“- Vou deixar-te, porque tens um pénis ridiculamente pequenino!”
Foi o que ela lhe disse. Sim. Estas foram as exactas palavras que fluíram da sua boca carnuda, pairando no ar, sem que ele esboçasse a menor das reacções. O que se compreende!
Ela não ignorava, o leitor bem sabe, que essa é a mais cruel das frases que se pode dedicar a um homem a quem lhe oferecemos o leito!
Dizer-se que um homem tem um pénis ridiculamente pequeno é a mais abjecta das ofensas. Será sensivelmente o mesmo que um médico diagnosticar cegueira a uma vidente, proibir a venda de minis aos estudantes ou dizerem a uma mulher que os saldos vão ser proibidos por lei.
E ela sabia-o! E ela disse-o a ele. Logo a ele. A ele que mais do que ama-la, venerava-a, que tinha como desiderato único da vida faze-la feliz.
Sempre foi o mais extremoso de todos os namorados. Desde o primeiro dia, em que a encantou com um tremendo ramo das mais ternas rosas, mimando-a a cada instante, acatando com prazer todos os seus imensos caprichos, mesmo os mais aviltantes. Fazia-lhe crepes ao pequeno-almoço com doce de dieta, acompanhava-a intermináveis horas ao centro comercial, mudava-lhe o óleo e levava o carro dela às revisões, sempre dentro do prazo, nem uma única vez deixou de notar cada corte de cabelo, mesmo daquela vez em que apenas cortou as pontas, pouco mais de um centímetro, mas o suficiente para que o olho apaixonado dele, detectasse o labor criterioso de uma sábia cabeleireira.
Quando ela, de sorriso no rosto, lhe disse que o pénis dele era ridiculamente pequeno, cumpriam dezassete meses de namoro! Mas ela amava-a há mais tempo. Desde que se conhecia, desde que da primeira vez que repousou nela o seu olhar, no terceiro dia de aulas, ainda na escola primária, hoje encerrada para dar lugar ao progresso que veio na forma de um bazar chinês.
Ele sabia que não era um sobredotado, no que ao pénis concerne! Mas era esforçado! Sapiente das suas limitações, era intrépido nos preliminares, sendo arrojado e audaz, não tendo pressa para que ela conhecesse o êxtase! Também não ignorava que ejaculava antes dela conhecer um solarengo orgasmo, mas dava o melhor de si, para fazer perdurar o acto, bem mais que o seu corpo lhe permitia e exigia!
Ele não lhe respondeu. Sorriu, despediu-se oferecendo-lhe um beijo no rosto e fugiu dali, conduzindo o carro sem destino, para depois parar numa falésia, experimentar fumar um cigarro (pela primeira e única vez), enquanto bebeu algumas cervejas! Estupidamente quentes!
Ele sabia que não tinha um pénis grande. Compreendia que ela o tivesse deixado. Só não percebia, sendo ela lésbica, qual o problema de o pénis dele ser pequeno?
óscar...
Eheheheeh! Está óptimo este!! Foi consigo?
ResponderEliminarDelicioso!
ResponderEliminar@blue velvet: Obrigado!
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