sexta-feira, março 14, 2008

Ainda o autocarro da CMB...


A semana regional fica indelevelmente marcada com a polémica cedência gratuita do autocarro da Câmara Municipal de Beja ao Sindicato dos Professores, por ocasião de uma impressionante manifestação de protesto, no passado sábado em Lisboa! Por mais ruído que os responsáveis camarários procurem aduzir ao processo o mesmo é lamentável, perigoso e irresponsável! As Câmaras Municipais gerem dinheiros públicos e estes não podem ser usados para iniciativas de carácter estritamente político, ainda que desenvolvidas pelos sindicatos! Argumentar que o autocarro também é cedido para transporte de coros e grupos folclóricos, caso não fosse um fundamento ridículo, seria sintoma preocupante sobre a confusão que perpassa na mente dos nossos governantes locais, democraticamente eleitos! E, a irresponsabilidade desta cedência irá comprovar-se, quando outros cidadãos exigirem tratamento similar, para motivações mais ou menos absurdas! E nem se procurem escapatórias fáceis: mesmo aqueles que não simpatizam com as minhas palavras, reconhecem que diria o mesmo, caso a cedência fosse para uma manifestação de apoio a esta Ministra!

Sobre o tema, mergulhado num incompreensível silencio, apenas quebrado por alguns blogues da cidade, ergueu-se a voz do Governador Civil, criticando a evidencia do dislate, aduzindo que a Câmara havia tido tratamento desigual, quando solicitado o transporte de pessoas portadoras de deficiências! Sobre as declarações do Governador Civil, urge estabelecer a destrinça entre a forma e o conteúdo! Sobre a forma, ou seja, o facto de o Governador Civil imiscuir-se numa questiúncula de baixa politica, baixando da posição Institucional que deverá ocupar, é obviamente criticável, um crasso erro politico, que o leva a uma discussão com a vereação da Câmara, pouco edificante para o alto cargo que desempenha! Se o Senhor Governador Civil entendeu que era chegado o momento de dar um murro na mesa contra desvarios da governação autárquica, deveria tê-lo feito de outra forma, procurando temas com mais conteúdo!
Mas, ainda mais inquietante que as questões formais, do que o facto de o Governador Civil ter falado quando todo o PS-Beja se calou num inqualificável silencio, é o facto de as suas palavras terem sido desmentidas por um comunicado da Câmara Municipal de Beja!
Não sabemos quem fala verdade! O que todos os bejenses sabem é que ou na Câmara Municipal de Beja ou no Governo Civil há alguém que mente, que usa os deficientes da região como arma de arremesso para a baixa politica, num acto abjecto que deveria envergonhar quem o pratica e cuja verdade todos os munícipes deveriam saber! Mas, esta coisa da ética e da moral são conceitos fora de moda, pelo que alegremente tudo ficará na mesma…

10 comentários:

  1. Anónimo07:47

    Já ouvi dizer que um grupo de mulheres vai pedir à CMB um autocarro para ir ao concerto do Tony Carrera.
    Qual irá ser a resposta da CMB?

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  2. Anónimo10:27

    Esta polémiva releva de um provincianismo que cada vez mais vai caracterizando a vida social e politica da paróquia que até tem os seus boletins paroquiais para dar notícia de tudo o que não é notícia. Com tantos problemas que esta cidade tem , parece que o governador civil e alguns comentadores só se preocuparam com a cedência de um autocarro, uma coisa meramente administrativa e da exclusiva competência do executivo. Se uma câmara não tem autonomia política para decidir a quem empresta o seu autocarro, então é melhor fechar a tasca e mudar de vida.Ainda haverá alguém que acredite que a câmara não emprestou o carro a alguma associação de deficientes? Os deficientes só entram nesta manobra porque é uma arma apetecível e demagógica. Nunca vi tanta preocupação com os deficientes.

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  3. @nónimo 10.27 - Bem sei que prefere um conceito informativo, onde não se fala do que não interessa a interesses específicos!
    Goste ou não, se um Governador Civil faz duras críticas a uma Câmara, é notícia! E ficam mal na fotografia os Órgãos de Comunicação Oficiais que ficaram calados!
    Sobre o conteúdo, duas breves notas: acho mal que o autocarro seja cedido para fins políticos: e EU diria o mesmo, caso fosse ao contrário!
    Por fim, se a boca dos comentadores era para mim, pergunto: partindo da sua premissa (o GC mentiu) não acha que isso é um facto político pertinente?

