sexta-feira, fevereiro 08, 2008

As cartas abertas da Arte Publica à CMB...

Independentemente dos responsáveis pela Arte Pública não apreciarem o epíteto, a realidade é que sempre foram conotados com tons vermelhos, não faltando aqueles que, como eu, sempre os consideraram a companhia de teatro do regime comunista local. Pelo que causa espanto a recente polémica pública entre a Arte Publica e o Presidente da Câmara Municipal de Beja, nomeadamente as três cartas abertas daqueles, que esbarraram numa parede de silêncio.
E este é quiçá o ponto que mais causa estranheza: depois de um início de mandato muito autista, o Senhor Presidente da Câmara, por alturas da conquista da maioria absoluta, estava a oferecer uma faceta mais dialogante e tolerante, pelo que se percebe mal a alegada reiterada recusa em receber os responsáveis da Arte Publica.
Sobre as motivações do grupo teatral, as mesmas não têm mistério; depois de durante quase duas décadas terem sido generosamente apoiados pela CMB (bem como pelo MC), os cortes nos subsídios causaram primeiro indignação e depois publica revolta.
Pelo que fica dito, a história parece pouco interessante, uma “birra em família” que em breve se resolverá! De interesse público, revela um ponto: a forma como se subsidia a cultura em Portugal, quase totalmente dependente dos apoios do Estado, sendo raras as excepções dos agentes culturais que demonstram engenho e capacidade para viver, ainda que parcialmente, do mercado! Por outro lado, reforça-se aqui a exigência de critérios sólidos na atribuição destes subsídios, sendo que as mais das vezes, são pouco transparentes e mesmo tenebrosas as formas como estas candidaturas são apreciadas. E o princípio é valido para os apoios nacionais e locais. Não escondo o que sempre defendi: era interessante que a atribuição destes subsídios estivesse fora do jogo político, que fosse uma atribuição de uma comissão independente, formada por especialistas e também por espectadores.
Infelizmente, continua a existir uma noção de que a Cultura é património exclusivo de algumas elites, acessíveis apenas a estas, continuando a olhar com escárnio o publico ignorante, incapaz de entender a erudição das obras, apenas acessíveis a iluminados culturais. Três décadas de democracia, trinta anos de apoios às artes e não me parece que o Pais tenha evoluído neste campo: gasta-se demasiado dinheiro em coisas com diminuto interesse, sem cuidar de compreender que a educação para a cultura deverá ter com a génese a Escola. Mas, o lobie artístico é poderoso e os Estados fracos tendem a temer os fortes…

19 comentários:

  1. Anónimo10:31

    Não será tanto o não conseguir sobreviver da produção, mas antes a preferência do conforto da subsidio-dependência.

    Para além disso, ninguém diz à senhora, que muito provavelmente o mais comum dos mortais fica entediado com a linguagem das cartas? E que provavelmente o presidente da Câmara também?

    Não seria mais facil,questionar o executivo, directamente, porque não recebe a senhora?

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  2. Anónimo16:08

    "não faltando aqueles que, como eu, sempre os consideraram a companhia de teatro do regime comunista local"
    Curioso mas você é o único que eu conheço a defender este ponto de vista e olhe que eu conheço muito mais gente de todos os quadrantes que você, acredite nisto de uma vez por todas: não tem nada a ver o cú com a Feira de Castro.
    Se quiser continuar a marrar nessa direcção força esteja á vontade...

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  3. @anónimo - Meu caro (a); acredito que conheça muito mais pessoas que eu, afinal, com a minha mania de marrar a torto e a direito, não posso ter muitos amigos!
    Sobre a proximidade Arte Publica-CMB, fale com mais pessoas: poderá ser que mude de opinião!
    Termino, dizendo o óbvio: dou a cara pelo que acredito, assumindo-me; não me escondo no anonimato para ofender!
    Continuação de uma boa tarde e um excelente fim de semana!

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  4. Viste hoje o que se disse no programa do Malato na RTP sobre a cultura? Mais palavras para quê...

    Agora, essa de tu dizeres isso sobre a relação entre a Arte-Pública e a CMB também não entendo, mas respeito a tua opinião. Só que, não te esqueças que é uma companhia de teatro profissional, eles vivem disso! Queria te ver (não, não queria...) se de repente te tirassem o teu sustento, ficavas, no mínimo, indignado, penso eu.

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  5. H, tenho que lhe dizer o seguinte e, espero que acredite porque esta é a verdade: O Arte Publica nada, absolutamente nada a ver com a CMB ou melhor com o PCP. Garanto-lhe. Quem o informou, MENTIU-LHE.
    Quem está aprisionado a um partido que por sinal governa na região não se pode dar ao luxo de se colocar contra e denunciar situações desastrosas impulsionadas pelo governo do Chiquinho como por exemplo o que aconteceu no canil de Beja e, elementos do Arte Publica fizeram-no. Chama-se a isto independencia politica ou se quiser, liberdade de expressão.Esta é que é a realidade dos factos.
    Note-se que não tenho beneficios ou prejuizos em relação ao Arte Publica. Apenas quis que o senhor soubesse que, sobre este assunto está de facto mal informado mas, se a sua fonte de informação vem de quem eu penso... pois claro, que outra informação lhe haveria de dar senão a que lhe é conveniente... Cuidado com a fonte.

