quinta-feira, dezembro 11, 2008

As luzinhas de Natal

O centro da cidade está iluminado com luzinhas de Natal; admito que a cidade esteja mais bonita com a iluminação alusiva à época. Como, se por umas horas vestisse as calças de Presidente da Câmara Municipal em ano de eleições, admito que também decidisse gastar os vinte e oito mil Euros na iluminação natalícia, bem ciente que um bando de abutres iria atacar o Município caso este o não fizesse.
Mas será que se justifica? Será que ainda existe comércio local que legitime o investimento na iluminação nas zonas tradicionais de comércio? Os comerciantes ganham efectivamente algo com este dispêndio de dinheiros municipais ou com ou sem luzes seria a mesma miséria?
Repito que não procuro com estas palavras criticar a CMBeja: esta entidade fez o que todas as outras fazem e seria muitíssimo criticada caso não o fizesse. Mas, dito isto, não acho que hoje se justifique este investimento.
Admito que as minhas palavras possam estar a ser influenciadas de um preconceito contra o Natal, ou, em concreto, este patético natal onde ninguém se recorda do menino Jesus e nos deleitamos com o Pai Natal da Coca Cola, onde a solidariedade perdeu protagonismo para o consumismo, uma época que era de fraternidade e hoje exacerba o valor da solidão, em que o altruísmo de outros tempos venera o egoísmo que caracteriza os tempos modernos.
Sou assumidamente agnóstico, mas confesso a inveja daqueles que Acreditam, daqueles que compreendiam a espiritualidade do Natal e eram activos na partilha, na entrega aos outros, ainda que por breves dias o que é sempre melhor do que nunca! Mas irrita-me o Natal dos Centros Comerciais ou dos bazares chineses, em que procuramos comprar o carinho e o respeito com prendas ridículas pagas com o cartão de crédito, este patético Natal que antes era a festa da família e agora a salvação dos comerciantes.
Reconheço que desligar as luzes de Natal das nossas cidades pouco ou nada fazia para alterar este miserável cenário: mas há momentos em que se devem sobrepor princípios a tacticismo, alturas em que se exige um murro na mesa que nos obrigue a parar para pensar! E engalanar as zonas comercias das nossas cidades é contribuir activamente para a perversão do que um dia foi o espírito de Natal.

17 comentários:

  1. É natural que temos o tal "sonho" de um natal perfeito, algo que só aconteceu na nossa juventude... ;)

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  2. Anónimo11:21

    Que saudades tenho daquele tempo em que a minha avó tinha um embrulhinho para cada neto, enrolado pelo sr Guerreiro,dono da mais apetrechada loja da Salvada há prái 20 anos. Para as netas umas cuecas com florzinhas azul bébé para o neto um parzinho de meias com pelinho e aiiiindaaaaa....um pacotinho de chocolates variados e uma notinha de 500 escudos(valor este que foi aumentando á medida que passavam os anos), a verdade é que nesta época as ruas de Beja estavam cheias de gente a fazer as suas compras com "tino" e eu ainda gaiata nunca sabia o que ia receber porque nunca fiz uma lista das prendas que queria. Enfim!Tempos que já lá vão (nunca pensei dizer esta frase)e agora tenho de me apressar para passar na "worten"e ver se AINDA HÁ por lá perdida uma PSP portátil para a minha filha porque a outra "pegada" à televisão já não é lá grande coisa..e aqui vou eu na onda do consumismo e a fazer as vontadinhas , para não cair no erro de oferecer uma coisa que a menina não goste!!

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  3. Anónimo12:15

    PELO MENOS OS MEUS FILHOTES GOSTAM DE VER AS LUZINHAS

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  4. Anónimo12:25

    E deve ter sido imbuído de verdadeiro espírito natalício que resolveu retirar o post sobre uma certa "discriminação". Fez bem! Até porque quem tem telhados de vidro...

    Pode ser que agora baixe um pouco a crista em matéria de "moralismo" balofo que ostenta em certso posts.

    "Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se."

    Gabriel Garcia Marques

    Votos de um Feliz Natal

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  5. @piruças - são tempos que infelizmente não voltam!