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  4. Anónimo14:10

    Sabe, eu apenas acho que tudo isto é ridiculo.Os fins políticos que enuncia não devem ser vistos como a mais nobre das artes, na tradição grega da pólis? ou os fins politicos remetem para a mais abastardada das actividades humanas? A liberdade e a democracia é isto mesmo.A Câmara tem autonomia politica para emprestar o autocarro.E os deficientes têm as costas largas.Eu a si não mando bocas, discuto ideias e pontos de vista.Nuns tenho razão e em outros não, como tudo na vida. Agora,sinceramente, gostava de assistir a uma discussão séria sobre os problemas , os verdadeiros problemas, da nossa cidade. Mas, parece que o que está a dar, é a espuma dos dias.

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  5. @anónimo 2.10 - Recordo que quem colocou em cima da mesa a questão dos "deficientes" foi o Governo Civil primeiro, a CMB depois...
    Sobre o resto... claro que o empréstimo do autocarro é uma tolice em si mesma! Não tem dimensão em si, excepto uma questão de princípios: a moralidade de usar dinheiros públicos em iniciativas políticas!
    Termino, pergunto: acha mesmo que não tenho tentado contribuir para uma discussão séria, com respeito, pelos problemas da cidade?

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  6. Anónimo16:35

    A actividade política não está acima da lei; e também não define o interesse público: este resulta também da lei. Como tal, independetemente da coisa em questão, do seu valor, expressão ou significado, quem administra os bens do domínio do Estado, está obrigado a fazê-lo para prossecução dos fins dessa entidade pública, e não por juízos de oportunidade política que não chego sequer a discutir.
    O que dá relevo ao assunto não é o tamanho da coisa pública, mas o princípio e o fim que presidem ao uso que dela é feita.

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  7. Anónimo18:40

    A Câmara tem a autoridade politica decorrente das eleições para gerir os seus equipamentos e meios de transporte da maneira que considerar mais adequada.Se está a infringir a lei, compete ao senhor governador civil, agir em conformidade e deixar-se de tonterias politiqueiras. Por outro lado, já alguém se preocupou em saber se existe um regulamento para a utilizaçãp dos veículos municipais?
    Para mim, acho que os dinheiros públicos devem ser utilizados em iniciativas políticas no exercicio dos direitos de cidadania, como foi o caso em apreço. Coisa bem diferente é utilizá-los em beneficio pessoal ou partidário. Penso que há aqui uma certa confusão. Acerca do papel deste blogue, considero que tem ums postura ética e critica interessante, falta-lhe, em minha opinião, algum conhecimento fundamentado dos verdadeiros problemas da cidade e a acutilância de os trazer para discussão sem preconceitos ideológicos.Porque esta Câmara não erra porque quer ou gosta, erra porque, porventura, não terá competência para fazer mais e melhor.As questões ideológicas ao nível do poder local estão esbatidas e o que verdadeiramente interessa é a capacidade de criar equipas de projectos, bem lideradas e ter uma visão estratégica para a cidade e o concelho.

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  8. Anónimo21:22

    Passei aqui nesta assembleia e realmente gostei do debate governo versus oposição.
    Cá pra mim , quem ganhou o debate foi a oposição.
    S.A.

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  9. @anónimo 6.40 -
    Não me parece ofensivo que entenda que me falta (no blogue e presumo que em outros espaços que exerço cidadania activa) conhecimento fundamentando dos reais problemas da cidade! Acho uma opinião tão legítima como a contrário, colocada de forma elegante e assertiva, como gosto!
    Sobre o autocarro, temos posições divergentes e, neste momento, parece claro que nenhum de nós vai mudar de posição!
    Mas, sinto-me constrangido a discordar de si num ponto, que me parece fundamental: sobre o Senhor Presidente da Câmara, repito-lhe o que disse ao próprio há um ano e tal atrás: veio para Beja por genuíno dever de serviço e esforça-se para fazer o melhor possível, tendo assumido uma herança pesada: apenas acho que tem feito pouco e nem sempre bem! Honestamente, parece-me um executivo cansado, sem ideias, sem imaginação!
    (PS - quer ponderar assinar os comment com uma qualquer sigla, mantendo o anonimato? Gosto de o ter por cá e gostaria de saber quando "escreve"!)

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  10. Anónimo23:07

    Também gosto de trocar ideias e pontos de vista consigo, porque, quando se fala com alguém inteligente e civilizado, aprende-se sempre, mesmo quando discordamos. Para melhor me identificar passarei a assinar os meus posts como o pseudónimo de :Pedro Lima

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Respeite as opiniões contrárias! Se todos tivéssemos o mesmo gosto, andávamos todos atrás da sua namorada! Ou numa noite de copos, a perseguir a sua mulher!