segunda-feira, abril 27, 2009

100 razões para amar Beja - 60

Passo lá de quando em quando, embora cada vez menos vezes. Curiosamente, provavelmente até mais vezes de noite que de dia!
Quando terminar este texto e o deixar ao crivo dos que cometem a penitência de me ler, vou ver escrito neste blogue que é tão seu como meu, que são inevitabilidades da vida e que nada se pode fazer contra, que são coisas da vida moderna, que a culpa é dos ricos e dos poderosos, provavelmente deste e de outros governos, ou que afinal o raio da culpa é uma gaja feia e velha que de tão hedionda morreu solteira e abandonada!
Vão explicar que nada há a fazer, pelo que a minha nostalgia triste é uma imbecilidade ou uma afronta ao poder instituído! Mas confesso que não me resigno em olhar aquelas paredes mal pintadas e os bancos que conversam sozinhos sem ninguém para aconchegar! Não me calo perante o silêncio daquele local, onde desapareceram as palavras e os sorrisos, onde as crianças já não brincam e os velhos não conversam, onde não passam as pessoas que outrora ofereciam vida ao local.
Não vou carpir para o peditório de saber se as obras da Polis melhoraram ou descaracterizaram o local, porque esmurrar facas é um desporto violento! As coisas estão como estão e porque o passado é algo que não volta atrás, resta-nos sonhar o futuro.
E um futuro em que a Praça da República não seja um local sombrio, onde as pessoas apenas vão quando as Finanças, o Centro de Emprego e a Câmara as obrigue, um inóspito local onde ninguém se afinal se pode ou não estacionar, onde o trânsito ficou confuso e não há nem comércio nem cafés que nos ofereçam uma esplanada tranquila. Uma Praça com tantas casas vazias, onde os silêncios são soturnos e as paredes despidas, sem alma, sem vida. Como um banco de jardim abandonado, onde já não se senta ninguém...

3 comentários:

  1. Anónimo21:14

    saudades da praça da república.. o projecto que em minha opinião foi o melhor gizado pelo polis e também o que piores resultados teve acabou por se confirmar um verdadeiro flop.

    um ponto nevralgico da cidade, onde residem importantes serviços, chama o turismo e poderia potenciar bastantes negócios, está hoje pelas ruas da amargura.

    é certo que a maior parte dos centros das cidades actuais o estão mas em beja a coisa parece ser um exemplo paradigmatico. de facto, se a baixa pombalina durante o dia fervilha, a praça do giraldo igual faz ou a praça da república em serpa (dedicado a um certo anónimo) também mantêm uma vida invejável, já cá por beja perdeu-se a vida neste espaço.

    é um facto que inumeras razoes o podem justificar ou pelo menos fazer compreender mas o meu medo é que este "deserto" se venha a expandir para outras zonas não tão nobres mas bem mais comerciais (caso das portas de mertola) e resumam beja a uma circular onde os supermercados são reis e senhores!

    JH

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  2. Anónimo21:43

    Projecto ideal para a Praça da Republica:
    Esplanada Com cencertos Jazz...durante a noite!
    De dia seria uma gelataria,com crepes e muiito requintada!
    Se alguem quiser patrocinar...

    A Praça tinha muito mais movimento, quando se podia estacionar...

    Agora é tristinha...mas a ideia do bar....se pudesse..

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  3. Anónimo22:34

    O problema não é (só) da Praça da República (antes ou depois do Polis) mas é principalmente de uma enorme má relação que os bejenses têm com os espaços públicos da cidade: com climas muito piores do que aquele que temos por cá, há pequenas cidades por essa Europa fora que disfrutam muito mais das suas praças e avenidas. Nós por cá preferimos o ar condicionado de casa, do emprego, do ginásio, ... "ai que frio ...", "ai que calor ...".
    O problema da alegada "insegurança" é uma falsa questão por cá felizmente.

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