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  6. @anónimo - está bem enganado! Em vários aspectos.
    Sobre o resto... sabe, limito-me a dizer o que penso, exponho as minhas ideias, respeitando quem discorda das mesmas, de rosto descoberto, mesmo, bem ciente, que muitas vezes me tentam fazer ataques menos sérios. Discuto ideias, não pessoas.
    E faço-lhe a si o desafio que já fiz a muitos: encontre neste blogue, no programa de rádio, nas crónicas de jornal ou rádio ataques a pessoas ou julgamentos de carácter...

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  7. Anónimo23:23

    Ainda tão novinho e já sente o muorço para sair da crise, sempre se aproveitaram dela para vender caro, sendo a cidade uma das mais caras do país. Nesndo estilhaçar-se á sua frente....Primeiro foi o capitalismo liberal e o seu sacrossanto Mercado, depois foi a pátria que incensou esse capitalismo a capitular, agora são os comerciantes da cidade que nunca, mas nunca, fizeram o mininimo esforço para vender mais.Ha anos a culpa era dos alemães que tinham encarecido a cidade, Lembra-se, ou ainda é demasiado novo para isso? Agora a culpa é dos chineses. Haverá um dia em que a culpa vai morrer solteira porque não acredito que eles tenham a humildade de reconhecer a sua gula. aO meu ammigo h, recomendo-lhe caldos de galinha que, segunda consta, nunca fizeram mal a ninguém, ou então tenha mais cuidado ao abraçar ideologias ou causas sem identificar as suas diferentes variáveis e conexões. Isto se não quizer ser atropelado pelos acontecimentos...Aquele abraço do M&M

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  8. M&M - Sempre defendi posições que mereceram grandes críticas dos chamados comerciantes tradicionais: desde a defesa do Vivaci, encerramento do mercado, contrário ao centro comercial ao ar livre e, agora, luzes de natal. Pelo que os argumentos que traz, não são para mim!
    Sobre a minha defesa do mercado regulado, repito o que sempre disse: com todos os seus defeitos, é o melhor sistema que conheço! Ou tem saudades do mercado condicionado de Salazar e das nacionalizações de 75?

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  9. Anónimo01:42

    Um seu erro de análise de qualquer tema é fechar-se apenas em duas hipóteses:Preto e Branco.Já reparou???M&M

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  10. Anónimo01:45

    Sabe informar-me se o IKEA de Évora já abriu? EScusava de ir a lisboa fazer compras e estou precisando de dar umas pintalgadas de design na casa e nas louças.o Preto e o Branco, só com muito design em cima...M&M

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  11. M&M - Presumo que se refira ao final do meu comentário. E repito o que disse várias vezes, adaptando as palavras de Churchill: o capitalismo é um péssimo sistema, mas o melhor dos sistemas que se conhecem!

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  12. Anónimo19:24

    h, se todos pensassem assim estávamos ainda na idade do ferro...Nunca ouviu esta cantiguinha: O sonho comanda a vida.....? O que distingue um homem de direita é que ele está conformado com a situação e o de esquerda quer mudar, mesmo que erre. M&M

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  13. Anónimo19:27

    h mas afinal o IKEA DE ÉVORA JÁ ABRIU? CASO AFIRMATIVO ONDE FICA? QUEM ME AJUDA? M&M

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  14. M&M - tenho a clara sensação que a alusão ao Ikea esconde algo que me está a escapar: mas correndo o pecado da ingenuidade, respondo que, Não há Ikea em Évora; se tivesse aberto, o Sócrates tinha aparecido na inauguração com a RTP atrás!

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  15. M&M - Reconheço-lhe razão: mas, honestamente, acho mais aconselhável do que redescobrir a roda, construir uma sociedade onde a roda possa rodar melhor (o paralelismo foi foneticamente uma desgraça, mas confesso que hoje estou extenuado!)

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  16. Anónimo00:24

    Não foi o IKEA que abriu em Évora, mas sim o AKI e já Abriu. Só não sei se o Sócrates veio à inauguração!

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  17. Acho que percebi agora! Anónimo, o Aki é dentro da cidade de Évora ou nos arredores, tal como os outros?

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Respeite as opiniões contrárias! Se todos tivéssemos o mesmo gosto, andávamos todos atrás da sua namorada! Ou numa noite de copos, a perseguir a sua mulher!