quarta-feira, novembro 12, 2008

Panorama cultural na cidade de Beja (repto ao cidadão ... e aos outros também!)


Quando há uma semana deixei cair a frase “se fosse Presidente da CMB convidava Nicolau Breyner para dirigir o Pax Julia”, entre algumas posições contrárias, fui desafiado para um debate sério sobre cultura. Admito que hesitei. Por um lado, temo que um blogue não seja um espaço indicado para um debate destes; por outro, contrariamente às opiniões dominantes, não acho que a cultura seja a prioridade na nossa cidade.
Mas não vou fugir ao debate, até porque – como muita porrada no percurso – desde há muito que nas minhas crónicas na rádio e na imprensa não fujo do tema e, goste-se ou não do teor das mesmas, tenho opinião publicada sobre o tema.
Por isso, fica o repto! Não para discutir cultura em abstracto ou filosoficamente, mas para falar em concreto de cultura numa perspectiva autárquica. No momento em que os partidos estão a elaborar os seus programas de governo autárquico, o que manteria ou modificaria no que concerne à cultura na nossa cidade.Pessoalmente defendi que o
publico é o grande culpado da escassez de oferta, sem esquecer que os agentes culturais não são inocentes, abordei a celeuma Arte Publica- CMB (levando pacada de ambas as partes!) ou algumas limitações no Pax Julia que me levaram a deixar uma carta aberta ao seu director! Ou aqui em que falei sobre a minha cidade e irritei algumas personalidades

16 comentários:

  1. Anónimo09:23

    Eu acabava com a cultura.
    Em tempo de crises, não há direito a grandes nem pequenos luxos.
    Há que trabalhar.
    Aplique-se a Lei das Sesmarias.

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  2. Tal como sempre disse, um blog é apenas um blog, não passa disso. Agora, é um facto que o teu seja um dos mais visitados de Beja, por esta ou aquela razão que não interessa aqui especificar!

    Nessa discussão sobre cultura podes logicamente contar comigo, sabes bem que tenho uma opinião formada sobre o assunto, opinião que difere um pouco da tua e se distancia a léguas daqueles que só vêem a cultura como um mal desnecessário, como algo para irradicar.

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  3. Anónimo12:01

    Uma boa medida, era acabar com os subsidios para todos aqueles que fazem cultura para ninguem assistir! Era um bom inicio!

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  4. Anónimo12:33

    Colocar uma pessoa independente e credível no Pax-Julia e ter um verdadeiro Vereador para a Cultura. Não é possivel ser o Presidente a ter esse cargo. Depois, desenvolver o Conselho Cultural Regional, que devia alargar o seu âmbito incluindo todos os agentes culturais, que deveria ser ouvido no que concerne à atribuição de subsídios!
    MR

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  5. Anónimo21:12

    Numa superficial abordagem aos problemas socio-culturais da nossa cidade é fácil identificar os verdadeiros constrangimentos. Não se trata de mais ou menos equipamentos, nem de mais ou menos dinheiro, nem tão pouco de uma melhor programação. Os problemas que temos prendem-se com uma erva daninha que tem proliferado e que se chama indiferença.A cidade vive cercada por uma cintura de bairros periféricos onde vivem os casais jovens, 25/35 anos que apenas usam a cidade para trabalhar, dormir e comer.O resto passa-lhes,olimpicamente ao lado.Os laços identitários que poderiam reforçar o sentimento de pertença a uma comunidade esboroaram-se, sendo substituidos pela "vidinha" e pelo consumo alienatório nas suas diferentes variáveis. É vê-los ao fim de semana, limpando os carros, invadindo as superficies comerciais, tomando a bica no café do bairro, discutindo até á exaustão o último golo do Cristiano Ronaldo, e elas consumidoras de futilidades televisivas e outras novelas da vida real.Real porque é essa a realidade em que vivem. Somos cada vez mais uma cidade periférica, sub-urbana, sem alma nem coração.Sem história nem memória.Uma cidade á semelhança de quem nela vive. Sim , porque as cidades são o espelho dos seus habitantes.É neste pasto que cresce a intriga, a inveja e a malidecência.Este modus vivendi estende-se a professores e profissões liberais.Esta é a realidade, clara e objectiva e deve ser sobre ela que temos que agir.Temos que gizar um projecto que mobilize as pessoas, que crie dinâmicas, que forme públicos, que estimule a cidadania e a participação.Tudo isto porque entendemos que a cultura se deve cruzar com a educação formal e informal,com o turismo e o desenvolvimento económico, a cidadania e a história local. Porque se fosse apenas uma questão de programação, bastava um telefone e um livro de cheques(com cobertura,claro.
    Depois de ter escrito este texto num comentário aqui neste blogue, pensei que seria interessante trazê-lo para aqui,porque ninguém lhe pegou, ou porque não tem interesse ou porque em ferro quente não se deve mexer... A ele junto mais qualquer coisinha, no sentido de tentar analisar a situação da cultura em Beja, enunciando algumas ideias que considero pertinentes.
    Li atentamente as três sugestões de leitura que nos propõe, onde procurei e não encontrei o fio de um pensamento coerente e sustentado acerca daquilo que deve ser uma intervenção cultural autárquica no nosso concelho. Procurei indicios de uma ideia para a cultura ou de cultura.Apenas encontrei lugares comuns, recorrentes quando vejo abordar esta questão: subsidios, tricas, pessoalização, divagações subjectivas e estados de alma.
    A cultura, pelo menos como eu a entendo, não é uma flor para colocar na lapela e contrariamente ao que diz é prioritária numa politica autárquica. Isto porque ela é tranversal a toda a actividade de um municipio. Cruza-se com o desenvolvimento económico, o turismo, a reabilitação urbana, o centro histórico, a educação, a cidadania,etc...Este é o meu conceito de cultura. Também penso que pensar a cultura como uma forma de entretenimento é transformá-la num apêndice da TV e da sociedade do espectáculo em que vivemos. O conceito de cidade criativa, o conceito de educação para a cidadania, a aprendizagem das linguagens lúdicas, artisticas e culturais que permitem o saber ver, o saber fazer, o espirito critico e a participação criadora e transformadora de quem vê, ouve ou lê.O apoio à fixação de artistas, agentes culturais, produtores culturais, instalação de empresas criativas, são ideias a reter numa proposta de projecto cultural para o concelho. M&M

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  6. M&M - Depois de tantas querelas, hoje estamos em quase perfeita sintonia! Apenas, continuo a entender, que se podia optimizar algumas das coisas que já se fazem!

