Em redor deste tema, procura perceber-se as alterações no panorama familiar; como se passou da familia tradicional lusitana, em que na mesma casa viviam os avós, pai, mãe, três ou quatro filhos, um cão e/ou um gato, para o estádio actual, em que a mãe vive sozinha com um filho, cujo irmão mora na casa da outra mãe, os avós estão fechados em lares e o pai vive com outro homem e luta pelo direito a adoptar uma criança, apesar de ter pouco tempo para amar o seu filho...
Para ouvir no Conselho de Opinião...
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H
ResponderEliminarsobre o conceito de familia há muito para dizer, e depois de ouvir o seu último debate a cinco na rádio, que até foi só a três, gostei de o ouvir.Sei que ainda não tem filhos, casou há relativamente pouco tempo...mas vai ver que é preciso "lutar" muito para não fazer o que critica aos seus colegas...e concordo plenamente com o que disse, os pais hoje em dia vivem em função dos filhos.
Por coincidência, enviram-me este texto para refletir...não conheço que o escreveu mas está em tudo enquadrado no tema.
passo então a citar. "Não tenho filhos e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em volta não
> aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivas proles e,
> apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo contrário: estão
> invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos
> particularmente patológicos. Percebo porquê. Há cem ou duzentos anos, a vida
> dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não. A
> criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as
> barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de
> piano aos cinco, escola aos seis. E um exército de professores explicadores,
> educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição.
> Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades
> modernas: a vida não é para ser vivida mas construída com sucessos pessoais
> e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o
> infinito. É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de
> sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho.
> Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte
> no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais
> queremos. Quanto mais queremos, mais desesperamos. A meritocracia gera uma
> insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de
> humanidade. Não deixa de ser uma lástima. Se as pessoas voltassem a ler os
> clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a
> excelência, mas sim a felicidade!"
João Pereira Coutinho
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@anónimo - agradeço as simpáticas palavras e o excelente texto de JPC
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