sexta-feira vou ter o privilégio de vos ir visitar( mais a elas) e para abrir o apetite, já que mo abriu, adorava ir a esse sítio...please please please

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  9. @filipe - Não sei o nome da rua, mas, é muito conhecido! Perto da Igreja de Santa Maria (perto do museu) numa rua na zona antiga, perpendicular à rua que vai dar ao Castelo.
    Petisco e o famoso entrecosto.

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  10. Anónimo14:55

    Obrigado H...nhamm nhamm

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  11. épa esta conversa deixou-me a salivar! viva o pereira!

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  12. QUE BUBAS EU APANHEI NO PEREIRA COM A BARRIGUINHA BEM CHEIA.

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  13. Estudei em Beja de 96 a 2002 e posso dizer que fui das primeiras clientes estudantes desta casa.Guardo Beja no coração e muito especialmente o sr.Manel e a sua família tão querida.Gosto de saber que continuam em altas!

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  14. Estudei em Beja de 96 a 2002 e posso dizer que fui das primeiras clientes estudantes desta casa.Guardo Beja no coração e muito especialmente o sr.Manel e a sua família tão querida.Gosto de saber que continuam em altas!

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  15. Estudei em Beja de 96 a 2002 e posso dizer que fui das primeiras clientes estudantes desta casa.Guardo Beja no coração e muito especialmente o sr.Manel e a sua família tão querida.Gosto de saber que continuam em altas!

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  16. Estudei em Beja de 96 a 2002 e posso dizer que fui das primeiras clientes estudantes desta casa.Guardo Beja no coração e muito especialmente o sr.Manel e a sua família tão querida.Gosto de saber que continuam em altas!

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  17. Estudei em Beja de 96 a 2002 e posso dizer que fui das primeiras clientes estudantes desta casa.Guardo Beja no coração e muito especialmente o sr.Manel e a sua família tão querida.Gosto de saber que continuam em altas!

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  18. Estudei em Beja de 96 a 2002 e posso dizer que fui das primeiras clientes estudantes desta casa.Guardo Beja no coração e muito especialmente o sr.Manel e a sua família tão querida.Gosto de saber que continuam em altas!

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