    Mas... na minha modesta opinião, constato uma enorme incapacidade dos agentes culturais para criar públicos. Assumi numa das crónicas a dificuldade do tuga alentejano em tirar o rabinho do sofá, mas, haverá outros responsáveis.
    Faltou (quer a nível nacional, quer a nível local) uma política para criar publicos. Ofereço-lhe um exemplo: esta semana o Lendias de Encantar estreia uma peça que vai ter TRES representações na cidade, numa pequena sala do Pax Julia, que infelizmente vai abundar de espaço.
    Porque não fazerem mais 3 sessões gratuitas; uma para idosos, outra para alunos do secundário e outra para alunos do superior? É que, estes que iriam agora que era de borla, voltariam depois e pagariam o seu bilhete!

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  7. Anónimo22:32

    Eu até falava de cultura....mas estou confuso....será que sou inculto????....por ter a minha "vidinha"? por me sentir jovem?por fazer um estilo de vida sub-urbano?por comer nos restaurantes da cidade?por gostar que o meu carro ande limpinho, e não ter quem mo lave?por gostar de falar de futebol?por gostar de tomar um cafezinho no café do bairro?Será que a cultura passa por fazermos aquilo que os outros gostam???
    Considerando as partes, vou continuar com a minha "vidinha", e sempre que surgir a oportunidade, lá vou espreitar uma peça de teatro, desfolhar um bom livro (aquele que me apetecer),revisitar os locais túristicos da cidade, assistir a um bom concerto, ver desfilar os grupos corais, e outras coisa mais....porque isto de ser sub-urbano, de trabalhar 12/13 horas por dia, de ter filhos por criar, de os auxiliar nas tarefas escolares por não concordar com explicações, de fazer trabalho comunitário....não me deixa tempo para muito mais.
    Ps: sinto-me bem inculto.

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  8. Anónimo22:54

    A fotografia que ilustra este post está de mais!!!!se o comboio vem de lado não se safa ninguém, nem mesmo o autor deste blog e os seus leitores e comentadores!!!
    Esperemos que ele venha cansado.....(o comboio).

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  9. Anónimo10:48

    Ito, ou você não percebeu o texto ou, na verdade, é mesmo inculto, sub-urbano e ignorante, apesar de tentar adoçar a pílula com a sua participação ou assistencia em diversas actividades. Pretendeu-se tão só identificar um tipo que apenas faz aquelas coisas básicas e tudo o resto lhe passsa ao lado. Será por acaso que mencionou, e cito: "...vou continuar com a minha "vidinha", e sempre que surgir a oportunidade, lá vou espreitar uma peça de teatro, desfolhar um bom livro (aquele que me apetecer),revisitar os locais túristicos da cidade, assistir a um bom concerto, ver desfilar os grupos corais, e outras coisa mais...." Afinal o senhor é culto e interessado e tem tempo para a cultura e para o Cristiano Ronaldo a e para lavar o carro... Parabéns...M&M

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  10. Anónimo20:18

    Sr. fulano tal aí acima, o meu sincero obrigado por me fazer ver que afinal não sou inculto.....e para comemorar vou agora mesmo ao café aqui do bairro beber umas minis acompanhadas com tremoços nacionais e tentar perceber se o CR7 é cultura, pelo menos este não necessita de ser vitaliciosubsidiodependente.
    Um bem haja.
    Ps:não consigo evitar: conhece aquela do psiquiatra que tratava todos os seus doentes, e que quando descaiu mentalmente não se conseguiu tratar a si próprio.

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  11. Anónimo11:52

    Talvez não seja inculto, agora o que é de certeza é bronco.Beba as minis que quiser, pois com gentinha como vc não vamos a lado nenhum.Pelo menos podia ter alguma ideia para nos dar a conhecer acerca deste post, mas a tentação para avacalhar foi maior...M&M

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  12. Anónimo11:57

    Para alguns as coisas são muito fáceis. Desde que se tenha um conselho regional de cultura, coisa que não sei o que possa ser, e desde que o presidente não seja vereador, e desde que os subsidios corram rápidos e fartos.Aqui temos quase um projecto cultural para a cidade. Afinal as coisas são tão simples e a gente aqui a tentar, ingloriamente, avançar ideias para uma discussão séria. Mas eu já tenho idade para saber o que a casa gasta. Quando é para dizer mal e denegrir pessoas e instituições, aparecem sempre os campeões.Agora para discutir seriamente um assunto, zero...M&M

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  13. M&M - por alguma razão, temi lançar aqui a discussão! Mas não desisto: e acredito que a mesmo pode ser feita de outro modo! Deixe-me amadurecer uma ideia..

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  14. amadureça, h, amadureça... que eu também quero discutir!

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  15. E deve mói, e deve!
    PS - Correu bem ontem?

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  16. menos bem que a estreia, mas correu... é o fatídico segundo dia... não há mesmo nada a fazer!

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