sábado, novembro 01, 2008

As grandes banhistas, por Renoir


Renoir nasceu em Limoges em Fevereiro de 1841, mudando-se em petiz para Paris, na esperança do conforto material que a terra mãe era madrasta. Filho de uma família de classe média baixa, fez os catorze anos a trabalhar numa fábrica, onde deu as primeiras pinceladas em artigos de porcelana. Apenas com 21 anos, quando ingressou na Escola de Belas Artes teve possibilidade de transformar o seu jeito num verdadeiro talento, deixando para trás o destino de artesão, para conquistar a eternidade como artista.
Renoir conquistou o prestígio que o acompanhou na vida e eternizou na morte, como impressionista. Confesso, na intimidade do post, que me falta a arte para ser um apreciador do impressionismo. Diz-me um sábio amigo, que impressionismo é a musica clássica da pintura, desdenhando do meu fervor surrealista, classificando-a como a musica popular da tela. Admito que sim, mas envergonhado assumo que me falta a perícia para reconhecer no enublado traço impressionista, a mais erudita das artes plásticas!
Sempre me pareceu que Renoir é um pintor de Inverno. Estou ciente que a afirmação supra é uma mega tolice, mas para estes olhos não eruditos, sempre achei que os quadros de autor repousariam perfeitos nas paredes claras de uma casa perdida no verde das montanhas, daqueles com um imenso terraço com vista para a imensidão, recolhidas pelo calor cor-de-laranja de uma lareira a crepitar ao canto de uma sala, onde sentados, homens fumam charutos e deliciam licores. Com as mulheres, na sala ao lado!
Nesta noite fria, partilho com o meu leitor “As grandes Banhistas”, um quadro pintado com cores quentes, onde com uma nítida conotação erógena, Renoir retrata cinco ninfas nas margens de um rio, num banho conjunto onde partilham a intimidade feminina. Corresponde ao período Ingresco do autor, fortemente marcado pela cultura italiana na época, influenciada pelo regresso às origens, o apego à mitologia clássica. Deveria sublinhar que na paisagem distante, se compreende que Renoir ainda não tinha despido completamente as vestes de impressionistas, mas, sadicamente, prefiro sublinhar a atenção do meu leitor, para a representação da ideal de beleza feminino, num tempo em que a anorexia era doença e a gordura era a suprema formosura!

4 comentários:

  1. Anónimo15:12

    Uma delicia estas análises aos quadros! Tive saudades!

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  2. Anónimo01:37

    Adorei esse post.
    Tô fazendo um trabalho sobre o movimento impressionista e achei super digno esse teu comentário sobre essa pintura.
    Parabéns pelo blog!

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  3. Anónimo00:24

    muito bom.......

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  4. Anónimo16:52

    se eu colocar isso como bibliografia ganho vermelho, mas td bem

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Respeite as opiniões contrárias! Se todos tivéssemos o mesmo gosto, andávamos todos atrás da sua namorada! Ou numa noite de copos, a perseguir a sua mulher!