Fui ver a peça. E honestamente gostei. Desde logo, foi reconfortante ver que a sala estúdio do Pax Julia estava praticamente cheia, numa noite que mais convidada a lareira, castanhas e gajas nuas. Não me fascinou o texto: admito que seja preconceito meu, mas não tenho especial apetência para textos de esquerda da década de sessenta sobre lutas de classes. Mas sei que por cá, esta minha implicância não faz escala.
Nesta opinião de leigo, os actores são o mais exuberante elemento desta peça; não consigo explicar exactamente a razão, mas acho que é na Direcção de actores que António Revez é mais forte e, nesta peça, o seu trabalho foi excelente.
Ricardo Brito esteve muito bem e sua entrada ofereceu à peça um toque de leveza e humor: colocar um actor (ainda por cima barbudo e peludo) a fazer um papel feminino é sempre arriscado e não colhe unanimidades! Mas Ricardo é bom e, pelo menos em Beja, a opção resulta! (esta referência foi terrível).
Salvo erro, Tanya Ruivo perdeu esta noite a virgindade no palco, calhando-lhe em sorte, contracenar com Ana Ademar. Começou nervosa; confesso que temi que não aguentasse o texto! Mas foram 90 segundos: depois esqueceu o público, entrou na personagem e esteve realmente bem, quer no humor, quer na tragédia, bem no uso da palavra, excelente no gesto. Deixo para o fim análise a Ana Ademar - que pode o leitor pensar, estar impregnada de parcialidade, pela estima que tenho pela mesma – mas, acredite e vá conferir: de peça para peça, Ana Ademar está cada vez melhor, uma actriz mais completa e versátil! Brilhante no monólogo final, que termina num quase orgasmo teatral!
Nesta opinião de leigo, os actores são o mais exuberante elemento desta peça; não consigo explicar exactamente a razão, mas acho que é na Direcção de actores que António Revez é mais forte e, nesta peça, o seu trabalho foi excelente.
Ricardo Brito esteve muito bem e sua entrada ofereceu à peça um toque de leveza e humor: colocar um actor (
Salvo erro, Tanya Ruivo perdeu esta noite a virgindade no palco, calhando-lhe em sorte, contracenar com Ana Ademar. Começou nervosa; confesso que temi que não aguentasse o texto! Mas foram 90 segundos: depois esqueceu o público, entrou na personagem e esteve realmente bem, quer no humor, quer na tragédia, bem no uso da palavra, excelente no gesto. Deixo para o fim análise a Ana Ademar - que pode o leitor pensar, estar impregnada de parcialidade, pela estima que tenho pela mesma – mas, acredite e vá conferir: de peça para peça, Ana Ademar está cada vez melhor, uma actriz mais completa e versátil! Brilhante no monólogo final, que termina num quase orgasmo teatral!
Pessoalmente, fico sem dúvidas: um dia, que não demora muito tempo, vamos abrir uma revista importante e comentar, esta miúda, viveu em Beja um tempo e actuava no Pax Julia.*
* reparam que fiz este post sem mencionar as cadeiras assassinas da sala estúdio, desenhadas para homenssexuais e senhoras habituadas a sevicias no rabiosque?!!
* reparam que fiz este post sem mencionar as cadeiras assassinas da sala estúdio, desenhadas para homenssexuais e senhoras habituadas a sevicias no rabiosque?!!
Se tu gostaste, atão, também devo gostar!
ResponderEliminarEspero então deixar a minha letargia para trás e visitar a moiademar!
É de um grande mau gosto pôr um gajo tipo travesti a fazer de patroa. Não gostei, acho que estraga a peça.
ResponderEliminarEspectadora atenta
obrigada h:
ResponderEliminar1º por te teres dado ao trabalho de levantar o pacote do sofá e submetê-lo à tortura das cadeiras azuis;
2º por não teres ido no 2º dia;
3º pela análise/crítica e consequente publicidade;
4º pelos elogios que agradeço em nome da equipa toda (que não sei se visitam aqui o estaminé)...
fica só por explicar essa do "pelo menos em Beja, a opção resulta!"... hummm...
zig: quando te decidires a ir, garanto que há um assento (extremamente confortável) à tua espera :-)
@moi chéri - Os leitores podem pensar que apenas o afirmo pela simpatia pessoal que tenho por si, mas a verdade, é que está uma excelente actriz. Daí que os convide a ver a peça, porque realmente vale a pena.
ResponderEliminarSobre a minha referência não explicada... a anónima 1.01 foi mais longe que eu! Confesso, que fico na dúvida se gostei ou não. O Ricardo está bem no papel, mas há uma quebra na parte dramática e um toque de humor. Se era essa a pretensão, então o resultado foi muito bem conseguido. A maior parte das pessoas na sala, recebeu bem. Agora, a minha dúvida, era se resultaria perante um público mais exigente e tradicional. Repito: não tenha a certeza, mas coloco a dúvida!
PS - Dado a minha referência final, que maldade fez ao zig!
Obrigada H pela tua crítica, e por teres falado no teu espaço, sobre a peça!
ResponderEliminarsó tenho que corrigir que não foi em Beja que perdi a virgindade no palco, de facto, foi a primeira vez que actuei em Beja mas já faço teatro profissional há 4 anos, passando já por algumas companhias, onde tive a sorte de numa delas, ter viajado muito por portugal e espanha.
de facto estava bastante nervosa no início e com muito medo do texto, mas entrando no palco esqueço tudo isso, e é tentar dar o meu melhor.
beijos
@olá femme, bem vinda a esta humilde e mal frequentada casa!
ResponderEliminarSobre a "não perda" foi burrice minha, percebi mal. Mas, saúdo, porquanto, sem querer menosprezar nem ofender, perde-la com a chéri, talvez não fosse politicamente correcto (que observação mais tonta, senhores!!!).
Sobre o resultado, foi mtissimo positivo: parabéns!