Porque perguntar não devia ofender! Afinal, porque foi tão pífio o apoio da Câmara Municipal de Beja ao Festival do Amor? Pergunto depois de ler a notícia Rádio Pax onde o Sr. Presidente da Câmara de Beja fala do evento! Será falta de romantismo ou o problema foi não gostarem do cartaz?
Actualização: A resposta de António Revez
Actualização: A resposta de António Revez
Caro h, a ideia da realização de um festival do amor tem já muitos anos e penso que se trata de uma bela ideia. No entanto, se me permite, penso que o "Festival do Amor" deveria, tendo em conta a personagem,histórica e literária que tem como lema,ter uma programação de grande qualidade nas mais variadas manifestações do amor: literatura, pintura, musica, cinema, teatro, debates e colóquios, acerca das diferentes formas de viver/entender o amor;o amor e a paixão freiráticos,a paixão e o amor místico, o papel inovador das chamadas "Cartas Portuguesas" no contexto da epistolografia amorosa europeia, a autenticidade das "cartas portuguesas",e tantos outros assuntos que pouco ou nada têm a ver com aquilo que, em minha opinião, tem sido a filosofia e a programação do denominado "Festival do Amor".Quanto mais polémico e importante é um tema , maior tem que ser a elevação da sua abordagem. A figura histórica e literária de Mariana Alcoforado exigiam um outro cuidado em minha opinião, de modo a não resvalar para os lugares comuns e o abismo de querer ser moderno e inovador á custa da qualidade e dom bom senso.Não estou interessado em polémicas acerca deste ou de outros eventos, apenas me interessa uma civilizada troca de opiniões que aqui acredito ser possível.Mas, se a discussão resvalar para aquilo que entendo que tem resvalado o dito festival,então tenho mais que fazer.Cumprimentos
ResponderEliminarApenas uma nota. Com isto que acabei de afirmar não quero dizer que o referido festival não tenha tido coisas de qualidade e dentro do espírito que em minha opinião deve presidir a um evento como este.Mas foram tão poucas,que o contexto de rouxinóis fadunchos, shows lésbicos,barraquinhas sex shop e outras anedotas pseudo vanguardistas esmagaram o que de bom e positivo ele teve. Beja, Mariana Alcoforado e todos nós merecemos melhor...
ResponderEliminarMeu Caro Anónimo,
ResponderEliminarneste espaço sempre se cultivou o debate de ideias, mesmo quando diferentes das minhas! Adoro debater, com a mesma eloquência que fujo de discutir! Apenas, não se toleram os ataques pessoais, quando dirigidos a outros que não eu! Acredito: se for ofendido, o comment será apagado, logo que me seja possivel!
Tratado da questão prévia da forma, vamos ao conteúdo!
Far-me-à a justiça de acreditar, que me encanta tanto o rouxinol, como o Tony Carreira ou o Toy: mas, não penso que deva impor os meus critérios estéticos!
A minha dúvida é sobre quais os critérios que estiveram na base da decisão da CMB. Gostava que fossem públicos!
Na minha opinião - e a critica estende-se a outros executivos, e outros poderes - a maior parte das vezes não se compreendem os critérios! Acho que quem Governa tem legitimidade para fazer escolhas; mas, os governados, deviam ter direito de conhecer os critérios, de forma a fazer o seu julgamento.
Cumprimentos
Meu caro h, em primeiro lugar as questões que levantei nada têm a ver com a posição da CMB que até desconheço em pormenor.Apesar de pensar que os critérios devem ser sempre claramente expostos.No entanto, o relativismo,o não emitir opinião, o não dizer o que se considera de qualidade só porque poderá parecer politicamente incorrecto ou porque poderão dizer que se quer impor os nossos critérios estéticos, não fazem parte da minha postura
ResponderEliminarenquanto cidadão.Quando gosto digo que gosto e procuro explicar as razões e quando não gosto acontece a mesma coisa.
Meu caro h muitas das vezes a questão dos critérios não é mensurável, nem de fácil caracterização.Mas, apesar disso, quem decide tem que decidir.O melhor o mais rigoroso possível,informando as razões da sua decisão, mas sabendo que qualquer que seja ela seja será sempre alvo de críticas.Se elas forem fundamentadas e honestas e se o criticado tiver inteligência aprenderá sempre mais qualquer coisa.
Mas o que aqui me trouxe nada tem a ver com a posição da CMB.Apenas pretendi expressar a minha opinião que vale o que vale...Apenas isso.Cumprimentos
Tudo isto seria alegremente risível se não fosse pateticamente trágico, e, portanto, tristemente risível.
ResponderEliminarEu sei o orçamento do Festival do Amor, sei quanto custou. Sei o prejuízo que deu a quem o produziu, e sei que com o dinheiro disponível ninguém faria melhor, porque ninguém estaria disponho a empenhar-se e a perder dinheiro.
Sei igualmente que o Festival do Amor nunca serviu para homenagear a famosa freira lamechas e ultra-romântica. Mariana Alcoforado nem lema foi, mas apenas um referencial icónico-mítico associado à cidade de Beja e às travessuras e judiarias amorosas e sentimentais de um pilantra e uma ingénua armada em mártir da fatalidade insidiosa dos desalmados.
Sei também que o festival do amor quis e quer ser uma festa, eclética, popular, divertida e plurifacetada. Encontro despretensioso de registos e manifestações entrelaçadas com o que o amor sugere e evoca. Onde cabe o erotismo e o sexo. Onde tem lugar o debate e a reflexão.
Sei que o Festival do Amor não é, e nunca pretendeu ser, um encontro litúrgico-literário-erudito de recolhimento monástico e introspectivo sobre a arte epistolar romântica, ou sobre as perversidades domésticas das noviças, ou sobre o lume furioso e intempestivo das paixões sofridas em reclusão.