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  6. Anónimo14:51

    Já tive oportunidade de ler a 3ª missiva aberta ao presidente da CMBeja, escrita pela dona Gisela. E, confesso, acho-a surpreendente. Pensava eu que a demência era uma patologia mais facilmente verbalizável no registo exortativo-apologético. Mas não, vejo agora que a loucura dá-se bem com o enfoque sado-masoquista-farsante.
    A loucura e a falta de vergonha! Pois se a dona Gisela alguma vergonha tivesse (e já agora incluamos essa tonta da "noctívaga", e a sua incontinência esquizóide)refreava o descaramento de desancar com tanto e injusto frenesim, em quem lhe tem pago as contas e os vícios.
    Com a agravante de serem imerecidas as verbas que já há longos anos esta arrogante criatura recebe da CMBeja. Imerecidas porque, como foi provado em tribunal, a Arte Pública padecia, senão padece ainda..., de várias irregularidades enquanto associação, com as mesmas pessoas a acumularem vários cargos e a controlarem os dinheiros. Imerecidas porque a Arte Pública sempre inflaccionou as produções para justificar o que ia sorvendo, e enquanto os seus dirigentes compravam casas e mudavam de carro, os actores do Arte Pública chegaram a viver no parque de campismo da cidade...
    Imerecidas porque desde cedo a relação da Arte Pública com a CMBeja foi marcada pelo mais abjecto situacionismo... que chegou ao cúmulo de darem entrevistas onde enxolhavam o presidente da CMB e, tendo recebido o subsídio da CMB no entretanto, virem depois publicamente a tentar desmentir o que afirmaram (felizmente, o jornalista em causa ainda tem a entrevista gravada em cassetes).
    Imerecidas porque só o dinheiro que esta companhia recebe do Ministério da Cultura justificaria o triplo das actividades que realizam.
    Mas eu acho que o presidente da CMBeja devia receber a dona Gisela. Ele e mais família, amigos, camaradas. Estou certo que iriam usufruir de um inesquecível momento teatral.

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  7. @noctivaga: respondo com o intuito de a esclarecer! Até porque se me conhecesse, não colocaria a hipótese de eu actuar como "miudo de recados" de quem tem voz para dizer o que pensa!
    Vamos ao conteúdo! Não conheço a D.Gisela e é-me desinteressante saber quais as suas opções políticas: é tema que não entro!
    O que afirmei (e goste-se ou não, é um lugar comum) entre a Arte Publica e a CMB sempre se assistiu à promiscuidade de um casamento feliz; a CMB apoiava o grupo e podia usar a bandeira da cultura e a Arte Publica tinha dinheiro e liberdade para fazer o que entendesse, sem cuidar de se preocupar com o público!
    Também reparei nas críticas à CMB sobre o canil: e espantou-me a quebra de um silêncio cúmplice, típico de uma país que vive dependente de subsídios públicos! Mas, porque não gosto de teorias de conspiração, nunca teci uma relação causa (criticas)- efeitos (diminuição dos subsídios!).
    Em todo este processo, limitei-me a fazer uma pergunta: porque razão estas entidades que sempre conviveram felizes, agora se de gladiam em Praça Publica?
    Por fim, da mesma forma que já defendi publicamente duas vezes que o Senhor Presidente deveria receber a Arte Pública, deixei a minha posição que é pouco favorável à subsidio-dependencia (alias, da mesma forma que defendi a CMB no litigio do ping-pong): goste-se ou não, isto é coerência...

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  8. Anónimo23:45

    Coitadinho do Arte Publica... sempre mal tratados pela Camara!

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  9. "Este é um blogue de pseudónimo! Não se pretende o anonimato, nem se recorreu a heterónimos! Este tal de “h” é um tipo que se orgulho de possuir um mastro de 35 cm, é um conservador liberal, agnóstico e humanista, orgulha-se de escrever disparates e não se consegue levar a sério."

    e está tudo dito.

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  10. Senhora Dona Gisela, teria toda a razão, mas esquece algo! O texto que faz alusão é a reprodução da crónica na Rádio Pax, dita de viva voz e perfeitamente identificada!
    A sua opção por não falar no conteúdo diz praticamente tudo!
    Se quiser rebater o conteúdo, nomeadamente tornando públicas as razões da ruptura AP-CMB ou divulgar os valores dos subsídios, sinta-se convidada!
    Em relação ao resto... nunca personalizo questões; não há uma única palavra minha ofensiva em relação à senhora e nem irá haver! É uma forma de estar na vida...

