quarta-feira, fevereiro 04, 2009

100 razões para amar Beja - 23

Uma abençoada razão para amar Beja é Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, pelo seu excepcional trabalho na defesa do património artístico da região, recentemente distinguido pela insuspeita Fundação Gulbenkian.
Existe algum paradoxo num ignorante em arte sacra e agnóstico tecer elogios ao trabalho da Diocese nesta área, mas a excelência do mesmo é motivo suficiente para exigir esta escolha. Como é um contra-senso curioso que numa região maioritariamente pagã, a Diocese desempenhe um papel tão pertinente. Temendo a injustiça destas palavras, sou crente de que Beja deve muito ao seu actual Bispo, D. António Vitalino Dantas, que tem demonstrado uma profunda abertura, uma diferente forma de abordar a comunicação, fazendo-a sair do espaço fechado das Igrejas para a comunicação social, nomeadamente, através do site da Diocese de Beja e das suas crónicas na Rádio Pax (quem diria que eu e o Bispo seriamos “colegas”).
Será esta lógica de comunicação que terá suscitado a criação do Departamento que hoje se evoca, constituído quando corria o ano de 1984 (ou seja, ainda no “reinado” de D. D. Manuel Franco Falcão); compreendendo o estado de abandono de muitas igrejas, não raras vezes saqueadas pelos amigos do sacro alheio, percebendo que a riqueza histórica da arte sacra baixo-alentejana estava perdida e desgarrada, contando com o auxilio de especialistas voluntários, durante mais de duas décadas, temos assistido a um notável esforço de salvaguarda e valorização do património sacro, oferecendo à população e a quem nos visita um impressionante espólio artístico, desconhecido pela maioria de nós, através de exposições locais, nacionais e internacionais.
Porque a excelência de quando em quando é reconhecida, o prémio da Gulbenkian é apenas mais um prémio; antes a União Europeia distinguiu o DPHA, com o Prémio Europa Nostra para a Salvaguarda do Património Cultural, o Ministério da Cultura com a Medalha de Mérito Cultural e a Câmara Municipal de Beja atribuiu-lhe em 2001 a Medalha de Mérito Municipal. E de certeza que em breve outras condecorações irão surgir…

7 comentários:

  1. Acho que te estás a esquecer de um outro nome importante...

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  2. José António Falcão!

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  3. Eu vi no jornal as letras gordas do título, mas não tive tempo de ler tudo, porque andava a mudar os tarecos... mas se se anda a fazer um esforço ha mais de vinte anos para proteger parte da nossa herança cultural, (independentemente daquilo que acreditamos. ou não acreditamos.) então os prémios são muito bem dados e mais os que venham. E melhor que qualquer prémio, era um agradecimento sincero ao senhor Bispo: não é qualquer um que se dedica a um trabalho não reconhecido na maior parte das vezes e de tão grande importância para todos.

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  4. Anónimo01:15

    A Diocese de Beja tem mesmo um Bispo muito "á frente"!
    É DE BRAGA!!!
    Está explicado!!
    Gostei do post!Foi bom ter falado de um "tesouro" que muita gente desconhece, ou simplesmente não valoriza...!

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  5. Anónimo09:32

    Como dizia D. Helder Câmara, quando a casa está construída gosto de me lembrar dos alicerces...Por isso D. Manuel Franco Falcão, o Bispo que veio para Beja, por opção e por vocação é um nome que não pode ficar esquecido neste momento.Obrigada por todo o seu trabalho e persistência e obviamente Arquitecto José António Falcão pela sua força, persistência e paciência...Venham mais 25 anos de trabalho!!!!

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  6. @anónimo - tem total razão;por isso mesmo também referi o nome do Bispo anterior. E muitos outros nomes merecem referência: mas entendi que a Diocese era quem merecia a evocação!

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