Podia ter sido uma noite como outra qualquer, mas o tempo húmido e quente, um bafo obscenamente cálido de vento, transformava a noite de Junho num desvario de corpos e sentidos! A humidade, convidava os corpos a desnudarem-se, roupas leves, frescas, curtas, aqueciam a noite transformando-a num êxtase de sentidos e sensações.
Ela estava no seu canto, como sempre estava, absorta, de como de vodka na mão, perdida nas suas íntimas contemplações: era apenas uma noite, mais uma noite, uma noite igual a todas as outras, sempre iguais, sempre diferentes. Linda! Linda de roubar o fôlego, uma asma de mulher, de vestidinho curto, insinuante, curvas longas, dengosas, sorriso terno, quase maroto, grande, em contraste com a boca pequena, de lábios perfeitamente delineados!
A semana tinha sido FdP, eufemismo literário para “filha da puta”, pelo que a noite de sexta era a merecida bênção para as provações de um quotidiano madrasto, inseguro, periclitante!
Já tinha olhado para ele, sem nunca o ver! Perdem-se no tempo as vezes que cruzaram o mesmo espaço, trocaram olhares fugazes, entre o tédio e o receio, entre a indelicadeza e a simpatia, típico dos desconhecidos que se conhecem!
A culpa nunca é do álcool, embora este seja muleta e aliado, um amigo a quem culpamos pelos desvarios que queremos fazer, mas a cobardia silencia, nos tolhe os movimentos, nos perde nessa besta negra da racionalidade, que insiste em roubar-nos instantes de sublime felicidade. Ela ébria, cansada, consumida pelos maus-tratos da vida, deixou-se ir, entregou-se, sem ameaçar lutar, sem forças para ripostar, cedendo-se à magia das cores da noite! Ele era tudo o que ela havia sonhado, quiçá um pouco mais, sorriso de menino em corpo de pecado!
Desligou a razão, enfrentou sem medo a emoção e ofereceu-se ao prazer; não o fez por mera volúpia, pelo desejo de carne, pela promiscuidade de um momento! Entregou-se com devoção e paixão, pelo mais puro amor, ainda que um amor efémero, que como as velas que ardem, se extinguem quando a manhã acorda! E, de manhã, sozinha na tranquilidade inquieta do seu quarto, despojada na cama onde horas antes gritava de intenso prazer, prometeu a si própria, não voltar a fazer broches a negros! A sua boca, era demasiado pequena…
"O que nunca ninguém diz, porventura com medo de parecer vaidoso, é que a inteligência tem um preço: a solidão" (Nuno Lobo Antunes)
quinta-feira, abril 10, 2008
Momentos Intímos...
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o eterno mito... será mesmo mito?!
ResponderEliminarmas o anúncio é fantástico!
Está espectacular! Já estava com sadades destes momentos! O anúncio está demais!
ResponderEliminarMomentos Intímos? Momentos Intímos? Momentos Intímos é o caralho pah! O único momento intímo que tu tens é com uma cenoura enfiada no cu, paneileiro do caralho pah! Momentos Intímos? Momentos Intímos é o caralho pah! Paneileiro do caralho!
ResponderEliminarH »» Conheces aquela música:
ResponderEliminar- Ela voltou,
e ele foi atrás
...
A “DOR DE CORNO” voltou, não vás atrás.
EXCELENTE TEXTO, PARABÉNS, PARABÉNS, PARABÉNS, PARABÉNS......
O valor da ignorância!...
ResponderEliminar“Só sei que nada sei”. » Esta talvez seja a mais famosa sentença da História da Filosofia. Quem já não a ouviu? E quantos já não a pronunciaram em alguma ocasião? A sentença é originalmente atribuída a Sócrates (não confundir com o pseudo-engº), o filósofo seminal da Filosofia clássica grega.
Sócrates aparece como alguém que busca o conhecimento, alguém que questiona os supostos sábios sem se considerar sábio ele mesmo. É crítico e despretensioso: crítico em relação ao suposto conhecimento alheio; despretensioso em relação ao que ele próprio conhece.
A ignorância – ou, se preferirem, a consciência da nossa própria ignorância - não nos é dada gratuitamente; a ignorância tem um preço. Não a ganhamos, conquistamos!... E com trabalho, com muito trabalho.
H » Ao ler os teus post`s, fazes lembrar Sócrates.
Parabéns, grande texto.
o que excitação não faz a uma pessoa, começam a aparecer i's em todo o lado. a miiim tambéim mie acointeice... txxiiiii mãããeeeiiiii atão e a fixação nas cinouiras?
ResponderEliminar@nónimo 6.38 - os seus minutinhos de fama acabaram! Sabe, não me chateia quem quer, mas apenas quem eu deixo: o que não é o seu caso!
ResponderEliminarNem me dou ao trabalho de o apagar...
Ora pois que sou foda, mas porque raio hei de ter sempre uma atitude passiva perante as barbaridades que encontro na blogosfera? Tamanha verborreia é de facto irritante... e o que ainda me irrita mais do que "intlectualerdos" com a presunção de que peidar futílidades faz deles iluminados, é esta mania que agora todos têm da brincalhotice sexual, evocando uma versão barata de um universo à lá "sexo e a cidade", para piorar as coisas o autor comete o erro de confundir uma abreviatura com um eufemismo "literário" (e também gostava que me explicasse quais são os outros eufemismos existentes, alem de literários)!!
ResponderEliminarPois inspiri-se no anónimo 6:38 e recorra de facto às cenouras para manter os dedos fora do teclado, ou aprenda que o acto de cagar é feito à porta fechada!
Com lincença!
@nónimo 6.03 - reconheço-lhe o direito de não gostar do que escrevo, da mesma forma que lhe admito o prazer de gostar de usar as cenouras como lhe aprouver!
ResponderEliminarPoderia explicar,mas, nem me parece que queira ser esclarecido, nem demonstrou educação para justificar a suposta pretensão!
CHIIIIIIIIII.... isto está bonito está!!!!!!
ResponderEliminarMais um Momento intimo brutal
ResponderEliminarlol
Ho Anonimo 6:38 PM
ja ias pa outro lado, se nao gostas porque vens aqui, deves ser um frustado desda vida!
e nao sei se saberás meu amigo mas é possivel sabermos quem es, basta mostrar ao webmaster os comentarios simpaticos que andas aqui a pôr, nao penses que por seres anonimo que nao se descobre quem es.