Numa desesperada tentativa para não perder a sua esquerda, o Partido Socialista procura colocar na agenda política algumas das chamadas causas de esquerda, as famosas questões fracturantes, eufemismo partidário para lançar no ar algumas bandeiras esfarrapadas de um passado mais ou menos distante.
Na semana passada, neste mesmo espaço, fui profundamente crítico sobre a regionalização; como também no passado argumentei contra o casamento homossexual, apesar de defender academicamente que a proibição é inconstitucional.
Já no que concerne à eutanásia, saúdo que o tema seja incluído na agenda politica: desde há muito que se sussurra sobre o tema, mas nunca houve a coragem para fazer um verdadeiro debate sobre esta complexa questão.
É muito complicada esta discussão num País pobre e ainda terrivelmente servido de cuidados paliativos; tenho sempre o receio que não me parece infundado, que abrir a possibilidade da eutanásia vá gerar um enorme conjunto de consentimentos falaciosos, menos motivados por uma vontade consciente, mas sobretudo determinados com o pesado receio de ser um fardo para a família íntima. Mais. Num País onde arranjar um bom lar para os nossos mais experientes possam viver com tranquilidade a sua velhice é uma missão quase impossível, uma intrincada peregrinação onde não raramente colidimos com a insensibilidade, a indiferença e a corrupção, o tema tem especificidades alarmantes. Ao que acresce o argumento religioso, porquanto, Portugal é um estado laico apenas no papel em que foi redigida a Constituição.
Mas se não ignoro nada do que deixei escrito, bem como os outros argumentos que são recorrentes nos países que ousaram ter uma discussão profunda sobre a eutanásia, desde há muito que tenho convicções muito fortes sobre o tema! Sou ideologicamente um humanista e não concebe que o acto de viver possa ser uma imposição social ou jurídica: viver com dignidade é ter a dignidade de poder escolher morrer, desde que a escolha seja consciente e livre de quaisquer constrangimentos. Bem sei que é um equilíbrio complexo num percurso complicado, mas, para quem defende que o Estado não pode coarctar as liberdades individuais, é insustentável a continuação do actual regime legal. Sim: sou acérrimo defensor do Direito à Eutanásia!
Na semana passada, neste mesmo espaço, fui profundamente crítico sobre a regionalização; como também no passado argumentei contra o casamento homossexual, apesar de defender academicamente que a proibição é inconstitucional.
Já no que concerne à eutanásia, saúdo que o tema seja incluído na agenda politica: desde há muito que se sussurra sobre o tema, mas nunca houve a coragem para fazer um verdadeiro debate sobre esta complexa questão.
É muito complicada esta discussão num País pobre e ainda terrivelmente servido de cuidados paliativos; tenho sempre o receio que não me parece infundado, que abrir a possibilidade da eutanásia vá gerar um enorme conjunto de consentimentos falaciosos, menos motivados por uma vontade consciente, mas sobretudo determinados com o pesado receio de ser um fardo para a família íntima. Mais. Num País onde arranjar um bom lar para os nossos mais experientes possam viver com tranquilidade a sua velhice é uma missão quase impossível, uma intrincada peregrinação onde não raramente colidimos com a insensibilidade, a indiferença e a corrupção, o tema tem especificidades alarmantes. Ao que acresce o argumento religioso, porquanto, Portugal é um estado laico apenas no papel em que foi redigida a Constituição.
Mas se não ignoro nada do que deixei escrito, bem como os outros argumentos que são recorrentes nos países que ousaram ter uma discussão profunda sobre a eutanásia, desde há muito que tenho convicções muito fortes sobre o tema! Sou ideologicamente um humanista e não concebe que o acto de viver possa ser uma imposição social ou jurídica: viver com dignidade é ter a dignidade de poder escolher morrer, desde que a escolha seja consciente e livre de quaisquer constrangimentos. Bem sei que é um equilíbrio complexo num percurso complicado, mas, para quem defende que o Estado não pode coarctar as liberdades individuais, é insustentável a continuação do actual regime legal. Sim: sou acérrimo defensor do Direito à Eutanásia!
Sem tirar nem por, está tudo dito no post...
ResponderEliminarJá somos dois.
ResponderEliminarCerteiro e letal. Subscrevo inteiramente.
ResponderEliminarCaro H: concordo inteiramente consigo. E embora as dúvidas que o assunto suscita sejam muitas, acho que há uma que ninguém tem: entre aborto, regionalização e casamento homossexual, este deve ser mesmo o osso mais duro de roer!
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