"A Virgem, por Gustav Klimt

Gustav Klimt – 1862-1918

A virgem poderá não ter a magnitude do Beijo, mas é uma obra soberba! Quiçá agastado com as severas críticas, mormente ao Friso de Beethoven, nesta ultima fase, muito marcada pela influência japonesa e pelo que viu em Paris, as suas mulheres perdem a excessividade erótica dos primeiros anos. Mas não o esplendor de um pintor no feminino, para quem o homem era um mero adereço ocasional nas suas obras.
A Virgem conta-nos uma história: uma jovem que se transforma em mulher, uma menina que desabrocha para a maturidade, envolta em medos, temores, sonhos perdidos, receios, que caracterizam a passagem para a fase adulta! Mas sem perder o erotismo que sempre o identificou: esta é uma virgem, com o corpo multifacetado em várias poses, expondo o despertar sexual até ao êxtase amoroso.
Nesta obra, Klimt transporta-nos para o drama do crescimento, o confronto entre os sonhos e a realidade a angústia de perceber que nem sempre vamos alcançar o que desejámos, o medo de não estarmos à altura do que pretendemos, o terror de estarmos perdidos, mesmo quando sabemos onde estamos!