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  11. AMRevez, ao chamar-me tonta está a utilizar uma expressão grosseira e que me ofende. Tenho a dizer-lhe que a Noctivaga é uma pessoa que para quem a conhece ( e é bem conhecida) não é vista como tonta.Tenho feito imensos comentários em blog, uns concordantes outros não ( e até consigo já concordei e discordei) e nunca ninguem me insultuo com expressões como esta. Como tal sugiro-lhe tento na lingua. Espero que fique bem esclarecido.Não o aviso mais vez nenhuma.Uma próxima ofensa e o assunto será resolvido nas instâncias próprias.
    H, não lhe chamei miudo de recados como tal, as aspas e a expressão "miudo de recados" são sua e não minhas. Apenas o quis esclarecer sobre as informações que tem recolhido sobre este assunto.
    Só para terminar,ao ver o AMRevez a exaltar-se desta forma até me apetece perguntar ao H se foi ele que lhe enviou o tal email ou se é a sua fonte de informação? É que se não é parece...

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  12. Noctivaga - já concordámos e já discordámos: são coisas da vida! Pessoalmente, não as valorizo! Defendo o livre pensamento! E se reparar, nunca entrei na insinuação ou no insulto!
    Se antes não me fiz entender, esclareço-a: não recebo recados de ninguém! O email que faz referência, foi-me enviado por alguém anónimo, próximo das posições do Arte Pública, "oferecendo-me" matéria para criticar a CMB!
    Com o Revez, não falei uma palavra sobre este assunto! Mais: tente ler as minhas palavras, não o que alguns querem interpretar delas!
    Compreenda: nada me move contra o AP, apenas tenho posições sobre as formas como os dinheiros públicos são utilizados!
    E termino: neste processo, como em outros, não ofendi ninguém, mesmo quando me pretenderam ofender!
    Espero que tenha ficado esclarecida!

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  13. H,estou certa de que haveremos de continuar a concordar e discordar. Gosto de vir aqui visitá-lo.
    Relativamente á expressão " ... essa tonta da noctivaga e sua incontinência esquizóide..." proferida pelo AMRevez,foi bastante grosseira e ofensiva, como tal, vou ponderar bastante se irá cair em saco roto.

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  14. Anónimo10:59

    @noctivaga
    Ahahahahahahahahah! Não pondere nada. Não há nada a ponderar. Não é óbvio para si (como será certamente para qualquer juiz) que essa expressão é incontornavelmente injuriosa e difamatória? Eu não tenho dúvidas que é um atentado ao bom nome ciberespacial da "noctívaga", seja lá ela quem e o que for...
    Deus do céu!
    Pior mesmo só se achasse que a "noctívaga" (já agora quem é?? É humana? É mulher? Mutante? Sabe, é que fui ao seu bloguezeco e não descobri nada sobre a sua identidade... Mas claro, um "nick" não perde direitos de cidadania...ehehe), pior mesmo, dizia eu, só se considerasse que a sua postura nesta polémica se tem pautado pela inteligência, seriedade e lucidez. Isso sim, seria profundamente ofensivo, por ser falso!!
    Eu por acaso até acho (mas sou só eu!) ternurento uma tonta com a mania da perseguição. É quase carinhoso e enternecedor.
    Quase tanto como as insinuações que a "noctívaga" já deixou expressas noutros blogs e que, cozinhadas com as que tornou a fazer aqui, ao me tornar identificável como o visado das suas palavras, podem trazer-lhe sérias chatices... ao seu "nick", claro está! Ou talvez também ao editor/editora que o assina.

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  15. AMRevez:
    "... mania da perseguição..." óh AMRevez o senhor é mesmo convencido. Persegui-lo? Eu? Nos comentários que tenho feito? Quais? Onde? sobre o quê ?
    "...podem trazer-lhe sérias chatices..." UI que MEDOOOOOOOOO.

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  16. @ noctívaga,
    Olhe, o seu "nick" sabe o que escreveu e o que insinuou, mas eu irrelevo... Afinal V. Exa é apenas um "nick", sem rosto e sem nome próprio, um simulacro... como tantos que andam por aí... mais ou menos impunemente. Apresente-se. Até lá não me merece respeito nenhum.

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  17. Anónimo10:24

    ou me engano ou o h deixou cair a acusação de "braço armado do PCP" por enquanto já só está no casamento com a CMB mas que ainda vai ser naturalmente obrigado a deixar cair por falta de rigor.
    eu avisei em tempo para não ir por aí mas foi enfim determinação ou burrice...

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  18. Sorry por esse "atropelamento":

    Noctivaga = AMR (lol)

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  19. @anónimo: não mudei um milimetro no meu raciocínio; burrice? quiça. Talvez eu também esteja enganado quando falo na Rádio Voz do Municipio! Sim, porque também eles acham injusta a minha observação...

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Respeite as opiniões contrárias! Se todos tivéssemos o mesmo gosto, andávamos todos atrás da sua namorada! Ou numa noite de copos, a perseguir a sua mulher!