quinta-feira, fevereiro 19, 2009

100 razões para amar Beja - 33

Confesso ao meu bom leitor, que não é sem dificuldade e mesmo uma mal disfarçada angústia, que exponho a razão de hoje. Mas ainda que escrevendo contra os meus sentimentos, procurei ser racional e objectivo.
Fui orgulhosamente aluno da Escola Industrial, hoje baptizada com o nome de D. Manuel I e foi uma escolha da qual não me arrependo; dentro daqueles muros, que hoje contemplo enquanto escrevo estas linhas, passei seis anos maravilhosos e fiz amizades que o tempo e a distância é impotente para matar. Mas - e isto é doloroso de escrever, atentas as rivalidades juvenis - sou forçado a reconhecer que o Liceu merece a honra de ser uma das cem razões para amar Beja.
Desde logo, tem do seu lado a história, o facto de ser uma escola que honra o distrito desde os tempos de D. Maria II, algures por 1850. Mas, mais que a história, um presente que a sabe honrar, o que se comprava pelo facto de ano após ano ter lugar destacado num ranking das melhores escolas do País, permitindo-nos ter a certeza que se pode viver em Beja e proporcionar aos filhos um ensino de excelência.
Os detractores vão falar-me que o liceu é demasiado exigente e elitista, pelo que, adianto-me às criticas e deixo a questão: e qual o problema da exigência e do elitismo?
Se o elitismo é democrático, ou seja, se a todos é oferecida a possibilidade de dar o melhor de si, se criamos um ambiente de exigência e de mérito, onde aqueles que mais merecem e trabalham possam ter a melhor educação possível, então, vamos lançar vivas ao elitismo. E vamos juntar-lhe e incrementar-lhe o rigor e a exigência, estancar em grande rio que jorra facilitismo e hipocrita mediocracidade, abafar e matar esse primado de que a igualdade apenas se consegue nivelando por baixo. Se o liceu ganhou o prestígio que merece, deve-se a uma política de rigor, que hoje e aqui se aplaude, sem escamotear a dor no cotovelo desde que vos escreve!

16 comentários:

  1. Anónimo00:28

    ai que saudades, belos tempos...

    ResponderEliminar
  2. Anónimo00:47

    Terá que expulsar-me do seu blogue, porque com essas provocações estou a ir a todas.
    O Liceu... a riquissima primeira metade da década de sessenta - encanto, nostalgia, meus queridos amigos já desaparecidos.

    ResponderEliminar
  3. Mais uma vez, de acordo! Nunca lá fui, por razões óbvias, mas na altura de a minha filha ter que escolher em que escola ingressar o meu conselho foi esse mesmo liceu. Não foi, está agora na D. Manuel. Sinceiramente não sei se ela fez bem ou não, mas o facto é que o Liceu é mais exigente e mais rigoroso em muitos aspectos, nunca fez mal a ninguém frequentar uma boa escola. Apenas o ensino em alemão em meados da década de 80 tinha umas falhazitas...

    No entanto, com as óbras na D. Manuel esse Liceu arrisca-se a ficar para trás, não sei se as já há muito prometidas obras começam em breve ou não!

    ResponderEliminar
  4. Anónimo02:02

    Com toda a razão, a pior coisa que uma escola pode ser é fácil, isso é coisa obvia. Mas uma escola para ser eficaz não precisa de ser só rigorosa, o H é professor e sabe bem disso. O meu secundário foi feito em duas escolas ambas rigorosas. Numa a motivação era tanta que a vontade era sempre de responder mal ao professor pela vontade que demonstrava em dar aulas, por isso é que defendo a avaliação dos professores, a imcompetência dos docentes era quase na sua totalidade. Só sabiam fazer testes extremamente exigentes. Na outra, senti uma grande relação entre alunos e professores e uma grande vontade de ambos trabalharem no mesmo sentido, no de conseguir grandes resultados. Simplesmente encontrei o gosto em estudar forte e feio. Outra grande diferença era que esta onde terminei foi a melhor pública do país e a outra de tanto rigor não passava do top40...
    Ou há professores que trabalham a sério ou isto não é mais que um passatempo. Já este ano ouvi professores universitários a queixarem-se do facilitismo que as escolas praticam.

