sábado, fevereiro 02, 2008

A alegria de viver, por Henri Matisse (1905-06)

Henri Matisse (31 de Dezembro de 1869-3 de Novembro 1954)

Henri Matisse é um daqueles casos em que a sua genialidade se revelou de modo inesperado. Com efeito, foram precisas convalescenças de duas enfermidades, para na primeira conhecer o prazer da pintura e na segunda abandonar o curso de Direito para correr o sinuoso caminho da pintura e do desenho.
Considerado um dos grandes mestres da arte moderna, viveu durante metade do século XX uma tortuosa relação de amor e ódio, admiração e inveja, amizade e hostilidade com Pablo Picasso, amigo muitas vezes hostil, na guerrilha como referência mundial da pintura.
A alegria de viver é a obra que consagrou Matisse, embora tenha sido recebida com escárnio e críticas. Realizada nos seus primeiros anos, apresenta inegável traços do fauvismo; sublinhamos o jogo de cores, a utilização de tons puros, arbitrariamente destruídos na tela, sem temer os contrastes, com clara influência de Gaugin.
Se a estética do quadro e da sua importância para a arte moderna explicam a escolha desta obra, convido o leitor a perder o olhar no quadro, pintado há mais de um século. Num momento histórico hedonista, em que a busca do prazer pelo prazer é beatificada, em que nos perdemos naquilo que achamos ser a modernidade, o quadro de Matisse confronta-nos com a crua verdade que o moderno de hoje é pouco mais que o antigo de ontem, oferecendo-nos uma orgia, também de sexo, mas sobretudo de cores! E recorda-nos um tempo recatado, onde a pornografia ainda era erotismo!

1 comentário:

  1. Anónimo18:28

    Vir aqui aos sábados é uma "obrigação natural"!!! ehehhe

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