sábado, abril 19, 2008

As Máscaras e Ensor

James Ensor 13-Abril-1860 - 19-Nov-1949

James Ensor é porventura dos mais enigmáticos pintores do século XVIII-XIX; um misantropo, se não misógino, que viveu como eremita a sua vida, entregando-se à marginalidade da sua solidão! Bastava estas características, para justificar ter escolhido Ensor nesta noite tenebrosa!
Não irei tratar da sua obra que mais me apaixona; já antes aqui a deixei exposta, pelo que evito a redundância! Ofereço ao meu leitor, outras máscaras, que rodeiam o pintor, ao centro, que emerge na multidão, indiferentes face à multidão de rostos que o circundam!
Se esta fosse uma boa interpretação do quadro, pavoneava-me na interpretação do vermelho sangue que salpica por toda a tela, inundava o meu leitor com lugares comuns de pretensa intelectualidade sobre o simbolismo dos tons, dissertava com falsa eloquência sobre a pertinência da cor nas pinturas do inicio do século! Mas, que me desculpem os eruditos, não me enamora no quadro os contraste de cores que desenham a multidão, a perícia do desenho ou a técnica das sombras! O que estes não treinados olhos bebem do quadro, são as máscaras cruéis, os olhares frios de ódio e de inveja, as sombras que olham com desdém um Ensor que se destaca no quadro alheio a tudo, indiferente à mesquinhez dos olhares conspurcados!
A pintura de James Ensor recorda-me os pesadelos que nos roubam o sono em noites cruéis, imagens fantasmagóricas que nos emergem na mente, que nos inquietam e nos transportam para realidades que queremos abandonar, resquícios de um passado que se recusa a ficar encerrado na tumba do esquecimento, para nos furtam a tranquilidade nos mais inóspitos e adequados momentos!
Olhar as Máscaras e Ensor, as figuras medonhas que rodeiam o génio, não me assusta; no pintor vejo esperança, a certeza que na sua misoginia, enxota todos os seus fantasmas e segue o seu percurso, indiferente às vozes que passam...

4 comentários:

  1. Anónimo02:07

    Vivemos num mar d rostos q nos refletem a alma;a certeza d ser,o auto conhecimento é q nos traz a serenidade do ENSOR.Num mar d rostos eu sei quem sou.

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  2. Anónimo13:21

    Ensor sempre foi um visionário singular e fantástico!...
    Ensor é um sonhador cujas máscaras atormentam muitas telas, ou então simplesmente reflectem a verdade que as máscaras não conseguem ocultar!...

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  3. Anónimo15:53

    Maravilhoso; o h permite-nos ver o quadro e o pinto!

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  4. @anónimo 3.53 - Sabe, mostrar o quadro, gosto, o pintor, admito... mas.. o pinto, no blogue, faz-me confusão!!! eheheh

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