Sei ainda que os critérios dos que se recusaram a apoiar financeiramente um Festival que é exemplo de originalidade e singularidade, com o argumento da dignidade que faltou, são, curiosamente, os mesmos que servem para, com o argumento do "gosto popular", trazer a peso de ouro Toys, Tonichas e outras pérolas de edificante valor...
E como o comentador "anónimo" (...) "desconhece em pormenor" a posição da CMB (RISOS!), venho ainda trazer a boa nova e fresquíssima: é que vamos ter na passagem de ano em Beja o "Rei" Emanuel, e não creio que, mais uns foguetes, por menos de 50 mil euros. Muito mas muito acima do orçamento de todo o Festival do Amor.
ResponderEliminarOra para justificar a exorbitância e a escolha deste lixo musical... a personagem histórico-literária que dá "lema" a este excepcional evento deve ser... a alentejana Linda de Suza.
(Pena é que alguns não sigam para França, ou para o Brasil, com a "mala de cartão" da sua incompetência e desonestidade intelectual...)
Vamos por partes!
ResponderEliminarLimitei-me a fazer uma pergunta: como todos sabemos, levantou celeuma as razões que levaram a CMB a não apoiar financeiramente o Festival do Amor.
Pergunto: deverá a CMB explicar porque decidiu não apoiar? Entendo que sim!
O mérito ou demérito da iniciativa, parece-me um segundo problema!
Depois: Obviamente que tenho o meu gosto pessoal: obviamente que daqui a semanas vou dizer brejeirices sobre a vinda do Emanuel! O que disse e mantenho, é que as entidades públicas que organizam eventos, devem ter a liberdade de escolherem os seus públicos que, por muitas razões, não são os meus predilectos! Dito de outra forma, o facto de eu nao gostar de um artista, não me deve fazer criticar a iniciativa (ainda me lembro de uma guerra com o saudado extremo...)!
Agora... como munícipie, gostaria de saber os critérios de escolha! Para poder concordar ou discordar!
Só um pormenor, a cmb deu um grande apoio ao nível logístico.
ResponderEliminarhst
Caro h, concordo inteiramente com a sua posição. Revela sabedoria e bom senso, o que falta a muita gente, pois cada vez mais algumas pessoas para terem visibilidade criticam tudo só para se fazerem ouvir.E, quando nem mesmo assim os ouvem, utilizam os métodos mais abomináveis, tais como a calúnia encapotada. Mas, mesmo assim, também ninguém os ouve.Em desespero, pretendem ter opinião fundamentada e definitiva sobre tudo, desde o fio dental até á cibernética, passando pela teoria da literatura.Mas, mesmo assim, também ninguém os ouve...Enfim, são coisas que Freud explica...
ResponderEliminarObrigado pela elevação das suas opiniões. Cumprimentos
@anónimo
ResponderEliminarVamos por pontos, como eu gosto:
1. Antes de mais, entre mim e si existe uma intransponível vantagem moral e intelectual a meu favor. Eu sou o António Manuel Revez, você é uma máscara virtual. Eu respondo pelo que digo e o que digo é-me directamente imputável. Você esconde-se onde julga que não o podemos encontrar... Eu identifico-me e sou identificável, exponho-me ao juízo dos outros com outra vantagem ainda: sem telhados de vidro! Pois é público e largamente publicitado o que de negativo podem apontar-me. Mas isso permite a cada um informar-se e avaliar, e ainda bem. Não preciso de esconder-me nem temer que "desenterrem" o que me poderia comprometer...
2. Sim, ninguém me ouve, ninguém me liga. É verdade, prego no deserto como um tolo que não se enxerga. Imagine o que seria se alguém me passasse cartão!
3. "Calúnia encapotada"??. Diga onde! Referi factos e emiti juízos e argumentos sobre os mesmos. Factos, juízos e argumentos que V. Exa não contrariou nem desmentiu, não é verdade?
4. Finalmente, pretendo ter opiniões "fundamentadas e definitivas sobre tudo". Bem, eu reformularia, diria que pretendo ter opiniões fundamentadas sobre a matéria que opino. É verdade sim senhor. E do que referiu também, curiosamente: desde o modelo cibernético do Karl Deutsch, às teorias pós-modernas da literatura (entre Derrida e Blanchot), ao revisitamento psicanalítico de Lacan e Jung... ah... perdão... de "fio dental" não percebo um boi! É assunto mais indicado para quem curte o ócio ou o desespero em paragens tropicais...
Por uma qualquer treta informática, estava sem acesso aos comments anónimos! (e continuo sem, excepto quando entro no blogue para ler, o que é raro).
ResponderEliminarHá uma imensa confusão neste tema, salvo melhor opinião!
Independentemente do respeito intelectual que tenho pelo AMRevez, pensamos mtas vezes diferente: ele é um homem de esquerda, ou um gajo que não sou de esquerda, embora não enfie o capuz da Direita (tal como existe em Portugal).
Mas... mesmo os seus detractores reconhecem-lhe que assume as suas ideias!
Só em Beja é que é dramático um promotor cultural fazer queixas da entidade que subsidia a cultura! Não percebo, qual o drama do AMRevez defender o Festival do Amor: como, não percebo a maldade de pessoas próximas do executivo o critiquem, justificando a posterior a não participação financeira (mazdak- eu assumi isso!)!
Entendi não tecer considerações sobre o "cartaz"! (até porque, na sombra, existe uma discussão histórica interessante, sobre quem realmente era Mariana Alcoforado, o que explica muitissimas coisas!)
Apenas suscitei uma questão: quais os critérios da decisão da CMB!