Não é especifico da cidade de Beja, mas uma fatalidade que arrasa o País, quiçá uma característica da lusitana portugalidade, provavelmente o componente genético que nos faz amar o fado e os regos. Mas na pacatez da colina bejense, essa triste característica alentejana surge ainda mais assoberbada, com uma nitidez asfixiante. Quero sublinhar hoje a mentalidade bejense, este triste fado para a mesquinhez e a calúnia, uma estranha forma de vida de se meter na vida dos outros para evitar o complexo exercício da introspecção.
Mais do que uma cidade em que quem tem um olho é rei, excitamo-nos a procurar tirar os olhos dos outros por ver na desgraça alheia a nossa intima alegria. Beja é - ou fizeram dela - uma cidade profundamente amorfa, acomodada na sua desgraça, que perdeu a capacidade de sorrir e sonhar, como aquelas pessoas jovens que de repente se sentem velhas! Vivemos o nosso quotidiano com aquele exasperante espirito do "estou mais ou menos, nem bem nem muito mal", mais preocupados em invejar do que em procurar um novo rumo para nós e para as nossas vidas!
Falta-nos empreendedores, sonhadores, pessoas e projectos que nos consigam mobilizar e acreditar que o impossível é possível, que nos motivem a lutar por um futuro diferente do presente, a coragem para não nos resignarmos e acreditar que os sonhos não existem apenas no mundo da fantasia.
Mais do que uma cidade em que quem tem um olho é rei, excitamo-nos a procurar tirar os olhos dos outros por ver na desgraça alheia a nossa intima alegria. Beja é - ou fizeram dela - uma cidade profundamente amorfa, acomodada na sua desgraça, que perdeu a capacidade de sorrir e sonhar, como aquelas pessoas jovens que de repente se sentem velhas! Vivemos o nosso quotidiano com aquele exasperante espirito do "estou mais ou menos, nem bem nem muito mal", mais preocupados em invejar do que em procurar um novo rumo para nós e para as nossas vidas!
Falta-nos empreendedores, sonhadores, pessoas e projectos que nos consigam mobilizar e acreditar que o impossível é possível, que nos motivem a lutar por um futuro diferente do presente, a coragem para não nos resignarmos e acreditar que os sonhos não existem apenas no mundo da fantasia.
"Falta-nos empreendedores, sonhadores, pessoas e projectos..."
ResponderEliminarSe mudarmos de Câmara, talves isso seja uma realidade.
Mudasti!
ResponderEliminarGOSTEI TANTO, MAS TANTO DESTE TEXTO!
ResponderEliminarPARABENS!!!
Fantástico texto. Tens a capacidade de captar a essência das coisas. A cada dia á mais entusiasmente ler-te. Obrigada.
ResponderEliminarHá dias em que a sua determinação é uma inspiração.
ResponderEliminarObrigada
VC
Entusiasmante. Era o que queria escrever.
ResponderEliminarHehehehehehe ... o período de campanha eleitoral impede-te de continuar a dissertar sobre as boas razões para amar Beja! ...
ResponderEliminarSão todos iguais quando há hipótese de um lugarzito ao sol! ...
Fala-se aqui da mentalidade da população bejense. Permita-se-me recordar hoje, neste momento e em jeito de homenagem, o nome de um Grande desta terra, cidade e região que faleceu neste triste dia 20 de Abril de 2009.
ResponderEliminarUm grande Homem, pessoa estimada e estimável, Senhor da cultura, do ensino e acima de tudo, para mim, um enorme democrata, apesar de, julgo eu, muitas vezes ter sido acusado do contrário.
Tive o enorme gosto de o ter como Professor e por ele sempre nutri o maior carinho possível, bem como foi um dos responsáveis pela minha educação em mais tenra idade (7.º e 8.º ano). É alguém que parte, deixando atrás de si toda uma obra feita, não apenas a nível escolástico (afinal foi um emérito arqueólogo, cuja aprendizagem foi feita com outro nome grande nesta terra, o do Professor Abel Viana), como da res publica (exerceu diferentes cargos ainda durante o Estado Novo) e deixou um vastíssimo legado arqueológico a esta cidade (não apenas o tratamento e qualficação da Villa Romana de Pisões, como também o vastíssimo espólio arqueológico que legou ao Museu de Beja).
