Madonna, por Edvard Munch...

Edvard Munch, pintor norueguês, nascido em 12 de Dezembro de 1863 e falecido em 23 de Janeiro de 1944.

Madonna não é considerado um dos seus principais trabalhos! Contemplando esta obra, pelas palavras dos especialistas, ressaltam os olhos quase fechados e fundos nos permitem sentir o êxtase da concepção, o auge do amor, mas também uma dor subjacente.
A mulher é retratada nos seus múltiplos aspectos, um mistério para o homem: uma Mulher que é ao mesmo tempo uma santa, uma prostituta e uma pessoa infeliz, abandonada.
No quadro de Munch não há nenhuma separação entre o espiritual e o sensível. O cristianismo separou a mulher sensual da espiritual. Ou uma mulher era boa, decente, obediente e virtualmente assexuado, ou era má, imoral, indecente e sexual. A virgem Maria e a prostituta Maria Madalena separaram-se. Que pensamento feliz casar as duas Marias! Mas, o que aconteceu nas pinturas de Munch era uma imagem que, nem era prostituta, nem virgem, mas algo completamente novo.
A Madonna era – e é – chocante, perturbadora e formidável. Podemos quase sentir o olhar fixo daquele bando de serpentes invisíveis escrevendo na cabeça dela. Mas, também podemos sentir, nos seus olhos, a memória de um terror superado: a imagem de uma jovem menina sentada às margens de sua vida de mulher. E, não estariam aqueles olhos impenetráveis, de pálpebras pesadas, também escondendo o sofrimento profundo...