    ResponderEliminar
  5. Anónimo02:02

    Com toda a razão, a pior coisa que uma escola pode ser é fácil, isso é coisa obvia. Mas uma escola para ser eficaz não precisa de ser só rigorosa, o H é professor e sabe bem disso. O meu secundário foi feito em duas escolas ambas rigorosas. Numa a motivação era tanta que a vontade era sempre de responder mal ao professor pela vontade que demonstrava em dar aulas, por isso é que defendo a avaliação dos professores, a imcompetência dos docentes era quase na sua totalidade. Só sabiam fazer testes extremamente exigentes. Na outra, senti uma grande relação entre alunos e professores e uma grande vontade de ambos trabalharem no mesmo sentido, no de conseguir grandes resultados. Simplesmente encontrei o gosto em estudar forte e feio. Outra grande diferença era que esta onde terminei foi a melhor pública do país e a outra de tanto rigor não passava do top40...
    Ou há professores que trabalham a sério ou isto não é mais que um passatempo. Já este ano ouvi professores universitários a queixarem-se do facilitismo que as escolas praticam.

    ResponderEliminar
  6. entao e o facto das relaçoes calorosas entre alunos e professores na D.Manuel Iº? facto que oiço muitos poucos alunos do Liceu abordar em relação à sua escola...relaçoes estas em prol do ensino e da aprendizagem dos alunos! (cuidado com as más interpretações) A D.Manuel tambem tem exemplos de excelencia, como por exemplo ha uns curtos anos atras, ter obtido os melhores resultados a nivel nacional a matematica (que é um dos carrascos do ensino português) ou a historia!

    já para nao falar de algumas diferenças um pouco "grandes" entre medias internas e medias de exame nacional verificadas em varias disciplinas do liceu nesses tais rankings....

    ResponderEliminar
  7. o Liceu sempre teve as melhores gaijas...o resto é conversa

    ResponderEliminar
  8. Anónimo13:17

    Ai que saudades do patio do liceu...belos tempos (os melhores).

    Ai Tenro Tenro!!

    ResponderEliminar
  9. Anónimo13:34

    É mais um para o património da Cidade! pena que ainda não o seja...

    ResponderEliminar
  10. Anónimo15:56

    Também tenho saudades! Há mais de 40 anos optei pelo Liceu, quando toda a lógica apontava que escolhesse a Escola. As saudades, como se sabe, não têm tanto a ver com esse tempo mas mais com a minha juventude, período de relações fortes.

    ResponderEliminar
  11. Anónimo19:54

    Fui aluno do 7º ao 12º. Para além disso, passei muitas horas lá quando a minha mãe era professora. Gostava muito da arquitectura, dos corredores largos e das janelas do tamanho das paredes...

    ResponderEliminar
  12. Anónimo22:03

    Sem dúvida uma das coisas boas que a cidade tem. Neste sítio que dizem que é o fim do Mundo, existe uma das melhores escolas Secundárias do País. E é "boa" não sou por estar no top das melhores escolas, mas por todo o ambiente. Eu que estudei lá, posso dizer que até existe uma certa mística.
    É diferente!

    ResponderEliminar
  13. Anónimo00:02

    Será que o betão que estão a atirar para os ex-espaços desportivos da Escola D. Manuel I por si só vão fazer "mossa" á indiscutível muito melhor qualidade de ensino e resultados do "Liceu"?! Não cremos em tal! Se fosse assim tão simples!

    ResponderEliminar
  14. Anónimo00:05

    Em Évora é que temos um Liceu cheio de história e tradições! E a bela da tuna :)

    ResponderEliminar
  15. Andei em ambas as escolas secundárias (D.Manuel e Liceu). São duas realidades diferentes. No D.Manuel há, sem duvida alguma, maior relação de afectos, uma maior próximidade entre alunos\ professores. O Liceu é mais elitista, mais do "menino queque", do professor selectivo. Recordo-me, como se fosse ontem de um jogo de futebol entre a Industrial (hoje D. Manuel I) e o Liceu disputado na primeira e tendo como jogadores: Rolim, Jola, Gois, um dos irmãos Metralha, Caramba, Zé Bufa, entre outros que não me recordo agora o nome. O Liceu saiu derrotado e, a assistência ou...vá lá, digamos a claque deu como resposta uma chuva de pedragulhos para dentro do campo que originou cabeças abertas em q.b. Atitudes tipicas de meninos queques que não sabem perder. Pois claro.

    ResponderEliminar
  16. Anónimo15:51

    Pois é, já no meu tempo era assim. Embora sendo amigo deles (queques) tive muita discussão com eles. Embora ainda não tivesse formação acho que já tinha alguma intuição política. Há "coisas" que ou nascem ou se colam a nós naturalmente...

    ResponderEliminar

Respeite as opiniões contrárias! Se todos tivéssemos o mesmo gosto, andávamos todos atrás da sua namorada! Ou numa noite de copos, a perseguir a sua mulher!