Em suma, o Dr.º Fernando Nunes Ribeiro é alguém que deixa uma memória muito saudosa mas por outro lado fica um enormíssimo reconhecimento pela sua obra e pessoa! Será por certo, creio eu, alguém de quem se pode dizer que fica a fazer muita falta!
João Honrado
Pois, noutros tempos chamaram-lhe [ao Dr.º Fernando Nunes Ribeiro] "fascista", "latifundiário" enre outros mimos de igual calibre obrigando-o a fugir da sua terra natal. Agora que faleceu chamam-lhe grande democrata. É só hipocrisia cá pelo burgo!
ResponderEliminarPesâmes á família
Como é óbvio, também eu, não o fiz por mero lapso, remeto os meus mais e maiores sentidos pêsames à sua família.
ResponderEliminar@anónimo 6.51 - O que para si é um lugarzito ao sol??!!
ResponderEliminarSobre o seu comentário, recordo-lhe o que assumi desde sempre! 100 razões, 1/3 pela positiva, 1/3 pela negativa, depois mais 1/3 pela positiva e no fim uma razão final, desde há muito escrita!
Agora, deixo-lhe a pergunta: o que vai dizer quando eu chegar à razão 67 e recomeçar a sublinhar o mais entusiasmante da cidade! Rogo-lhe que não me venha dizer que afinal sou diferente, igual a si!
Os meus sentidos pêsames para a família do Dr.º Fernando Nunes Ribeiro. São estas perdas que fazem a cidade mais pobre!
ResponderEliminarH, o exercicio da introspecção além de complexo, tende a ser eterno, e a maioria das pessoas não o utiliza, porque dá muito trabalho, e talvez tenham receio do resultado final.Beja, não é aquela cidade que descreve, e as suas gentes não diferem em muito da generalidade dos outros povos, mas a interioridade tem destas coisas, e o facto de vermos as mesmas caras todos os dias, sempre nos mesmos sitios também não ajuda.
ResponderEliminaro H, como professor do ensino superior, também tem a sua quota de responsabilidade, não por não motivar os seus alunos e ajudá-los a crescer, que eu sei que o faz como ninguém,mas por estar inserido numa instituição (politécnico de Beja), que neste momento está profundamente amorfo, acomodado na sua desgraça, e que perdeu a sua capacidade de sorrir e sonhar. "O ensino superior é a imagem de uma cidade".
Quanto aos empreendedores sonhadores construtores de projectos, está na altura de sermos racionais, para que os sonhos e projectos de hoje não sejam os pesadelos das gerações de amanhã
@ito - Uma breve nota sobre o IPB.
ResponderEliminarFechou-se um ciclo com a saída do Doutor Ramalho. E com todas as enormes alterações impostas por lei, é normal que o ano passado tenha sido demasiado ligado com questões internas, relacionadas com os novos órgãos. Mas discordo que esteja amorfo. Será preciso dar algum tempo ao novo Presidente para arrumar a casa e começar a implementar o seu projecto.
Como sabe, não tive nem tenho nenhumas responsabilidades no IPB, nem desejo ter nos próximos tempos.
É apenas o local onde trabalho, onde tento fazer o que sei melhor e onde vou ficar enquanto me sentir respeitado!
H, responsabilidades todos temos, no caso do IPB sei que não tem responsabilidades institucionais de delinear directrizes, mas temos todos responsabilidades morais de denunciar aquilo que achamos que poderia ser feito de outra forma. A minha intenção foi apenas comparar as instituições CMB e IPB, confrontar opiniões e volto a afirmar que um melhor IPB poderia fazer uma melhor Cidade.
ResponderEliminar@ito - eu tento assumir as minhas, perante os órgãos próprios.
ResponderEliminarNo que concerne à sua comparação.. não tenho a menor dúvida em escolher!